Se tem uma coisa que o campo-grandense gosta é de uma modinha. A capital de Mato Grosso do Sul já viveu a febre das chiparias, do açaí, das barbearias e chega aos 124 anos com as feiras em alta. As mais bombadas do momento têm em comum o ar cult e o ponto fixo em praças.
Mas as feiras tradicionais, aquelas de bairro, ainda resistem. Foram elas as responsáveis por estabelecer a relação do povo com o comércio popular de Campo Grande, por mais de um século.
Feira livre do bairro Coophavila ll, em Campo Grande. (Foto: Adriano Fernandes)
Orgulho de quem faz 564q54
Campo Grande tem, atualmente, 37 feiras livres e outras 2 em fase de implantação. Tem feira em quase todos os bairros da cidade, do centro à periferia, levando sempre diversão para a garotada, vestuários, frutas e verduras fresquinhas e, claro, muita comida boa.
A feira do bairro Coophavila ll, no extremo sul de Campo Grande, por exemplo, bomba às terças-feiras na avenida Marinha, entre a avenida Gunter Hans e a rua dos Mariscos.
Um dos sentidos da avenida para, literalmente, para dar lugar ao corredor de barracas que se estende por pelo menos três quadras. A variedade de produtos típicos de uma feira raiz, impressiona. Conhecer as histórias de quem vive esse fenômeno atemporal também.
29 anos de feira 426q3v
Lá se vão 29 anos desde que o feirante Paulo da Silva Queiroz decidiu vender hortifrútis nas feiras de Campo Grande. Ao lado da esposa e as duas filhas, o comerciante vende alfaces, batata, cheiro verde, tomate, melão. Enfim, uma variedade imensa de verduras, legumes e frutas que são comercializadas por Paulo, não só por lá, mas também nas feiras dos bairros Moreninhas, Tiradentes, Vila Jacy e Guanandi. E a banca da família está sempre lotada e o segredo do sucesso, Paulo revela sem cerimônia e com muito orgulho.
“A tática é manter a qualidade do produto e o bom atendimento, sempre. É só atender bem, que o cliente gosta de você e volta. E também manter a qualidade da mercadoria, das frutas, das verduras, sempre fresquinhas. Além disso, a gente sempre procura o melhor preço, então, quando você une uma coisa com a outra o cliente acaba vindo, gostando e levando”, conta.
Paulo e família comercializando frutas e verduras na feira do Coophavila ll. (Foto: Adriano Fernandes)
Grande parte dos fornecedores do feirante são os pequenos produtores da zona rural de Campo Grande. A preocupação com a qualidade dos produtos ajuda manter a freguesia, mas nos últimos anos o feirante também viu a clientela aumentar, graças à tecnologia.
“Com a chegada do cartão na feira, melhorou bastante. A internet ajudou muito nas vendas, porque aquele cliente que deixava de comprar na feira porque não ava o cartão, hoje já compra porque nós temos a maquinha”, comenta.
Quem também tem o maior orgulho de tudo o que conquistou, graças às feiras de Campo Grande é a comerciante Josenilda Silva dos Santos.
“A feira para mim é tudo, tudo que eu já consegui foi graças às feiras. Criei meus três filhos, tudo na feira”, comemora.
Algumas das roupas vendidas por Josenilda na feira do Coophavila ll. (Foto: Adriano Fernandes)
Josenilda também começou a trabalhar em feiras há cerca de 30 anos, ela já vendeu de tudo um pouco, mas se encontrou nos vestuários. As barraca da feirante tem roupas de todos os estilos: shorts, cuecas, vestidos, camisetas masculinas, femininas, meias, lingeries, bolsas. Tudo a preços que cabem no bolso do cliente.
Das quatros feiras em que ela expõe os produtos, as situadas nos bairros Guanandi e na Vila Piratininga, nos finais de semana, são onde a comerciante mais fatura. Mas nem tudo são flores. Josenilda desabafa que ainda enfrenta a resistência de quem acha que as feiras, só vendem produtos de baixa qualidade.
“A gente sente esse preconceito, muitas vezes o cliente chega aqui, gosta do preço, mas diz que vai comprar na loja que vende pelo mesmo valor. Ou seja, a pessoa dá valor as coisas da loja e não dá valor ao que tem na feira, sendo que é o mesmo produto”, conta.
