Dia de Finados tem acampamento de ambulante para aguentar o frio 466a4r
Na frente do cemitério, Cristóvão ganha a vida vendendo flores há 28 anos; esta foi a primeira vez que ele enfrentou o frio em pleno 2 de novembro 5n6i4x
O frio fora do comum em novembro, fez o plano de muita gente mudar nesse dia de Finados. As visitas que geralmente começam cedo nos cemitérios de Campo Grande, nesta quarta-feira (2), foram deixadas para mais tarde, quando o sol voltou a brilhar e deixou o vento gelado um pouco mais agradável. Ainda assim, teve quem encarou a baixa temperatura só para ganhar um dinheiro extra.

Para esta quarta-feira, são esperadas mais de 216 mil visitantes somente nos três cemitérios públicos da capital de Mato Grosso do Sul. Para receber as famílias, tudo foi pintado e uma grande limpeza foi feita, mas nem isso, nem o frio, mudou a tradição de lavar os túmulos.
No Finados mais frio desde 1961, a única mudança até agora, foi o horário da ida ao cemitério. Nos anos anteriores, nas primeiras horas do dia já era possível encontrar uma multidão ali. Não foi o que aconteceu hoje, mas os vendedores que se reúnem na frente dos portões, não se intimidaram com a “friaca” e deram um jeito para não perder as vendas.

No Cemitério São Antônio, que fica na Vila Santa Dorotheia, Cristóvão Ramão Gonçalves, de 48 anos, montou sua barraca de flores para esperar as famílias que tradicionalmente vão homenagear os parentes que se foram no dia 2 de novembro. Desde sábado, dia 29 de outubro, ele “mora” em frente ao cemitério.
Em um acampamento improvisado, ele colocou uma cama, uma televisão e cercou com lona. Há também uma mesa e várias flores artificiais, que são usadas por ele para montar os arranjos vendidos na barraca. “Montado dá muito volume, então a gente traz desmontado e monta aqui”, explicou.
Essa rotina que parece maluquice, é a vida de Cristóvão há 28 anos. Em todos os anos trabalhando no Feriado de Finados, nunca enfrentou um frio igual o desse ano, mas como a meteorologia já tinha alertado sobre o fenômeno único, fez questão de levar bastante cobertor. “Viemos preparados”.
A coragem que não faltou em Cristóvão, faltou no campo-grandense. “Geralmente na véspera e no dia vende bem. Ontem foi fraco. Pessoal estranhou o frio e não veio”, contou o vendedor de flores. Apesar de não ter sofrido com a friagem, o comerciante também se surpreendeu com o tempo. “Eu trabalho aqui há 28 anos, nunca fez frio. Chuva sim, frio não”.
Apesar do movimento tímido, a esperança de Cristóvão e de todos os vendedores que encontraram nas portas dos cemitérios uma maneira de ganhar dinheiro, é que logo as pessoas comecem aparecer. “O frio atrapalha um pouco. Mas abriu um sol maravilhoso, Deus sabe o que faz. A gente vai trabalhando, só não pode parar”, afirma Vagner Rodrigues Costas, de 48 anos.
Leia mais n1u6n
-
Apesar do frio, movimentação nos cemitérios é intensa no Dia de Finados 2e3q6m
-
Apesar do frio, movimentação nos cemitérios é intensa no Dia de Finados 2e3q6m
-
Cemitérios de Cuiabá ficarão abertos entre as 6h e 18h no Dia de Finados 1r2250
-
Prefeitura de Várzea Grande diz que cemitério da “Guarita” é irregular, não clandestino 3w163x
Há 18 anos ele aproveita a data para vender flores e ganhar uma renda extra. Na rotina diária é motoentregador. Dessa vez, o frio atrapalhou os ganhos, mas não fez com que perdesse a esperança. “O tempo tá bonito, só vamos torcer, vamos esperar. Mas minha esperança é melhorar o tempo e as pessoas virem no cemitério”.
Nos três cemitérios municipais – Cruzeiro, Santo Amaro e São Antônio – são mais de 94 mil pessoas sepultadas.