Moitará: troca cultural é lema de feirinha que tem tudo para emplacar em Campo Grande 1bg2y
A noite de estreia foi tanto do Moitará quanto do Primeira Página na cobertura de eventos culturais 2q4k55

“Moitará”, que para os indígenas do Xingu significa troca entre aldeias, foi o nome dado a um evento com estreia nessa sexta-feira (21), e que tem tudo para emplacar no calendário cultural de Campo Grande.
Entre apresentações culturais e expositores de macramê, produtos artesanais, livros, comida portuguesa e troca de mudas de plantas, o evento se apropriou de um espaço que também merece atenção. Chamada Mankala, a chácara em plena cidade, na Mata do Jacinto, é um encanto aos olhos e um convite às coisas simples da vida.
A noite de estreia foi tanto do Moitará quanto do Primeira Página na cobertura de eventos culturais na cidade. Organizadora da primeira edição, Carol Araújo é quem explica nome, razão e motivação por trás das trocas.

“Moitará para o pessoal do Xingu significa trocas culturais que eles faziam entre várias aldeias e apresentações. Juntamos, eu e o pessoal da Badaiá, para montar um evento que fosse reunir criança, adulto e arte”, explica Carol.
Ancorada na realidade de que todo mundo na pandemia deu seus pulos e virou autônomo, o grupo bancou a proposta da feira de expor produtos trazendo todo um aconchego e um respeito à infância.
“A gente está aqui, no meio da cidade, cheio de arvores que nem parece mais Campo Grande, com vários artesanatos como macramê, livraria, pallets, cappuccino artesanal e comida portuguesa. Juntamos um pouquinho de tudo”, apresenta Carol Araújo.
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Designer gráfica nascida em Cuiabá, Carol Araújo ou boa parte da vida em Campo Grande e aproveitou o evento para lançar sua marca de cappuccino artesanal, a Cafeto CO, além de reunir amigos que os rolês culturais lhe apresentaram.
“Eu estou sempre indo às feiras e senti que a gente precisava fazer algo mais nosso e que envolvesse as crianças”, explica.
Uma das expositores, Laís Camargo, também marcou presença levando desde absorventes e fraldas ecológicas até cosméticos sólidos, colares de âmbar e incensos. “Na pandemia a gente se viu obrigada a reformular e aqui a gente vê um espaço pequeno, aberto e que agrega crianças. É muito difícil você achar um lugar onde as crianças podem gritar e correr em ninguém olhar feio”, diz.
A proposta encontrada nessa sexta também reflete o que talvez seja o “novo normal” de eventos assim. “É um formato ao ar livre, com poucas pessoas e todas de máscara”, observou Laís.

O espaço também acolheu um casal já conhecido por quem aprecia a culinária portuguesa, mas que sabe da importância de prestigiar eventos assim. O “Delícias da Fer”, como apresentava o banner, na verdade reúne José Antônio e Fernanda da divulgação do melhor bolinho de bacalhau da Capital.
Português, José Antônio Fernandes de Oliveira tem há dois anos o empreendimento com a esposa. O casal atende apenas sob encomenda, mas sempre está nas feirinhas expondo pastel de Belém, caponata e bolinho de bacalhau, com o alerta: “é bolinho de bacalhau, não de batata”, esclarece José Antônio.
Os dois têm uma história e tanta que se resume em 18 anos vivendo juntos, pandemia, desemprego, covid, culinária e amor pela cultura portuguesa.
E se de um lado tem comida, do outro tem afeto em nós. Não é por acaso que Camila Prado escolheu este nome para os trabalhos em macramê que realiza. “São es de plantas e também faço paineis, tanto no bambu quanto em galhos naturais. Eu coloco afeto em tudo, me descobri neste trabalho na pandemia, comecei a fazer despretensiosamente e gostei muito”, explica.

A contação de histórias e livros infantis ficou por conta da Badaiá Arte, livraria itinerante que trabalha todo o lúdico com os pequenos desde as narrativas até a curadoria de livros. Perita criminal, Karina Repulla soube pelas redes sociais que haveria contação de histórias para os pequenos e marcou presença.
“Tenho duas meninas, achei fantástico, diferente, acolhedor. A gente gosta muito desse contato com as coisas mais simples, que a gente tinha na infância como balanço, casa na árvore”, descreve a mãe.
Ainda não se sabe quando haverá outra edição, mas o otimismo da organização anuncia que logo logo tem mais!