O cardiologista e o primeiro vampiro 1g4s46
Ewerton criou uma aventura fantástica que narra a trajetória de Ohrí Pandur Maw, filho de uma feiticeira que acaba lutando até com Ricardo Coração de Leão 5f4r1x
Recentemente, participando de um café com escritores, pude ver o quanto essa atividade é eclética.
Não só no estilo de escrever de cada um. Mas na atividade principal de quem precisa de um emprego para sustentar a paixão pelos livros.
Nesse encontro, tinha bailarino, tinha pedagogo, tinha jornalista, psiquiatra e um cardiologista.
Pra minha surpresa, entre obras sobre autismo, poesias, estudos de genealogia, ouvi-o dizer que escreveu um livro sobre vampiro.
Opa! Meu radar arrepiou tal qual o de um morcego em voo cego.

E não é uma história qualquer sobre o ser mais charmoso – na minha opinião – do mundo do terror.
É o relato do início dessa lenda.
O médico cardiologista Ewerton Carvalho escreveu O Primeiro Vampiro, publicado pela editora Talentos da Literatura Brasileira e vendido na Amazon por R$ 35,17 na versão física e R$ 14,90 na digital, além das livrarias.
E engana-se quem acha que ele narra a trajetória de Vlad Tepish, o príncipe da Valáquia que, de tão cruel em vida, empalava os adversários até acabar amaldiçoado com a vida eterna alimentada por sangue humano.
Isso, outros autores já fizeram.
Ewerton criou uma aventura fantástica que narra a trajetória de Ohrí Pandur Maw. ?♂️?
Filho de uma feiticeira, ele é levado ainda criança por ciganos. Acaba escravo em um castelo. Ao longo de sua vida, conhece um mago, busca refúgio numa terra Celta e tem de enfrentar bruxas e monstros para sobreviver.
A criatividade do médico é tanta que ele acaba lutando nas Cruzadas ao lado de Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra entre os anos de 1189 e 1199.
Como Ohrí acabou virando o primeiro dos vampiros, não sou eu que vou contar.
Mas posso falar como Ewerton Carvalho, entre ventrículos e átrios, fez bombear, em sua biografia, a paixão pelos sanguessugas.
Foi graças a dois ícones do cinema. Bela Lugosi (1882-1956) e Christopher Lee (1922-2015), os dois atores mais famosos a interpretarem Drácula. O menino era vidrado nos filmes que avam na televisão nas noites de sexta-feira.
Quando já estava maior veio a decepção e justamente com aquele que é considerado um dos melhores retratos do personagem na sétima arte. Ewerton não gostou de Drácula, do diretor Francis Ford Copolla. Nada contra o filme, em si, mas sobre a origem retratada do vampiro, inspirada no livro clássico de Bram Stocker.
Ewerton não gosta das teorias que sempre atrelam a origem desse ser a uma questão religiosa.
“Vampiro é um ser multicultural que merece um pouco mais de mistura, mais ingredientes.” – diz o escritor.
Os poderes de Ohrí não vêm de uma única vez, no estalar de dedos. Cada etapa da vida do personagem contribui tanto para suas forças quanto para suas fraquezas. Como se transformar em morcego, porque ser sensível ao alho. Tudo explicado com muita coerência.
Só não espere que o autor, por ser cardiologista, dê explicações científicas, por exemplo, sobre como funciona o coração de um vampiro ou como o sangue pode alimentar um ser vivo… ops… morto vivo.
Para essa operação, Ewerton usa a magia e a imaginação como instrumentos.
Tudo contado em 446 páginas. E olha que ele precisou usar o bisturi por sugestão da editora. A história foi concebida com mais de 1.000 páginas.
Limites só mesmo na estratégia comercial.
Além de trazer uma nova roupagem para o primeiro vampiro, Ewerton também adaptou para um livro outro fenômeno literário.
Ele escreveu Sherlock Holmes e a Maldição do Rochedo, publicado pela editora Chiaro. Também vendido na Amazon e nas livrarias.

O detetive inglês mais famoso do mundo agora é aposentado, casado e com filho. A paternidade, inclusive, afetou seus talentos dedutivos. Morando na Romênia, no entanto, ele precisa voltar à ativa para solucionar assassinatos contra uma sociedade secreta.
Como se não bastasse, vem aí um livro de contos que traz João e o Pé de Feijão e Rapunzel, entre outros personagens, para a realidade do centro-oeste brasileiro.
Acha muito? Ewerton diz que tem mais de cem histórias na cabeça prontas para serem escritas.
Como diria aquela grande narrador esportivo: Haja coração!
Ainda bem que, neste caso, o escritor é cardiologista.
Leia mais n1u6n
Ah! E preciso usar um pouco de espaço da coluna de hoje para fazer justiça. Há duas semanas, terminei minha coluna sobre Five Nights at Freddy’s com a seguinte colocação:
Agora, antes de terminar, FNAF só será mesmo eficiente se conseguir uma façanha.
Levar a editora Naiane Mesquita ao cinema.
Por mais que tenha de ler todas essas colunas antes da publicação, ela não assiste nada de terror.
Diz que morre de medo.
Até mesmo de ursos, raposas e coelhos de pelúcia.
Também, ninguém manda, eles serem equipados com garras e dentes afiados, né?
Pois não é que os animatronics são bons mesmo?
Taí a foto pra comprovar.

Naiane e o sobrinho Eduardo foram ao cinema pra conferir o filme.
Ele adorou. E ela:
— Eu gostei! Achei divertido!
Ótimo!!! É assim que se começa.
Topa ver o O Exorcista, agora?