"Sou autista, mãe": poema escrito por pai revela quem é Lincoln, filho que nascia 25 anos atrás 2m2j70
Pai de dois filhos, seu Antônio Viveiros transformou a rotina e os comportamentos do caçula em uma narrativa que emociona 5d6t6k
“Sou autista, mãe”. A poesia postada nas redes sociais em 2019 vem à tona cada vez que o Facebook lembra o autor da publicação. Pai de dois filhos, seu Antônio Viveiros transformou a rotina e os comportamentos do caçula em uma narrativa que emociona.
Antônio sempre foi de escrever e ar para o papel cenas protagonizadas pelo filho foi, acima de tudo, uma tentativa de entender o mundo de Lincoln.
“Escrever sobre ele foi para tentar entender o seu mundo. Um autista é apegado a símbolos e rotinas. Tem medos diferentes”, explica o pai.

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Segundo filho do bancário aposentado e de dona Azelita Viveiros, foi quando Lincoln fez 2 anos de idade que a família começou a perceber dificuldades na fala. “A gente procurou de início uma fono que não ajudou muito, era mais difícil há 25 anos. Ela só disse que a fala ele tinha, mas não tinha a linguagem”, lembra Azelita.
Sem se lembrar ao certo que caminho levou a família até a AMA (Associação dos Amigos Autistas), foi lá que o casal encontrou mais respostas. “E fechou o diagnóstico, mas para nós não era mais uma novidade. O dilema era como lidar com ele como autista e foi este o trajeto”, relembra a mãe.
O texto escrito a partir de vivências do pai chegou a ser premiado em Brasília, no ano de 2019. “Com esse poema meu marido ganhou um prêmio, mas o melhor prêmio eu reconheço de todo meu coração é o Lincoln”, diz Azelita.
Abaixo, o poema “Sou autista, mãe”.


Sou Autista, mãe
Diz aí pro povo mãe,
não sou mais aquele menininho,
que as roupas mal paravam no corpo,
cresci, aumentei o apetite,
como de tudo, você sabe bem.
Diz aí pro povo mãe,
quando chegar nas casas que você visita
e não pedir pra ligar a TV ou o som,
ou mexer no interruptor de luz,
ou quebrar o vidro da sala,
ou pegar o refrigerante de alguém.
Diz ai pro povo mãe
que você não precisa mais se preocupar
com agendas, datas de compromissos,
aniversários de parentes ou cidades,
basta me perguntar, eu sei sem erro mãe,
a data e o dia da semana.
Diz pra eles mãe, que gosto muito,
muito mesmo de viajar,
mas minha viagem é curtinha
e quando chego, já quero voltar!
Diz pra eles mãe,
que não se importem com meus gritos,
com meus pulos também,
sou assim, Deus me fez assim,
não explicou a você ou ao povo mãe.
Não procure entrar no meu mundo
pra buscar me entender.
pois eu também não entro no seu,
porque sei que o meu é mais feliz.
Deus me fez assim,
pergunte a Ele somente
e verá que te amo mãe
e a todo esse povo também!”
Autor: Antonio Joao Viveiros
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Comentários (1) 3kf3p
Que lindo este poema Azelita.estou muito emocionada.