Grades de proteção mudam cenário e causam incômodo no Lago do Amor 627n
Moradores que estavam acostumados a ar a tarde na região para contemplar o pôr-do-sol, o Lago do Amor e os animais se dizem decepcionados com a mudança 334a3y
A colocação de grades de proteção ao redor do Lago do Amor deixou muita gente decepcionada na tarde desta sexta-feira (14). As estruturas foram instaladas para evitar que a população jogue lixo no lago, mas, ao mesmo tempo, mudaram o cenário que atraia muita gente para contemplar o nascer e o pôr-do-sol, além das capivaras que vivem ali.

O aposentado Alcides Antônio da Silva, de 66 anos, que tem o hábito de fazer caminhada nas proximidades do lago, ficou surpreso com a mudança. “Meu prazer era ver bicho ando e hoje não vi nenhuma capivara atravessando a rua. Para mim, acabou”.

Alcides opina que antes da instalação das grades deveriam ter realizado um trabalho de conscientização sobre o descarte correto do lixo. “E tinha que ter mais pessoas para limpar. Do jeito que está fica igual presídio”, opinou, apontando para os bichos que estavam do outro lado das grades.
A policial Josiane da Silva, de 40 anos, tem opinião semelhante. “Achei horrível! Fiquei decepcionada”, disse ela, que também faz caminhadas no local diariamente. “É um dos únicos locais de lazer que a gente tem e ainda fazem questão de deixar feio? As pessoas precisam ter educação e precisa ter mais gente para fazer a limpeza”.
Josiane costuma acordar cedo e ir até o lago para contemplar o nascer do sol, mas, acredita que a sensação não será a mesma após a instalação das grades. “A visão não ficou agradável”.
Uma mudança necessária 232st
Para os biólogos recém chegados na cidade, Joelly Santos e Álvaro Lima, ambos de 23 anos, a mudança faz sentido. “Atrapalha um pouco a vista, mas, pensando na questão do lixo, por esse lado é bom”, afirma Álvaro.

Joelly concorda e chama atenção para a quantidade de lixo acumulada em alguns pontos à margem do lago. “É ruim porque atrapalha a vista, mas se continuar poluindo daqui a pouco não tem mais lago”.
O vendedor ambulante José Carlos Monteiro, de 55 anos, e que há 10 anos trabalha próximo ao Lago do Amor diz ter gostado. “Para nós ficou do mesmo jeito. Até melhor porque não vai sujeira para lá”.

A enfermeira Rosarete Moreira, de 59 anos, gostou da mudança. Moradora de Corumbá, a 414 quilômetros de Campo Grande, ela tem o hábito de visitar o local sempre que viaja para a Capital. “Achei mais seguro”, disse, pensando também no fato de algumas pessoas alimentarem os animais. “Se a população fosse mais consciente e responsável pelos atos não precisaria colocar”, finalizou.
