Cultura nas redes: indígena de MT faz sucesso falando sobre seu povo
Influenciadora é filha do falecido cacique Pirakumã Yawalapiti
Produzindo conteúdo para às redes sociais, a influenciadora indígena Watatakalu Yawalapiti, de 41 anos, do povo Yawalapiti, do Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, conquistou muitos fãs. Inclusive, uma seguidora chegou a tatuar o rosto de Watatakalu no braço. Hoje, ela tem quase 30 mil seguidores no Instagram.

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Em suas redes sociais, ela, que é filha do falecido cacique Pirakumã Yawalapiti, liderança indígena do Alto Xingu, busca trazer a realidade da sua comunidade para o mundo do não indígena.
“Criei o perfil para falar do meu dia a dia, foi assim que começou. De alguma forma eu acabo levando uma mensagem não só minha, mas também de coisas do meu povo, do nosso território em si”, declarou.
Na opinião de Watatakalu, a cada dia os indígenas estão ocupando mais as redes sociais e isso tem sido importante para extinguir estereótipos e mostrar a realidade nas aldeias.

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“Em alguns vídeos eu falo sobre não sermos todos iguais. Até mesmo na minha aldeia, todo mundo acha que nós temos cabelo liso tudo igual, mas não é. Eu tenho falado muito isso e essa mensagem chega em todo mundo. Nós temos parentes de cabelo cacheado, ondulado, negros e brancos”.
Mas, atingir todas essas pessoas só foi possível agora. Ela lembra que antes as comunidades não tinham o à internet. “A gente não conseguia ar, dependíamos muito de canais de TV para mostrar a realidade do Xingu. Hoje, os parentes tem usado esse canal para mostrar o que nós realmente somos”.
Influenciadora fora e dentro do território
Além de influenciadora, Watatakalu é artista, ativista, empreendedora, membro do MMX (Movimento Mulheres do Xingu) e uma das criadoras da ATIX Mulher, organização que representa o segmento no Xingu. Toda a sua história e luta tem inspirado jovens das comunidades.
“Acho muito lindo quando uma mãe e um pai falam: ‘eu queria muito que meus filhos seguissem o que vocês fazem’. Não tem só eu, tem outras pessoas que também fazem e usam essa ferramenta do ‘homem branco’ pra mostrar nossa luta, nossa cultura”.
