Não vai subir a rampa, insistem bolsonaristas acampados em Campo Grande 2s1nv

Enquanto insistem na tese de uma suposta fraude nas eleições deste ano, os manifestantes que estão acampados em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande, se agarram à esperança de que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vai assumir o poder. Às vésperas da troca presidencial, a expectativa dos manifestantes é de um posicionamento das Forças Armadas ou de Jair Bolsonaro (PL) – mas até o presidente já deixou o país, nesta sexta-feira (30).

“Estamos deixando tudo nas mãos de Deus. O Bolsonaro e as Forças Armadas que vão decidir se o ladrão vai subir a rampa. Estamos aqui aguardando a resposta deles. Se eles não fizerem nada o povo vai fazer”, afirma a comerciante Eloide Olanda Viana.

Eloide está no acampamento montado no canteiro central da Avenida Duque de Caxias, desde o início da manifestação, no dia 31 de outubro, e cobra intervenção militar.

“Nós acreditamos no presidente Bolsonaro e acreditamos nas Forças Armadas, isso que tem nos motivado, ter fé em Deus e neles (exército). Que eles venham lutar por nós, que se levantem, que não sejam covardes, e lutem pelo povo. O povo está aguardando e vamos aguardar até a última hora” comenta.

Já a professora Marina Alves enfatiza. “Todo país em que o povo foi para rua e persistiu, eles derrubaram o governo. O povo é mais poderoso que o próprio exército. Se o exército não fizer nada, o povo vai fazer. Quem manda é o povo”, diz.

Marina acredita que as eleições foram fraudadas, reflexo de um “golpe” arquitetado nos últimos “35 anos” pelo PT, com o apoio do STF (Supremo Tribunal Federal), o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e países de esquerda.

“Estamos aguardando, ninguém tem nada organizado, estamos fazendo a nossa parte”, diz a professora, quando questionada sobre como ela espera que será o dia da posse presidencial.

Vale lembrar que até o Ministério da Defesa de Jair Bolsonaro, com base em relatório das próprias Forças Armadas, descartou a hipótese de fraude nas eleições deste ano.

Conforme o documento das Forças Armadas, “a verificação da correção da contabilização dos votos, por meio da comparação dos boletins de urnas impressos com os dados disponibilizados pelo TSE, ocorreu sem apresentar inconformidade”.

Também comerciante, Fiore Faria Milanesi, acredita que Lula vai implantar o comunismo assim que assumir o poder e também não aceita a vitória do petista.

“Eu não quero que o nosso país vire comunista, a nossa bandeira jamais será vermelha o Brasil será sempre um país da direita. A única coisa que eu quero é que o nosso país fique longe das mãos do inimigo e sabemos que esse ladrão é o nosso maior inimigo. Subir a rampa ele não sobe”, opina.

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Durante o dia, o movimento no “QG” dos bolsonaristas é menor, mas ganha corpo durante a noite. Além de tendas, foram montadas barracas, bar e refeitório improvisado para os apoiadores de Bolsonaro. O hino nacional e palavras de ordem são entoados com frequência enquanto os manifestantes ostentam faixas e cartazes pedindo intervenção militar e destituição dos ministros do STF.

Quem também aposta que os bolsonaristas vão tomar as ruas, após a posse de Lul, é o vigilante patrimonial aposentado João Teixeira. “Se ele subir a rampa o povo vai encher as grandes cidades, as ruas, o centrão vai encher”, conclui.

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Enquanto os manifestantes estão de prontidão em frente aos quartéis pelo país, há quase 60 dias, Jair Bolsonaro (PL) foi ar a virada do ano nos EUA (Estados Unidos da América). “Eu não participei desse movimento. Eu me recolhi”, disse Bolsonaro, durante a sua última live, nesta sexta-feira (30). Na transmissão, Bolsonaro ressaltou que as manifestações “são espontâneas” e não são “lideradas por ninguém”.

O presidente deixou o Palácio da Alvorada nesta sexta-feira (30), e embarcou no avião presidencial, rumo a Orlando. Com a viagem, Bolsonaro não vai ar a faixa presidencial para Lula no evento da posse, deste domingo (1º).