"Ele me empodera", declara estudante sobre hijab, o véu muçulmano 684128

Sondos Nassim Dhaher, 19 anos, nasceu na Palestina e estuda nutrição, em Campo Grande; a jovem dá uma verdadeira aula para explicar o que é o importante véu 494f6m

“É um crachá que diz: ‘Olá. Sou muçulmana'”. Essa é uma das várias explicações que Sondos Nassim Dhaher, 19 anos, dá sobre o seu hijab. A jovem, que nasceu na Palestina e atualmente mora e estuda nutrição em Campo Grande, explicou ao Primeira Página, que o véu, ao contrário do que muita gente julga, não a oprime e sim “empodera”.

Sondos
Sondos Nassim Dhaher,19 anos, toda sorridente usando seu hijab. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Sou muçulmana, e minha religião é o Islam. O véu, ou falando de forma mais correta, o hijab, faz parte da vestimenta. ‘Hijab’ significa ‘cobrir’. Geralmente, é referido ao lenço físico, mas é muito mais do que isso: o hijab é um modo de vida seguido por mulheres muçulmanas”, afirma Sondos. 

A jovem reforça que, ao contrário do que muitos pensam, o importante lenço usado na cabeça não tem relação alguma com submissão.

“É um lembrete para mim mesma de que não é apenas o que estou vestindo, é também o que faço e o que digo. Isso me lembra que todos os dias tenho a sorte de viver em um país que me permite o poder de escolher vestir algo que represente externamente minha moralidade, modéstia e meu orgulho de ser uma mulher muçulmana. Para mim, de forma alguma, meu hijab restringe meus objetivos na vida, seja na faculdade, na minha futura carreira, como profissional de saúde, ou apenas no meu autocrescimento”, completa a jovem. 

Segundo Sondos, usá-lo todos os dias é exatamente o oposto de submissão.

“Ele me empodera. Tenho o poder de escolher como me mostrar ao mundo, e o que eu quero que o mundo veja. Não posso negar o fato de que existem conotações negativas sobre o hijab em todos os lugares. Usar o hijab pra mim serve como um motivador constante para tentar quebrar os estereótipos associados onde quer que eu esteja”, pontua. 

A estudante ainda revela que o item carrega um conjunto de códigos, cujas mulheres e homens muçulmanos seguem e regulam em seu dia a dia. 

“Esses códigos são a personificação da modéstia e da moralidade. É uma combinação de como nos representamos, nos comportamos, falamos e tratamos os outros. Usar o hijab é parte da nossa religião”, completa. 

FALA DE SONDOS HIJAB

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Além da aparência 6t166r

Sondos, sendo uma jovem estudante, acaba despertando curiosidade nas pessoas ao redor. Para ela, é uma forma de expandir a sua religião.

“Força as pessoas com quem interajo todos os dias a olhar além da minha aparência e ver quem eu sou verdadeiramente. Embora eu tenha orgulho de minha aparência, é importante para mim ser julgada por minha personalidade e intelecto também. O hijab não apenas atua como um filtro para as pessoas que vão me julgar porque estou coberta, mas, também, possivelmente, servirá como um iniciador de conversa com um completo estranho”, revela. 

MULHERES MUCULMANAS
Outras mulheres usando o hijab. (Foto: vice.com)

E o preconceito? 173k5o

Sobre isso, Sondos volta a falar do pensamento preconceituoso. Para ela, é sempre uma situação triste. 

“Embora seja lamentável quando me pego conversando com alguém que já tem noções preconcebidas sobre o que é o Islam, e acredita que as mulheres muçulmanas estão sendo oprimidas pelo hijab, é nesse exato momento que fico feliz em servir, como embaixadora da minha fé, e poder mostrar às pessoas que não, eu não sou como o que você vê na mídia. Na verdade, sou alguém que pode ter mais coisas em comum com você do que você imagina”, declara a estudante. 

Sondos detalha que o hijab entra na vida das mulheres muçulmanas quando elas atingem a puberdade. Além, claro, de estar ligado à religião Islam. 

“É uma ordem de Deus para todas as mulheres que atingiram a puberdade, e que não, a gente não usa o hijab por ninguém”, destaca rindo. “Usamos por benevolência e fé em Deus, e que só Deus poderá nos julgar sobre as nossas ações, e que o hijab é algo que não se deve impor ou obrigar ninguém a utilizá-lo, isso fica entre a pessoa sua fé e Deus, antes de qualquer coisa. Não é apenas um lenço na cabeça, mas, sim, um estado de modéstia que todos os muçulmanos devem defender”, continua firme. 

Mulheres muçulmanas conectadas u6k5l

Sondos também salienta que associar o hijab a um objeto de moda é muito errado, e chama atenção das mulheres muçulmanas nas redes sociais.

“Usar o hijab é ter responsabilidade de estar carregando com si mesmo a palavra do que verdadeiramente é o Islam. Mas, atualmente, com o peso que as mídias sociais carregam, com esse aumento de usuários, se tornou mais comum vermos e termos influencers muçulmanas que usam o hijab, empreendedoras, estilistas e até modelos muçulmanas que sim, usam o hijab e não deixam a moda de lado também”, diz. 

Uma das influenciadoras digitais muçulmanas muito famosas é a brasileira Mariam Chami, com 780 mil seguidores só no Instagram.

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Mariam Chami, “a muçulmana que não precisa voltar pro seu país pois já está nele”, como ela mesmo diz em seu perfil. (Foto: Redes Sociais)

A futura nutricionista ainda conta que tem vários hijabs, e de várias cores. Ela até arrisca até a dizer que o escolhe conforme o seu humor do dia.

“Porque isso é uma benção. Tenho, e abuso das cores também. Sempre que posso, separo um tempo antes de montar meu look pra sair, pra ver qual será o mais apropriado, seja a cor, textura. Tem dias que só o básico tá ótimo, outros nem tanto, vai dependendo do humor do momento”, finaliza rindo.

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