Mulher trans de Cuiabá relata ter sofrido transfobia de agente de viagens 346127
A cabeleireira cuiabana Adrielly Ferreira Orleans Santi, com mais de 26 mil seguidores no Instagram, denunciou em suas redes sociais um ataque transfóbico que sofreu de um vendedor de agens aéreas. Segundo seu relato, um desentendimento comercial fez com que o homem a chamasse de travesti em tom pejorativo.
Neste sábado (29) é celebrado o Dia da Visibilidade Trans, data que marca a luta pelo respeito, direitos iguais e pela liberdade.
Adrielly conta que fez a compra de uma agem para São Paulo, onde faria uma cirurgia. A data de retorno para Cuiabá deveria ser neste sábado, no entanto, o vendedor recebeu R$ 700 e comprou uma agem para domingo (30).
Inconformada, ela relata que o homem desdenhou dela por ser transexual, afirmando que os “travestis pensam que são donos do mundo”, em tom de deboche.
“ei um equívoco hoje. Estou em São Paulo e eu só queria uma agem e paguei por ela para o retorno na minha cidade em Cuiabá. Um trabalhador que se diz estar no ramo há 15 anos me enganou. Usou de má-fé e, além disso, me discriminou e me tratou com indiferença. Chega! Isso não pode continuar. Somos “gente como gente”. Trabalhamos, temos família, pagamos nossos impostos”.
“Ele teve a coragem de me dizer que trabalha com milionários e quis me diminuir por eu ser travesti, enquanto eu como cliente só quis os meus direitos. Sou uma mulher trans, brasileira e mereço respeito”, disse ela.
Vendedor pede desculpas 3y2y34
O agente de viagens, Gesiel Reis, também usou suas redes sociais e pediu desculpas publicamente à Adrielly, contudo, ele voltou a afirmar que não via problema em chamar ela de travesti durante uma discussão. Ele tem mais de 10 mil seguidores no Instagram, e divulgou uma sequência de stories para apresentar sua versão.
“Estou postando uma situação que aconteceu com uma cliente. O problema que está acontecendo é que eu, por deslize, supostamente ofendi ela com palavras a chamando de travesti. Eu não vejo problema nenhum nisso (…) Como ela tinha dito que estava operada e que não podia fazer 14 horas de voo de São Paulo a Cuiabá, eu a coloquei no primeiro voo do dia seguinte, em uma viagem direta (…) Se ela se sentiu ofendida, peço desculpas, até poque tenho vários ageiros trans, gays, entre outros (…) ela gravou vários stories se vitimizando porque eu chamei ela de travesti (…) não se trata de preconceito, as pessoas também têm que aprender a ouvir”, disse ele.
