Festa exalta cultura afro com ginga, hip hop e arte que vem do gueto em MS 6z1m2g

A cantora Iza já mandou a letra.

“Abre a porta para o gueto, gueto; brota ouro lá no gueto, gueto; Ninguém cala a voz do gueto, gueto”. O hit que exalta o gueto carioca ecoa em Mato Grosso do Sul.

Aqui, uma galera também reafirma a riqueza cultural da periferia de Campo Grande em uma festa repleta de rap, hip hop, muito gingado e performances. É a Afrogueto que chega a 10ª edição no próximo domingo (14).

Após ar por casas noturnas e bares da capital, o evento retorna ainda maior e em novo endereço, no Parque Ayrton Senna.

Para a DJ e organizadora da Afrogueto, Andressa Santana, conhecida como DJ LadyAfroo, a edição é ainda mais especial. Esta é a primeira vez que o evento acontece no bairro em que ela cresceu o Aero Rancho, um dos mais populosos da capital.

“O Parque Ayrton Senna tem um significado muito grande para mim, porque foi lá onde eu dancei balé pela primeira vez quando eu era criança, ia tomar banho de piscina lá, brincar. O parque é algo histórico no bairro, foi onde eu vivi a minha infância inteira, a minha adolescência, então, é um sonho sendo realizado”.

Andressa Santana, organizadora da Afrogueto.

Levar a festa para o parque também é uma forma de aproximar a Afrogueto de quem vive na periferia, que é justamente o público-alvo do evento. Até então a festa era realizada em points alternativos da região central de Campo Grande.

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“Queremos alcançar a galera da periferia mesmo, a galera da quebrada, e fazer com que elas conheçam a festa, para as pessoas se conhecerem. A galera que vive na periferia, geralmente, não sai da periferia, elas ficam naquela região, no baile funk, nos bares, nem todos chegam até a festa. O intuito é alcançar essas pessoas que a gente não consegue alcançar na área central”.

Andressa Santana, organizadora da Afrogueto.

O caráter democrático da festa também enche Andressa de orgulho. A edição “Eu Vim Pra Celebrar” da Afrogueto no Parque Ayrton Senna terá entrada gratuita, serão 7h de festa com apresentação de vários DJs, shows, performances e exposição.

A festa ainda terá intérpretes de libras para ibilidade cultural. Além disso, o local escolhido é de fácil o e ível a deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida.

Toda a programação é composta por artistas pretos.

Como tudo começou 64255c

Andressa explica que decidiu organizar a primeira edição da festa em 2021 diante da falta de eventos que reconhecessem e valorizassem a cultura e a arte produzidas pelas pessoas pretas, periféricas e pessoas LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais/travestis, Queer, Intersexo, Assexuais, Pansexuais, Não-binárias e demais orientações de gênero) do estado.

“Eu queria fazer um rolê em que eu me sentisse pertencente àquele lugar, onde eu pudesse ouvir as músicas que eu faço no meu dia a dia, e celebrar a nossa cultura, celebrar a cultura preta, e conhecer pessoas pretas, porque geralmente essas pessoas ficam espalhadas pela cidade. A ideia é reunir o povo preto e celebrar a nossa existência, a nossa comunidade LGBTQIAPN+, e tornar esse espaço livre pra gente ser quem a gente é, vestir o que a gente gosta, e se pertencer, ter essa representatividade”.

Andressa Santana, organizadora da Afrogueto.

Atrações 3n6z46

A edição “Eu Vim Pra Celebrar” da Afrogueto terá os shows de Poka Pala e Lucy e apresentações das DJs Gabis, Afroqueer e LadyAfroo. Além disso, o evento ainda terá performances de Kiunna e Sabrina Lima e exposições por Coletivo Enegrecer. Nesta edição, Andressa conta com o apoio das produtoras Lua Maria, Livia Lopes e Cecília Hanna.

Data: 14 de julho (domingo)
Horário: das 15h às 22h
Local: Parque Ayrton Senna
Entrada Gratuita