Patrimônio de quem vive a cidade 4j136p
Barraca de pimentas tem explosão de cores na feira do Coophavila ll. (Foto: Adriano Fernandes)
A feira do bairro Coophavila ll é o estereótipo perfeito – no melhor sentido da expressão – do que é uma feira raiz: acontece no meio da rua, cheia de gente e com aquela variedade típica do comércio popular. A riqueza está na simplicidade dos produtos e no trabalho de quem faz ela acontecer.
Tem o feirante que garante que tem o “melhor preço” aos berros, o vendedor que chama quem a para comer o espetinho, o trompa trompa de pessoas. Tem parquinhos e brinquedos de todos os tipos para a criançada. Tem doces, bolos e ervas naturais para curar ou prevenir, uma infinidade de doenças.
A banca da pimenta, parece uma pintura inundada de cores. A da farinha tem os sabores que vão deixar qualquer receita mais especial. Os lanches, as coxinhas, o sobá e o pastel frito que exala aquele cheiro irresistível de longe, são uma verdadeira tentação para quem está em guerra com a balança.
As feiras livres são estão entre os patrimônios que Campo Grande construiu em 124 anos, e também são motivo de orgulho para quem vivencia a cidade.
Barraca de eletrônicos na feira do Coophavila ll. (Foto: Adriano Fernandes)
O professor Ivan Benito lembra de quando ia à feira do bairro Coophavila ll, quando criança, só para andar de um lado para o outro. Enquanto garantia as verduras da semana e conversava com a reportagem, Ivan lembrou de algumas das fases que a feira ou.
“Em meados de 1979, a feira era realizada de manhã e se eu não me engano, a partir de 1992, ela ou a ser noturna. No início, só tinha a barraca do pastel do ´japonês´ e mais uma, só que daí foram surgindo mais opções de comida com o ar do tempo. Essa feira faz parte da vida de quem mora no Coophavila ll”, comenta.
Para o professor todo morador de Campo Grande, independente da região em que vive, deve valorizar a feira do seu bairro.
“A feira tem que ser algo tradicional, cultural, onde você acha a verdura mais fresquinha, as frutas mais frescas e tem a questão de você se socializar. É um local onde você encontra as pessoas, vê gente”, defende.
Movimento na feira do Coophavila ll. (Foto: Adriano Fernandes)
Além de uma opção para consumo, as feiras livres dos bairros de Campo Grande também são programa de lazer para quem vive longe do centro. Vez ou outra a dona de casa Maria Lúcia Coelho Garcia e o marido o militar da reserva aposentado, Antônio da Silva, dão um pulo na feirona do Copavila II.
“Não tem muito opção de lazer por aqui, então, a feira também acaba sendo boa nesse sentido. Ela é muito boa, é grande e tranquila. A gente está no sossego aqui, eu falo que a gente veio morar no sítio”, brinca a dona de casa.
O casal de mudou de Nova Andradina para Campo Grande há quatro anos e aos poucos foi construindo o hábito de ir às feiras da cidade.
“Moramos três anos lá no Santo Amaro, sempre íamos nas feirinhas, mas lá elas são menores e tem menos variedade. Lá tinha mais verduras, elas devem ter uns 100 metros de comprimento. Aqui da uns 300 metros só de feira”, comenta Antônio.
A entrevista para a reportagem ocorreu enquanto o casal simpático fazia uma “boquinha” em uma das lanchonetes da feira.
“Quando a gente vem nós fazemos uma comprinha e a aqui, come uma coxinha, toma um ‘refri’. Mas sempre não, que a gente nem pode (tomar muito refrigerante)”, sorri.
Dona Maria Lúcia e Antônio da Silva fazendo uma boquinha na feira do Coophavila ll. (Foto: Adriano Fernandes)
A queridinha do momento 5w3w72
Localizada no bairro Carandá Bosque, a Bosque da Paz é o maior case de sucesso entre das feiras de Campo Grande. Em apenas um ano, a feira já se consolidou como a maior de Mato Grosso do Sul com 550 expositores, que se reúnem, sempre no 3º domingo de cada mês. A cada edição o evento faz uma multidão de gente sair mais cedo da cama, só para curtir um dia de lazer ao ar livre.
A feira que já nasceu grande reúne algumas particularidades que a destoam das mais humildes da periferia e talvez, por isso, justifiquem tamanho sucesso. Além da localização, na área verde de um dos bairros mais nobres da cidade, o evento conta com maior estrutura para a realização de apresentações teatrais, musicais e outra infinidade de manifestações artísticas. Mas o maior espetáculo, claro, fica por conta dos feirantes.
