Ensaio para divulgar clipe acaba em intimação para depor na polícia 245p6m
Gabriel e Gustavo foram intimados a depor na polícia após publicarem fotos com arma de fogo 6ap1n
O duo de rap “Mafia Green Disk” foi intimado a depor na polícia após publicar fotos para divulgar o clipe da música “Pátria Corrompida”.
Segundo a corporação informou, a investigação é para saber como a dupla conseguiu o colete com inscrição Polícia Militar e, ainda, a arma que aparece na imagem. Também há, conforme as informações apuradas pelo Primeira Página, investigação na Polícia Civil de contravenção penal relacionada ao uso de itens que são exclusivos de agentes de segurança pública.
Gabriel Braga Marques, 22 anos, também conhecido como Braga MC, e Gustavo Ratier Marques, 21 anos, Ratier MC, lançaram recentemente uma música de trap – subgênero do estilo rap. Para divulgar, acabaram utilizando uma arma de fogo – que eles alegam ser um “simulacro de airsoft”.
Além disso, os dois também usam um colete ensanguentado com o nome impresso da Polícia Militar e a escrição “assassina”. Em entrevista ao Primeira Página, Gustavo afirmou que, depois disso, foi chamado a depor ao lado de Gabriel, seu primo, por conta das imagens de divulgação.
“Estão querendo nos enquadrar por porte de arma ilegal”. Em relação à música “Pátria Corrompida”, segundo ele, “falaram que a gente atacou a ética do batalhão”, diz.
Além dos músicos, o fotógrafo que fez as imagens para o Mafia Green Disk também será interrogado. “Hoje [13 de julho] o fotógrafo que fez as fotos foi chamado pra depor”, afirma Gabriel.
Leia mais n1u6n
Depoimento c6p69
Os artistas prestaram depoimento nesta terça-feira (12), no 3º Batalhão da Polícia Militar, da cidade de Dourados, a 201 km de Campo Grande, como testemunhas segundo a informação da Corporação..
Segundo Gabriel, dois advogados acompanham o caso, que para ele é perseguição. “Acreditamos que seja sim perseguição, pois apenas é um movimento artístico como qualquer outro”, frisa.
Visão crítica 154p28
Gustavo afirma que desde o início o duo preza pelas letras críticas. “Então, nós iniciamos o grupo em 2019. Somos primos e sempre tivemos vontade de ser cantores. Em 2019, tivemos a ideia de criar o grupo “Máfia Green Disk” e desde o início já tínhamos uma lírica mais crítica, não vamos se prender a uma vertente só, mas vamos sempre ar a realidade em nossas letras”, pontua.
Segundo o artista, as imagens que remetem à violência tiveram o intuito de representar o atual “caos social contemporâneo”.
“[As imagens] representam o caos social que está vivenciando, a violência urbana e no campo. A luta de minorias que sofre com a violência cotidianamente. Um presidente que faz apologia a armas e um discurso contrário aos direitos humanos. Quando diz bandido bom e bandido morto. Indo contra o que diz a lei que ele diz seguir”, argumenta.
De acordo com as informações da PM, os dois rapazes foram ouvidos em um IPM (Inquérito Policial Militar), que vai identificar se existe algum responsável por ter fornecido material exclusivo da Corporação a eles. Na Polícia Civil, a investigação é para identificar se cometeram algum tipo de crime ou contravenção penal. A reportagem procurou a instituição policial e ainda não obteve resposta.
