Bioparque em tela é declaração de amor de Antonio por Campo Grande id5e
Sul-mato-grossense Antonio Lima, 65 anos, é um retratista do cotidiano, que já reproduziu em telas, várias paisagens de Campo Grande 2n3n1q
O sul-mato-grossense Antonio Lima, 65 anos, é um retratista do cotidiano. Pelas suas mãos, Morada dos Baís, UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e tantos outros locais emblemáticos da cidade já se transformaram em óleo sob tela.
Então, quando a neta chegou com uma foto aérea do Bioparque Pantanal, ele não pensou duas vezes: reproduziu a arquitetura de Ruy Ohtake e ainda incluiu duas araras. Nada mais campo-grandense.

“A minha netinha chegou pra mim e falou: vô você tem que pintar isso aqui e era uma foto aérea do Bioparque. Eu não podia deixar de pintar, porque pra mim é uma das grandes obras da cidade. Para ficar mais legal, eu pintei duas araras em cima e tem agradado bastante quem vê”, explica.
Antônio começou a carreira ainda década de 80, ao participar do 1º Salão de Artes Plásticas de Campo Grande. O que era hobby do pai, acabou virando profissão dele, que transita entre o estilo acadêmico e o impressionismo.
“Eu sou bastante apaixonado pelo impressionismo. Me dedico bastante, a minha pintura pega esse meio termo, entre o acadêmico e o impressionismo. Eu gosto de pintar o tema regional, sendo que fazem parte do meu repertório principal, os peões de boiadeiro, os costumes indígenas e o cenário urbano e rural. A Morada dos Baís, eu já pintei inúmeras vezes”, pontua.

“Não é fácil viver de arte” 6e165u
A carreira de artista plástico de Antonio Lima sempre andou lado a lado com a de professor.
“Comecei bem de novinho mesmo, após participar do Primeiro Salão de Artes Plásticas de Campo grande, que foi em 1982. Naquela época tinha muitas galerias, umas cinco na Capital, pelo menos, e me convidaram para dar aula em uma delas. Eu trabalhei como professor nessa galeria por 13 anos”, relembra o artista.

Depois, Antonio conquistou o próprio ateliê, que ficava entre as ruas Frederico Soares com Euclides da Cunha. “Mas, com aquela coisa da pandemia, que pegou todo mundo, acabou que comigo não poderia ser diferente. Me pegou também. Os alunos começaram a sair e com a despesa caríssima, eu fechei o ateliê. Hoje eu pinto em casa, foram 30 e poucos anos dando aula, estava na hora de parar mesmo”, frisa.
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Apesar da carreira bem estabelecida, o artista explica que não é fácil viver de arte.
“Principalmente aqui em Campo Grande, o pessoal não dá muito valor, eu tenho sorte de estar no ramo há muito tempo e de trabalhar com uma equipe que me ajuda a comercializar meu trabalho”, pontua.
Até as técnicas mudaram nesse caminho. O que antes era óleo sob tela, agora virou acrílico para manter a saúde.
“Eu sempre pintei com óleo, desde pequeno eu aprendi a pintar com óleo sob tela, mas ele tem me feito mal. Eu já fiz alguns exames e o médico até me proibiu de pintar. Agora estou me dedicando bastante com acrílico, que não é muito fácil, principalmente eu que há mais de 40 anos pintando com óleo, de repente pintar com acrílico. Mas, eu já estou dominando a técnica. O mais importante é a saúde”, frisa.