Imperial, um parque vivo na lembrança dos campo-grandenses 5z3k3l

Na série "Memória Afetiva", quem viveu essa época vai relembrar e quem não é desse tempo vai conhecer esse espaço que ficou na lembrança coletiva. 421y5y

Entre as décadas de 1970 e 1990, um terreno situado na esquina da avenida Afonso Pena com a Rua Vasconcelos Fernandes, em Campo Grande, foi palco de risos, brincadeiras, espaço para o início de namoros, e até para foto de casamento. Isso porque ali ficava o Parque de Diversões Imperial.

A Cidade Morena era, quando o Imperial surgiu, um promissor município do interior, com menos de 150 mil habitantes.

Brinquedos do Parque Imperial instalado em Campo Grande (Foto: Arquivo pessoal)
Brinquedos do Parque Imperial em Campo Grande (Foto: Arquivo pessoal)

Hoje, o vazio ocupa o espaço na principal avenida da cidade. Na memória afetiva de quem viveu essa época, porém, o cenário colorido está vivo, ainda que esmaecido pelo efeito do tempo. Nesta semana, o Primeira Página exercita a nostalgia de quem conheceu o lugar e apresenta a história para as novas gerações, em quatro capítulos, um a cada dia.

Comentários sobre o parque na Página Anos Dourados no Facebook (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Comentários sobre o parque na Página Anos Dourados no Facebook (Foto: Reprodução/Redes sociais)

A saudade desse tempo foi tema de uma postagem na página “Anos Dourados Campo Grande” no Facebook e rendeu, até o fechamento desta reportagem, 80 comentários com lembranças do lugar.

Diferente dos tempos atuais, quando os espaços de lazer do tipo ficam montados por temporadas em Campo Grande, o Imperial era permanente. Depois de uns anos, ou a atrair não só os moradores, mas turistas que desembarcavam na Estação Rodoviária Heitor Eduardo Laburu, inaugurada em 1976, bem pertinho. Os visitantes não resistiam aos encantos da roda gigante ou a diversão do bate-bate.

Crianças no parque imperial em Campo Grande
Crianças no Parque Imperial em Campo Grande (Foto: Reprodução/redes sociais)

O funcionário público aposentado Leonardo Zenan, de 57 anos, recorda com carinho as idas ao parque.

“Parece que estou vendo meu pai fardado esperando a gente sair dos brinquedos.”

Leonardo Zenan

Já falecido, seu Antônio, o pai, praticamente todos os fins de semana levava os filhos para brincar.

“Eu tinha em torno de 11 anos. Lembro de todos os brinquedos, mas o que eu mais gostava era o carrinho bate-bate”, diz.

Depiladora em frente ao terreno onde antes funcionava o Parque Imperial
Depiladora Adriana brincou muito no Parque Imperial (Foto: Maressa Mendonça)

Quem também lembra do Parque Imperial é a depiladora Adriana Ramos Oshiro, de 48 anos. De todos os brinquedos, o tobogã era o favorito. A descida era sobre um saco de estopa.

“A gente fugia e ia para o parque”, confidencia, lembrando das aventuras com a amiga e dos tempos em que as meninas não tinham autorização para sair sozinhas. “Minha mãe nem sonhava. Eu gostava de ir ao tapete mágico”, cita.

Registro histórico 3a4k2h

Helena Nunes e o filho Jefferson Davi (Foto: Arquivo Pessoal)
Helena Nunes e o filho Jefferson Davi (Foto: Arquivo Pessoal)

Helena Nunes Rondon lembra bem do parque porque gostava de levar o filho Jefferson Davi para brincar, especialmente no carrossel. Para ela, o Imperial “deixou saudades”. É por isso que guarda até hoje uma lembrança do local.

Esmaecida, sofrida pelos tempos ados, a imagem é um dos pouquíssimos registros localizados pelo Primeira Página para essa série de reportagens.

Cenário romântico 4q2v3s

Muito além de um espaço de diversões, era um ponto de encontro dos namorados e servia de cenário para registros românticos, conforme lembra o fotógrafo Nilson Figueiredo, que atua há mais de 40 anos.

“Eu frequentei muito o parque na época, era muito movimentado, principalmente nos finais de semana. Até fotografei um casal de noivos que tinham acabado de se casar na Perpétuo Socorro e resolveram parar lá para umas fotos.”

Nilson Figueiredo

Em tempos de tudo guardado de forma virtual, Nilson afirma que até pode ter fotos antigas do lugar, mas não foi possível localizar nos negativos arquivados.

Baiano Imperial Parque
O comerciante Baiano (Foto: Maressa Mendonça)

O comerciante Edilson da Silvam, trabalhador na região da antiga rodoviária há três décadas, acompanhou toda a movimentação do parque até o fechamento.

“ava aqui direto, era cheio o dia inteiro”, lembra com saudade do tempo em que o Imperial iluminava e agitava a região.

A diversão chegou ao fim 6q723b

As portas do Parque Imperial foram fechadas em 1996, seis anos depois da morte do proprietário Eloy Alvim Pereira, quando a família decidiu vender os brinquedos e mudar de ramo.

À época, surgiram boatos de que o espaço tinha sido fechado em razão de uma cobra que apareceu em um dos brinquedos.

O Primeira Página levantou que o terreno hoje pertence à Igreja Internacional da Graça de Deus. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa por duas vezes para saber se há previsão de alguma construção naquele espaço, mas não obteve resposta até o fechamento deste texto.

Parque Imperial
Outra unidade do Parque Imperial, semelhante a que existia em Campo Grande, mas em Foz do Iguaçu (Foto: Arquivo Pessoal)

No capítulo desta terça-feira (20), você vai ver a conversa que tivemos com os donos do Parque Imperial. Esperamos por você!

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A série sobre o Parque Imperial inaugura a seção Memória Afetiva, espaço do Primeira Página dedicado a relembrar lugares, histórias e pessoas. Se você tem uma sugestão, entre em contato por meio dos canais de comunicação com o leitor. Sua participação será muito bem vinda.

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Comentários (2) 3f1c4k

  • Regina gottems

    Tenho fotos das minhas filhas tiradas aí no parque chegava o domingo e elas já sabia que iam ao parque todas obedecendo a semana toda para não ficar de castigo,era tão bom se hoje voltasse para poder levar meus netos e bisnetos

  • Belicia assis

    Que saudade deste parquinho meus pais nos levava todos os finais de semana ???

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