Um Natal solitário: a diferença que faz uma companhia 323t3z
Vale adiantar que essa não é uma matéria sobre tristeza, mas sobre a capacidade do ser humano de ressignificar os acontecimentos da vida! 5f511u
Qual a primeira cena que se a na cabeça quando pensamos em Natal? Claro que as decorações tradicionais, a montagem da árvore natalina, os presentes, a ceia. Mas ao lembrar disso, um outro pensamento ocupa lugar na nossa mente, o fato de que nada disso teria o mesmo brilho sem uma companhia.

Enquanto alguns terão o prazer de ar mais uma comemoração natalina ao lado dos familiares e amigos, para outros o feriado será mais solitário, e são essas histórias que o Primeira Página vai te contar nessa reportagem. Vale adiantar que essa não é uma matéria sobre tristeza, mas sobre a capacidade do ser humano de ressignificar os acontecimentos da vida!
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O seo Deiran Rudy Pereira, de 62 anos, mora há cerca de um ano em lar de idosos da Capital e conta que o Natal é um momento de lembranças, de criar memórias através do contato com a família e o carinho dos presentes.
A família de Deiran ficou em São Paulo quando ele veio para Cuiabá com uma das filhas, o genro e dois netos. Nesse período em que está no abrigo, os momentos em que a filha e o genro vão visitá-lo são os mais esperados por ele!
Na memória do idoso estão as lembranças de quando ava o Natal com a família, todos os anos, em uma tradição que a maioria de nós já vivenciou.
Este ano será diferente, mas a sensação de felicidade que percorre o peito de Deiran não sumirá, pois, segundo ele, os companheiros do abrigo também simbolizam uma família para ele. Veja o vídeo.
“(…) desde a infância nós vemos aquilo como receber um presente e tem outro significado o Natal. (…) é mais um Natal na vida que eu gosto de comemorar porque é uma coisa em família, né?! e aqui nós somos uma família (…) receber uma visita, nossa.. você abre a porta e os braços da melhor forma!”, conta.
Seo Deiran ou a vida trabalhando como engenheiro mecânico e também é bacharel em Direito, mas ou a desenvolver uma nova atividade desde que entrou no lar de idosos: a escrita.
É que através da composição de poesias, ele vê um meio de desabafar, se comunicar e também perceber maiores detalhes do mundo que o cerca.
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Para alguns, a data só desperta ainda mais saudade.
Manoel Campos, de 74, ou a morar em um lar que acolhe idosos localizado em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, há quatro anos – quando ou a ter problemas de saúde. Desde então, a distância dos familiares e a falta de visitas deles, é o que mais carrega o peito do idoso.
Seo Manoel conta que sempre viu uma alegria simbólica nessa época natalina, mas que este ano, o Natal ou a despertar uma certa tristeza e sensação de solidão nele.
Apesar de estar em meio a outros idosos e contar com uma equipe de cuidadores profissionais, para ele, a falta da família sempre será maior.

Ainda na região várzea-grandense, conversamos com o seo Luiz Antônio da Silva, de 78 anos, que está morando em um abrigo há cinco anos.
Ele também falou sobre a falta que sente da família, mas, que ao mesmo tempo, não deixa de ver alegria e ter esperança, principalmente nesse final de ano.
De acordo com Luiz, os outros idosos que também moram no abrigo aram a simbolizar a família para ele!

O lar de idosos 1jd6y
A Sisley Marques da Costa, que atua como assistente social no abrigo em Várzea Grande, explicou que a frequência de visitas dos familiares ao local é baixa, mas que a equipe de profissionais sempre cria atividades e vivências para tentar compensar a falta da família para os idosos.
Diariamente, os idosos ficam juntos na parte externa do abrigo e podem conversar, conhecer os companheiros, caminhar, jogar, tudo isso com o intuito de diminuir a sensação de solidão.
“No final do ano, grupos de pessoas ligam para nós querendo ‘adotar’ um idoso. Então a gente cria uma lista com o que cada idoso gostaria de ganhar e amos para essas pessoas, daí eles se juntam e trazem os presentes! Além disso, eles ainda ficam um tempo aqui conversando com os idosos, porque eles têm essa necessidade da conversa, de contar sobre o que eles já viveram!”, conta a assistente social.
Pensando na importância da convivência com os familiares, este ano o abrigo criou um grupo no WhatsApp para propor aos familiares que eles buscassem os idosos para ar o Natal em casa, mas infelizmente até o momento ninguém se manifestou, como conta Sisley.
Os cidadãos podem contribuir com a vivência dos idosos e auxiliar o lar, através de visitas no local e doações, que podem ser feitas por agendamento, através da rede social do lar.
Lembrando que, para isso, os visitantes devem seguir algumas medidas de segurança contra a covid-19, como o uso de máscaras.
Apesar de tudo isso, aquela sensação de carinho com o próximo e o desejo de estar em meio a quem nos faz bem, mantém o clima desse período natalino nos corações de todos os seres humanos, independente do que nos ocorreu durante o ano! É como se essa época tivesse a força de despertar o melhor em nós, como despertou no seo Luiz, que ainda abre o coração e deseja que tenhamos algo que até parece clichê, mas que tem um significado enorme: um Feliz Natal!