ONS aponta para risco de apagão em Mato Grosso 5w6fu
A situação pode ocorrer devido ao rápido crescimento da energia solar sem a expansão adequada da infraestrutura de transmissão 6y5w6
Mato Grosso pode enfrentar apagões nos próximos anos devido ao crescimento acelerado da energia solar sem a devida expansão da infraestrutura de transmissão. O alerta foi feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no relatório do Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do SIN (PAR/PEL).
Segundo o documento, o estado tem 94% das subestações de fronteira operando com “fluxo reverso”, a maior porcentagem do país. O Piauí aparece em segundo lugar, com 73%, seguido de Minas Gerais (43%) e Rio Grande do Sul (23%).

O fluxo reverso ocorre quando há um excesso de energia gerada, que retorna para a rede, podendo causar sobrecargas e até desligamentos. Esse fenômeno se tornou mais comum com a expansão da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), especialmente a solar fotovoltaica.
“A introdução desses novos desafios para a operação em tempo real do SIN destaca a necessidade de aprimoramento do papel das distribuidoras, para atuarem como DSOs e possam controlar o despacho, ao menos parcialmente e temporariamente, dos recursos de geração em sua área de concessão conforme comandos do ONS, em situações que apresentem riscos ou problemas à segurança operativa dos equipamentos do sistema”, diz o documento.

Atualmente, Mato Grosso possui 2 GW de capacidade instalada em MMGD, e a projeção é que esse número ultrae 4 GW até 2029, superando em 145% a demanda máxima prevista para o estado. Apesar do avanço, a falta de estrutura para absorver essa energia gerada tem sobrecarregado a rede.
O relatório destaca que algumas subestações já enfrentam sobrecarga devido à inversão de fluxo de potência ativa. Além disso, o rápido crescimento do setor agropecuário em regiões como Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Rondonópolis e Nobres tem aumentado a demanda energética durante a noite, elevando ainda mais a pressão sobre as subestações.
O documento também aponta que a demora na entrega da Subestação Cuiabá Norte pode piorar ainda mais a sobrecarga do sistema elétrico. A unidade, que contará com o primeiro banco de Autotransformador (AT) 500/138 kV e seccionará o circuito 2 da LT 500 kV Jauru – Cuiabá, deveria ajudar a aliviar o esgotamento da transformação da SE Coxipó e dos circuitos 230 kV entre Cuiabá e Coxipó.
No entanto, o relatório afirma que a obra segue sem previsão de conclusão, o que reforça a necessidade de medidas emergenciais para garantir a estabilidade do sistema. Como alternativa, foi indicada a instalação do segundo ATF 500/230 kV na SE Cuiabá, com o objetivo de mitigar problemas de controle de tensão.
Além disso, o plano de expansão prevê novas estruturas para atender à crescente demanda no norte de Mato Grosso e na região de Novo Progresso, no Pará. Entre as principais obras estão:
✅ Construção do setor 230 kV da SE Cláudia com o 1º AT 500/230 kV;
✅ Novo setor 138 kV da SE Cláudia com o 1º ATF 230/138 kV;
✅ Subestação Novo Progresso 230/138 kV;
✅ Subestação Cachimbo 230 kV e novas linhas de transmissão para reforçar o sistema.