Casa Sophia gera revolta de pai e prefeitura desiste de homenagem 2xo51
Os pais ficaram sabendo da "homenagem" através da imprensa e até cogitaram processar a prefeitura, caso o nome fosse mantido h6bd
A prefeitura de Campo Grande teve de voltar atrás da intenção de dar o nome da menina Sophia, morta aos 2 anos, ao complexo de acolhimento para crianças e adolescente em situação de vulnerabilidade e risco de violência, em Campo Grande. Os pais da menina, Jean Carlos Ocampo da Rosa e Igor Andrade, não foram consultados da decisão e cogitaram até processar o município após o anúncio feito nesta manhã (2), durante o lançamento da programação da Semana da Criança.

Logo após ficar sabendo da decisão, através da imprensa, a advogada Janice Andrade, que atua na defesa de Jean, procurou a prefeita Adriane Lopes (PP) exigindo que o nome fosse trocado.
Vale lembrar que a menina morreu após sucessivos atendimentos em unidades de saúde, vítima da violência que sofria da mãe e do padrasto, Stephanie de Jesus e Christian Campoçano. Conselho Tutelar e Polícia Civil também já haviam sido acionados. Nada de efetivo foi feito para evitar a morte da menina, naquele fatídico 26 de janeiro de 2023.
“Nós jamais daríamos autorização para esse tipo de uso do nome da Sophia. Nós sabemos das omissões do Conselho Tutelar, da Upa que atendeu a Sophia machucada, diversas vezes”, desabafa a advogada.
Janice classifica a homenagem como “politicagem e autopromoção”. A prefeita fez o anúncio ao lado do pastor Wilton Acosta, que é presidente do Conselho de Pastores de Mato Grosso do Sul, que organiza a Semana da Criança junto da prefeitura. Foi graças ao ajuda dos pastores, aponta a advogada, que duas conselheiras tutelares que atuaram no caso de Sophia conseguiram ser reeleitas, neste domingo (1º).
“A Sophia foi morta por omissão do município, por omissão do estado e em nenhum momento a prefeita fez mea-culpa, emitiu uma nota de pesar para a família. E agora querem inaugurar esse centro com o nome da menina para se promover? Ao lado de um pastor, ainda por cima, que é contra ao tipo de família do Igor e Jean, um casal homoafetivo”, desabafa.
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Ao saber do descontentamento da família a prefeitura decidiu abortar a decisão de dar o nome de Sophia ao complexo assistencial.
“O nome da unidade, que atende crianças de 0 a 3 anos, foi pensado no sentido de manter viva a memória da menina Sophia e chamar atenção da sociedade para a importância da luta pelo combate à violência infantil. A Prefeitura reforça que respeita o desejo da família e que irá acatar o pedido para que não seja usado o nome para a unidade”, disse a prefeitura, em nota.
Caso Sophia 1mo5z
Sophia foi levada morta à Upa (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino, com sinais de agressão e estupro, na noite de 26 de janeiro. A investigação levou para a prisão a mãe e o padrasto de criança. A última audiência de instrução sobre o caso, ocorreu na sexta-feira (28), sem o depoimento do casal. Stephanie e Christian deixaram o Tribunal do Júri, sem prestar depoimento, por orientação dos advogados.