Nova geração mantém chamamé vivo em Campo Grande 1lw34
Campo Grande recebeu o título oficial de Capital do Chamamé nesta terça-feira (29). A publicação no Diário Oficial da União é uma formalidade para os sul-mato-grossenses, que há tempos consideram esse ritmo fronteiriço parte da cultura local.

“Em casa sempre teve rodas de chamamé entre amigos e familiares”, afirma Thauanne Castro, 20 anos.
Foi assim que a campo-grandense aprendeu a cantar chamamé: em casa. “Eu sempre gostei de estar no meio e assim fui aprendendo a gostar. Sempre estava junto dos amigos, dos familiares, até que com seis anos de idade eu pedi o meu primeiro violão para o meu pai. Fiz aula de violão durante seis meses e até hoje estou aprendendo”.
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Thauanne faz parte da nova geração de chamamezeiros, que mesmo jovens e com tantas influências musicais, ainda preferem se dedicar aos sons que cresceram ouvindo ao lado dos pais.
“Meus avós, meus tios sempre gostaram de chamamé, está no sangue, na alma, é algo que eu amo de toda a minha alta”, pontua.
Tauanne se apresenta normalmente em festas particulares e tem em Castelo um padrinho do chamamé.
Para ela, essa integração entre as gerações mantém a tradição viva.
“A grande maioria do pessoal aqui de Campo Grande gosta muito de chamamé. E esses dias atrás nós estávamos em uma festa, reunião de amigos e crianças juntam ali no palco, dançando chamamé, ouvindo, agora essa nova geração, o pessoal está muito envolvido com o chamamé. Chega a ser emocionante de ver tudo isso, porque vem da raiz”, frisa.
Capital do Chamamé 1z2q17
Campo Grande recebeu o nome de Capital Nacional do Chamamé após o Senado Federal aprovar o projeto de lei 4528/2019 e o presidente Jair Bolsonaro sancionar a decisão.
Para quem vive de tocar esse estilo há mais de 30 anos, a sensação é de reconhecimento por um trabalho árduo e diário.
“O chamamé é arrepiante. Ele arrepia mesmo quem tem sentimento, a pessoa sente uma alegria interna. Eu comecei no chamamé com 13 para 14 anos de idade e hoje eu tenho 60. Toda a vida foi acompanhando os amigos tocando e sempre sendo curioso”, acredita o músico chamamezeiro Castelo Queiróz.
O músico Marlon Maciel, representante do Chamamé de Mato Grosso do Sul, concorda com a opinião de Castelo.
“Nosso estado, MS, apesar de ser ainda jovem, precisa de uma definição da cultura, que inclui desde a culinária até a música. Esse título vem no momento ideal, é um reconhecimento importante imagina para nós que tocamos o chamamé, o que significa para a gente. Maior presente que estamos recebendo”, diz.