Profissões tradicionais resistem à onda tecnológica 345563

Alfaiates, sapateiros e cabeleireiros compartilham suas experiências e visões sobre o impacto da tecnologia em suas profissões 4q1y3q

O avanço tecnológico tem transformado diversas áreas profissionais, mas há aquelas se mantêm graças a tradição do trabalho manual. Em Campo Grande, profissionais como alfaiates, sapateiros e cabeleireiros fazem parte do grupo que não teme a inteligência artificial.

Milton Celestino ensinou a profissão aos filhos (Vivian Krajewski)
Milton Celestino ensinou a profissão aos filhos (Vivian Krajewski)

Caio Escobar, de 62 anos, é alfaiate há mais de quatro décadas. Ele aprendeu o ofício com um amigo e, mesmo com o ar dos anos, não se sente ameaçado.

Confira a reportagem completa na Morena FM?: 5kh2u

“Não, nem um pouco, porque eu confio em mim. Tenho muitos clientes. Tenho até cliente que atendo há mais de 40 anos. Na Governadoria, por exemplo, vestido de festa, quem faz sou eu, de gala para o coral de lá. É o que eu faço, eu atendo tudo lá. E vem de fora, de tudo quanto é lugar, interior, tudo aqui. Tenho serviço demais.

Ele tem até lista de espera.”Para ser um terno, tem uns três ou quatro meses mais ou menos assim. Porque não tem como que eu atendo essas lojas. Lá do shopping eu atendo duas lojas. Antigamente tinha, a cada rua tinha dois, três alfaiates, hoje em dia não tem, tá escasso. Está acabando. Depois da pandemia, principalmente, sumiu alfaiate.”

O alfaiate Caio Escobar (Foto: Vivian Krajewski)
O alfaiate Caio Escobar (Foto: Vivian Krajewski)

A tradicional atividade de produzir peças sob medida está se modernizando. O alfaiate digital é o responsável por capturar medidas precisas em um modelo virtual. Um conceito que revoluciona a criação de roupas sob medida através da tecnologia. Mesmo assim, ele é otimista com a profissão.

“Por exemplo, essa costura que estou fazendo, o robô não faz. Estou fazendo uma calça. Isso aqui não tem como, tem que ser manual. Somente o alfaiate. O detalhe nas roupas, eu estou tanto tempo aqui dessa costura, é o acabamento. Perfeito, não tem igual.”

Sérgio Augusto dos Santos é sapateiro desde 2008. Ele pensa que mesmo com mão de obra escassa, a sapataria nunca vai deixar de existir.

O sapateiro Sérgio Augusto dos Santos
O sapateiro Sérgio Augusto dos Santos (Vivian Krajewski)

“Eu acho que vai ter continuidade, porque é uma coisa que geralmente hoje tem bastante procura, né? O pessoal sempre está consertando, graças a Deus. Futuramente a gente fala assim, a mão de obra vai ficando escassa, né? A mão de obra vai ficando escassa, pessoas para aprender, mas hoje mesmo já está difícil a mão de obra. Agora para o futuro a gente não sabe como que vai ficar. A nossa profissão acho que é uma área que a gente não se sente ameaçada desse mundo moderno aí, né? Porque vai precisar mesmo da gente, da nossa mão de obra, né? Para o futuro a gente não se sente ameaçada.”

Aos 14 anos, Milton Celestino aprendeu a arte de cortar cabelos. Hoje, aos 74, ele fala com orgulho que ensinou os filhos a missão de elevar a autoestima de todos os clientes.

“Meu pai me ensinou, depois eu ei para os meus filhos. No caso, o Edmilson, ele é cabeleireiro masculino, a Elisângela é cabeleireira feminina. A Edilene, ela fez a faculdade de estética, ela tem uma clínica e aqui estamos nós. A gente agrega os parceiros da profissão, que são uma equipe bem numerosa, de muito tempo também, barbeiros qualificados, sabe assim, bons profissionais.”

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  1. Fórum Econômico Mundial dá pistas sobre as profissões do futuro 104m2y

O mercado da beleza é um setor aquecido. 2023 fechou com 180.831 novos microempreendedores individuais registrados no setor de beleza. O segmento reúne cabeleireiros, barbeiros, manicures, pedicures, entre outras atividades do ramo. Por dia, foram quase 500 novos profissionais formalizados ao longo do ano. Os números fazem parte de levantamento feito pelo Sebrae com base nos dados disponibilizados pela Receita Federal do Brasil. Fabiano Ajala, de 39 anos, tem mais de duas décadas de experiência como barbeiro.

“Eu acredito até que o avanço tecnológico que estamos vivendo, essa era digital, tem até contribuindo com as barbearias, com os barbeiros. Tornou o nosso trabalho mais conhecido, mais relevante. Pessoas até de outras áreas nesse período migraram para a barbearia. A barbearia sofreu uma evolução nos últimos 10 anos de forma positiva.”

A barbearia era apenas um hobby nas horas vagas de Lucas de Oliveira. Formado em Engenharia de Computação, ele uniu o conhecimento às novas habilidades. Ele enxerga o futuro de forma bem positiva e pensa que a inteligência artificial será uma grande aliada.

“Na parte de tecnologia, a gente tem muita capacidade de entregar conteúdos melhores para as pessoas arem e tornar isso mais sabido. Por exemplo, está em alta o assunto do visagismo, que é um assunto antigo, e é o fato de você poder agregar proporções no rosto ou ter uma intenção de imagem, que é algo diferente. Ter uma intencionalidade de imagem é você manipular a sua imagem para ar uma sensação, para causar algum estímulo, e isso é muito bom. Isso, usado da maneira correta, coloca a pessoa um o à frente em algumas coisas, porque a comunicação não verbal é muito boa, muito coerente. Mas ainda falando sobre a tecnologia, também vai nos ajudar a ter um atendimento melhor. E por aí vai, não vejo de nenhuma maneira que a tecnologia vá nos atrapalhar.”

Profissões que resistem ao longo do tempo. Para o gestor de projetos e especialista em tecnologia e agilidade, Antonio Coelho, nenhuma máquina é capaz de substituir o calor humano.

“As pessoas trazem elementos humanos que são insubstituíveis, as máquinas não conseguem processar isso. Sentimentos como empatia, criatividade, julgamento, interações interpessoais. Isso é muito importante. Eu nunca vi ninguém cortar o cabelo, entrar mudo e sair
calado. Sempre tem uma troca, negócios são feitos. Existem partilhas de informações, de dores e de possibilidade de negócios que dificilmente você conseguiria num chat com uma máquina ou sem ter as pessoas, sem ter a experiência das pessoas envolvidas nisso”.

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