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Simples assim! 6b4245

Iniciativas no serviço público buscam difundir o conceito de linguagem simples para facilitar o o das pessoas à informação 3p6b58

Três em cada dez brasileiros têm dificuldades para interpretar textos. Os dados do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf) mostraram que cerca de 30% dos brasileiros entre 15 e 64 anos podem ser considerados analfabetos funcionais.

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Ilustração da cartilha ‘Como Usar a Linguagem Simples’ – Governo do Ceará

Esse mesmo levantamento revelou que apenas 12% da população brasileira adulta tem capacidade para entender textos complexos. A pesquisa foi feita em 2018. De lá para cá, com uma pandemia no meio, dificilmente essa realidade tenha tido alguma melhora significativa.

Com um cenário de limitações para tantos brasileiros, é enorme o desafio de vencer as barreiras de comunicação que existem entre o poder público e os cidadãos.

Imagine a dificuldade que uma pessoa vai ter para traduzir a seguinte mensagem: “Caso seja comprovada a hipossuficiência econômica, é facultada ao contribuinte a isenção da tarifa.”

Seria muito mais fácil dizer: “Quem comprovar renda mensal de até .x. reais não precisa pagar a taxa”. Existem várias formas de escrever essa frase de um jeito que facilite a compreensão, mas o “burocratês” muitas vezes é a linguagem dominante.

Para romper essas dificuldades, é importante que as diferentes esferas de governo criem estratégias para se comunicar melhor, para facilitar o o aos serviços públicos. E algumas boas iniciativas têm surgido para tornar a comunicação no poder público mais simples, eficiente e inclusiva.

Um exemplo é o Programa Municipal de Linguagem Simples da prefeitura da cidade de São Paulo, que desenvolve ações para simplificar a comunicação, mantendo a formalidade que o serviço público pede.

Um dos objetivos é reduzir desigualdades. O programa traz orientações sobre como elaborar documentos com uma linguagem menos burocrática e de mais fácil compreensão por parte da população.

O projeto mede o grau de dificuldade de cada documento e propõe mudanças. A equipe também ajuda a simplificar o documento.

Iniciativas semelhantes de todas as partes do país estão reunidas na Rede Linguagem Simples Brasil, lançada em março de 2021.

O objetivo é disponibilizar conteúdo, materiais e experiências para servidores públicos que quiserem conhecer a pauta ou aplicar esse tipo de linguagem no órgão em que atua.

A ideia de criar a rede foi da Heloisa Fischer, especialista em Linguagem Simples. Atualmente mais de 800 pessoas, de dentro e fora do setor público, fazem parte da Rede.

E o que é o conceito de Linguagem Simples? 3l4c59

É uma técnica de comunicação para tornar textos mais íveis e fáceis de ler e entender. A Rede Linguagem Simples Brasil defende ainda que é também uma causa social, pois proporciona o o efetivo a direitos e deveres de cidadãs e cidadãos.

O texto está simples quando a pessoa:

  • encontra rapidamente o que procura;
  • entende imediatamente o conteúdo que encontra;
  • usa facilmente a informação.

Em 2020 o Estado do Ceará implantou o Programa Linguagem Simples, por meio do ÍRIS, Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará.

Uma das metas é estimular uma nova cultura de linguagem no serviço público, centrada nas necessidades do cidadão-usuário.

Romper com a cultura da escrita complexa é a prioridade. A intenção é tornar o Programa uma política estadual.

Para isso, o poder executivo enviou para a Assembleia Legislativa o Projeto de Lei n. 139/22 para instituir a Política Estadual de Linguagem Simples.

Um exercício proposto é colocar-se no lugar de quem precisa ou faz uma solicitação ao governo. Outra dica para simplificar é dividir textos em parágrafos curtos e usar, quando necessário, marcadores de tópicos para separar informações, além de imagens, ilustrações ou fotos para reforçar a mensagem.

O programa do governo cearense também orienta que não sejam usados termos técnicos e siglas sem explicar o que significam.

Outro projeto com a mesma proposta – simplificar a comunicação entre poder público e comunidade – vem do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e também foi incluído na Rede Linguagem Simples Brasil.

Uma comissão coordenada pela revisora de textos Sandrine Robadey Huback criou a Cartilha Orientativa sobre o Uso de Linguagem Simples no Contexto do IFMT.

“Produzir uma comunicação eficiente é um desafio: diante das normas que regem a redação oficial, ficamos perdidos no meio de palavras complicadas, jargões e frases complexas”, destaca Sandrine, coordenadora da comissão responsável pela cartilha.

Ela acredita que é preciso mudar a mentalidade para que o servidor público entenda que o uso de uma comunicação menos rebuscada não vai desvalorizar a linguagem e os documentos.

Sandrine Huback, revisora de textos no IFMT, explica sobre a importância da Linguagem Simples

Para mostrar a importância de usar uma comunicação clara e ível no setor público, Sandrine ministrou aula sobre o uso da Linguagem Simples (LS) para estudantes do curso de Tecnologia em Gestão Pública do campus do IFMT Várzea Grande.

A revisora ressalta que é essencial que o tema esteja presente na formação acadêmica e profissional de pessoas que futuramente vão atuar no serviço público.

Para dar continuidade a esse trabalho, Sandrine Huback conta que, além de lançar uma versão atualizada da cartilha, a equipe deve também criar material audiovisual para publicação nas redes sociais, visando alcançar mais pessoas.

Ofertar treinamentos sobre Linguagem Simples aos servidores do IFMT também está entre os planos. Ela considera que é preciso construir uma nova cultura no serviço público para implementar um jeito mais simples de se comunicar.

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Alunos do curso de Tecnologia em Gestão Pública do IFMT têm aula sobre Linguagem Simples. Foto: IFMT

Vale destacar que, pela Lei de o à Informação (Lei 12.527/2011), órgãos públicos têm o dever de divulgar informações de maneira compreensível, para garantir a transparência na istração pública. Usar linguagem que as pessoas entendam é fundamental. Simples assim!

E se você gostou do tema, reveja algumas das colunas já publicadas que também abordam a simplificação da linguagem: 47s5g

O idioma juridiquês (clique AQUI para ler)
Comunicação na relação paciente – profissional de saúde (clique AQUI para ler)
A dificuldade de falar fácil (clique AQUI para ler)

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Comunicação de primeira, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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