Bugrinho cria raízes em calçada de Campo Grande três décadas após Conceição partir e2y5m

Herdeiro do dom da avó, Mariano criou bugrinho em tronco na Rua 15 de novembro 1fa3q

Mais de três décadas após Conceição dos Bugres deixar esse mundo, um bugrinho emergiu na manhã desta sexta-feira (21), no centro de Campo Grande, e das mãos do herdeiro que ela mesma escolheu, o neto Mariano. Talhado em um tronquinho até então abandonado no centro velho da Capital, o bugrinho tem 1 metro de altura e toda uma trajetória de família para contar.

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“Eu estou feliz, até emocionado”, confessa, em êxtase, Mariano Neto, 56 anos. Ele e a mãe, Sotera Sanches, foram os responsáveis por manter viva a tradição do bugrinho, obra de arte que começou com a avó dele, Conceição Freitas da Silva, mais conhecida como Conceição dos Bugres.  

Mariano Neto fez bugrinho no centro de Campo Grande na manhã desta sexta-feira (Foto: Naiane Mesquita)
Mariano Neto fez bugrinho no centro de Campo Grande na manhã desta sexta-feira (Foto: Naiane Mesquita)

Nascida em Povinho de Santiago, no Rio Grande do Sul, Conceição fixou morada em Mato Grosso do Sul e permaneceu durante 30 anos criando e recriando esculturas em madeira cobertas por cera e tinta. Seu legado repousa em museus, inclusive em uma exposição temporária até 30 de janeiro deste ano no Masp em São Paulo. “Eu fui até lá na inauguração. Fiquei dez dias em São Paulo. Eles queriam me conhecer, o neto da Conceição, que continua fazendo os bugrinhos. Tiraram até foto comigo”.  

Talento que corre no sangue  5v4z5e

Mariano conta que começou a criar os bugrinhos ainda na infância ao lado da avó. “Desde os 8 anos que eu ajudava minha vó, aprendi com ela. Ela morava em uma chácara perto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e eu morava no Pioneira. Eu ia da Pioneira até a casa dela, todo dia”, relembra.  

A mãe, Sotera, observa e orienta Mariano na construção do bugrinho inédito (Foto: Naiane Mesquita)
A mãe, Sotera, observa e orienta Mariano na construção do bugrinho inédito (Foto: Naiane Mesquita)

Os bugrinhos começaram a fazer sucesso e Mariano nunca abandonou o ofício, nem mesmo após a partida da avó, que faleceu em 1984. 

Agora, resta a alegria de espalhar um pouco dessa história para o povo, de forma ível, longe das paredes dos museus. “Normalmente eu faço na minha casa, é uma forma totalmente diferente de se mexer, de criar os bugrinhos. Essa é a primeira vez que eu faço ao ar livre, não tem nenhum na cidade e às vezes algumas pessoas nem conhecem ou não sabem que eu sou o artesão. Nunca me viu fazendo ao vivo. Agora tem gente que a e olha. Eu estou feliz”, conta. 

Com a arte que corre no sangue, ele pretende continuar o legado até quando for possível. “Agora sou só eu e minha mãe. Meu pai, meu avô e meu tio faleceram. Eles eram artistas também. Mas agora, só ficou eu e minha mãe”. 

Garapa 492x1d

A ideia de construir um bugrinho ao ar livre foi ideia da mãe de Mariano, Sotera Sanches, 75 anos. Ela conta que eava com o filho para tomar uma garapa no centro, quando ou pelo tronco e imediatamente imaginou o bugrinho.

Bugrinho finalmente pronto (Foto: Ana Ostapenko/Assessoria FCMS)
Bugrinho quase pronto (Foto: Ana Ostapenko/Assessoria FCMS)

“Eu descobri com meu filho, porque eu sempre o aqui para tomar garapa. Mas, eu nunca vi. Naquele dia, meu olho viu ele e já falei que tronco bonito para fazer bugre. Esse banco estava encostado no tronco. Fomos olhar ele de frente, comentando que poderia dar certo fazer o bugre e o homem do quiosque disse que podíamos fazer. Acabei procurando a ajuda da Fundação de Cultura, que deu o e”, relembra.

O novo bugrinho pode ser visto na Rua 15 de novembro, com a Avenida Calógeras, em frente a Igreja Santo Antônio. A iniciativa contou com o apoio da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul).

Bugrinho finalmente pronto (Vídeo: Ana Ostapenko/FCMS)

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