Unemat conquista primeira patente de invenção: "Marco histórico", diz pesquisadora 262o4p
Uma pesquisa sobre a obtenção de carvão vegetal ativo a partir da biomassa de banana verde rendeu a primeira patente de invenção para a Unemat (Universidade Estadual de Mato Grosso), expedida pelo Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), em 15 de março.
A invenção, intitulada “Processo para obtenção de carvão vegetal ativo a partir dos frutos da bananeira”, foi desenvolvida por Pércia Graczyk de Souza, durante o mestrado no PPGasp (Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola), do campus da Unemat em Tangará da Serra.
Pércia foi orientada pelos professores Tadeu Miranda e Queiroz e José Wilson Pires de Carvalho. A pesquisadora explica que a ideia surgiu ainda durante a graduação no curso de Engenharia de Alimentos no campus da Unemat em Barra do Bugres.
Na época, Pércia fazia pesquisas experimentais com a biomassa de banana verde e perdeu que o material poderia ser útil no tratamento de água.
“Essa biomassa apresenta uma estrutura porosa e meu orientador estava vinculado a um projeto de pesquisa em que trabalhava com tratamento de água. A partir disso, começamos as pesquisas, foram desenvolvidos vários protótipos e testes”.
A tecnologia, desenvolvida durante o mestrado e que teve o depósito de patente pedido ainda em 2016, pode ser utilizada, por exemplo, em produção de cápsulas de carvão ativado para fins farmacológicos; como isolante térmico, acústico e elétrico para aplicações especiais e ainda em remoção, adsorção (que é a penetração de um gás ou líquido em uma substância sólida) de contaminantes químicos de água e esgoto no processo de tratamento e purificação.
A partir da concessão da Carta de Patente, fica assegurada a propriedade da invenção em todo o território brasileiro, garantindo os direitos dela decorrentes pelo prazo de 20 anos. O projeto que deu origem à tecnologia é intitulado “Desenvolvimento de filtro biodegradável a partir da banana-terra”.
Para Pércia, a concessão da patente serve de combustível para que outros acadêmicos acreditem no futuro dos estudos que desenvolvem. Apesar das dificuldades enfrentadas durante o processo, a pesquisadora comemora o resultado positivo.
“Licenciar essa patente já teve grande importância, é marco histórico para a Unemat, porque foi a primeira concedida. Com certeza significou muito para todos os alunos e professores da instituição. Muitas vezes ficamos desacreditados, pensando que a pesquisa não vai sair do papel, essa pesquisa serve também para mostrar que pode dar certo”.
Patentes de pesquisas da Unemat 522o20
A Unemat tem outros dez processos de patentes de invenção que estão depositados e aguardam o trâmite final no Inpi. A instituição já registrou sete programas de computador, quatro marcas e cinco cultivares agrícolas.
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