A vida no Pantanal é real 1c6u5b

Uma releitura da novela Pantanal, exibida no início dos anos 1990, está sendo gravada na mesma locação da primeira versão, o pantanal sul mato-grossense, no município de Aquidauana.

Dizem que a arte imita a vida e, neste caso, essa sentença tem toda razão. A vida retratada no folhetim, a lida com o gado, as comitivas, tudo isso acontece na vida “real”.

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Alessandra Nascimento, 19 anos, vive no Pantanal desde os seis meses. (Foto: Arquivo pessoal)

É assim a vida de Alessandra Nascimento, de 19 anos. Ela se mudou com os pais para uma fazenda no Pantanal de Mato Grosso, aos seis meses de idade. Desde então, a vida rural virou sua paixão.

No seu perfil no Instagram, ela mostra o dia a dia na fazenda, a travessia do gado no Rio Cuiabá. Alessandra participa de todas as atividades do campo e também das comitivas.

Travessia do gado no Rio Cuiabá, Pantanal de MT. (Vídeo: Arquivo pessoal)

Nos vídeos postados no seu perfil, ela mostra como o rebanho atravessa o rio para fugir das cheias que ocorrem no bioma, a partir de setembro.

Ela explica que, no caso da região onde mora, vários trabalhadores e fazendeiros que têm gado solto no Pantanal durante a seca se juntam para levar os animais de volta para as sedes das fazendas, longe do perigo das cheias.

“Juntamos o máximo de animais que pudermos e levamos para um curral antes da travessia do rio. No dia seguinte, a gente atravessa o rio e leva até a chácara do meu pai, em Barão de Melgaço. No outro dia apartamos o gado que vai de caminhão. São os que estão machucados ou vacas que acabaram de parir. Deixamos o gado descansar na chácara por alguns dias. Tirá-los do Pantanal é exaustivo, tanto para eles como para nós”, contou.

Comitiva ‘Caipira de fato’ levando o rebanho para a serra. (Foto: Arquivo pessoal)

Ela explica ainda que é marcado um dia para levar o rebanho até o Distrito de Mimoso. A saída para Mimoso ocorre à 1h da madrugada.

“Todos os anos a gente atravessa a Baía de Chacororé. Fica mais perto, cansa menos os animais e não falta água e nem capim para eles durante o percurso todo”.

Quando a comitiva chega a Mimoso, eles pousam. Na manhã seguinte, seguem até chegar ao destino, as fazendas na região de serra.

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No caso de Alessandra, o rebanho chega à Fazenda Serra Azul. Todo o percurso, segundo ela, duram dias, com quatro paradas.

A travessia do rio dura, em média, 30 minutos, dependendo da profundidade e força da correnteza. Da chácara onde o gado descansa até Mimoso é um dia de viagem. E do distrito à sede são 5 horas.

Lembrando que este trajeto depende das condições climáticas e do volume de água no Rio Cuiabá.

Melhor amigo 2sb1h

Além da família, do namorado e de todos os trabalhadores com quem ela convive, Alessandra tem um amigo especial: o cavalo.

“Só trabalho nele. Ele e eu somos feras juntos! O nome dele é Valente e temos uma conexão surreal”.

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Valente é o melhor amigo dela. (Foto: Arquivo pessoal)

Vivendo no Pantanal b3a6j

Alessandra, no auge de sua juventude, não enxerga outra vida para ela. Ela não quer shopping, ela quer ver o pôr do sol na fazenda, estar em contato com a natureza.

“Não tem criação melhor, nem maneira de viver melhor! A gente fica em total contato com a natureza, cuida dos animais, trabalha em família, aprende a seguir suas raízes. A gente se sente mais perto de Deus! Eu amo acordar cedo pra olhar o nascer do sol e assisto, todos os dias, o pôr do sol, que aqui, é a coisa mais linda! Você vê o mundo de outra forma!!”

comida de comitiva
Comida de comitiva no Pantanal. (Foto: Arquivo pessoal)

Como qualquer outra jovem, ela namora, estuda e se diverte com as coisas que estão a seu alcance.

“Amamos ir para as cachoeiras, rios, e fica aqui na fazenda também. Meu namorado também ama ficar em contato com a natureza, é mais tranquilo! Quando vou a Cuiabá, me sinto presa. Fico um dia, e já estou com dor de cabeça”, comentou.

No entanto, Alessandra vai precisar sair da fazenda para fazer faculdade. O curso ainda não decidiu, mas de uma coisa ela sabe: vai ser pecuarista como o pai e voltar para fazenda todos os finais de semana.

“Não, jamais deixarei minhas raízes! Continuarei mexendo com gado. Meu pai é o cara que mais me apoia. Ele me ensinou tudo que sei de fazenda e sempre me levou junto com ele, por isso, quero seguir os os dele”.

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Comentários (1) 3kf3p

  • Wilson Marques

    É tão maravilhoso quando a pessoa faz o que gosta, isso não tem preço, porque muitas vezes a pessoa, mesmo tendo as condições, não consegue fazer tudo o que gosta em função de suas escolhas na vida. Muitas vezes ela é simplesmente podada (casamento, filhos, trabalho, etc…); por isso é fundamental fazer as escolhas certas.

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