Multidão que lotou edição da feira Bosque da Paz. (Foto: Divulgação)
O foco da feira é a economia criativa, ou seja, voltada a quem dedica todo o seu talento para produzir moda, gastronomia ou no artesanato como é o caso da artesã Elaine Guimarães Reis.
Há cinco anos ela decidiu empreender na produção de bonecas, bolsas, lembranças e demais órios feitos de tecido e em chita. Assim nasceu a marca dela, a Retalhos e Chita. Até o último ano, entretanto, Elaine só vendia as peças no boca a boca, através das redes sociais ou em bazares. A feira foi a oportunidade ideal que a empresária precisava para mostrar as peças dela, para um número muito maior de pessoas.
“Quando surgiu a feira eu já me inscrevi e deu muito certo, eu fui divulgando devagarinho e desde então não parei de vender. Eu estava fazendo os meus cálculos e conclui que não teve nenhuma edição em que eu fiquei sem vender alguma peça”, comemora.
O caráter democrático da feira também é outro aspecto que inspira a artesã.
Elaine Guimarães Reis, artesã que expões suas peças na feira Bosque da Paz. (Foto: Arquivo Pessoal)
“A feira possibilita aos expositores mostrar as suas peças mais bonitas, bem feitas e num preço bom para todos os públicos. Eu busco sempre fazer peças que todos possam adquirir e não apenas um grupo de pessoas”, comenta.
Na opinião de Elaine, outro fator que colaborou para a popularização da feira Bosque da Paz foi o período de pós-pandemia. Para a artesã, as feiras vieram para matar a saudade que todos nós estávamos de sentir o calor humano, depois de meses de confinamento e restrições.
“Acredito que as pessoas estão mais conscientes, mudaram o estilo de vida delas, elas preferem ficar mais tempo na natureza, junto da família e ao ar livre. É por isso que na feira tem muita gente com a sua cadeira praia, que leva a criançada para fazer um piquenique”, comenta.
Doçura de feira 2m6n4l
Dona Elza vendendo pamonha e curral na feira Bosque da Paz. (Arquivo Pessoal)
Quem vai a Bosque da Paz também pode experimentar a pamonha e o curral da dona Elza Silveira Cano Barbosa. Há cerca de 20 anos, ela se dedica a transformar o milho nessas duas iguarias irresistíveis. Elza já teve pamonharia na rui Barbosa, atendeu outras feiras menores da cidade e até se aventurou a vender pamonhas em Curitiba, no Paraná. Onde tem a Pamonha da Dona Elza, o sucesso é garantido.
Ela vende cerca de 300 unidades a cada edição da Bosque da Paz e a comerciante faz questão de revelar qual é o seu ingrediente principal.
“O segredo é fazer com amor pensando no próximo, quando a gente pensa no próximo também está pensando na gente, então, a gente faz bem feito e tem o retorno”, dá a lição.
Para Elza, as feiras devem continuar sendo valorizadas pelos moradores de Campo Grande.
“Além de ser um lazer para as pessoas têm muitas famílias que dependem das feiras, que necessitam desse trabalho e vão lá vender os seus produtos”, conta.
Se você ainda não conhece a Bosque da Paz, vale lembrar que a feira acontece sempre no terceiro domingo do mês, das 9h às 14, no bosque de mesmo nome, que fica no cruzamento das ruas Kame Takaiassu com a das Folhagens, no bairro Carandá Bosque.
É feira ou shopping? 3g4c1v
Povo na rua, enorme variedade de hortifrutis, o ar de improviso a cada barraca. As características típicas de qualquer feira livre foram se perdendo nos últimos anos na mais tradicional feira de Campo Grande, a Central.
Quem vai ao local, hoje em dia e não conhece a história do estabelecimento, não imagina que o centro comercial já foi uma feira raiz, ou por diversos endereços na região central de Campo Grande e teve até uma época em que varava a madrugada, e era parada obrigatória dos notívagos da cidade.
Feira Central lotada em dia de Festival do Sobá. (Foto: Adriano Fernandes)
As transformações que a Feira Central de Campo Grande sofreu ao longo de quase um século, foram objeto de estudo da doutora em História, Lenita Calado, durante o mestrado. A extensa pesquisa resultou no livro “Era uma feira onde a gente ia de chinelo…”.
Em sua obra, Lenita narra a trajetória do espaço, as histórias de quem fez e aproveitou a antiga Feira Central, no período de 1925 a 2004, quando ela saiu das ruas e se estabeleceu no complexo da Esplanada Ferroviária, organizada como um condomínio.
De 2004 para cá, a Feira Central de Campo Grande perdeu a sua essência, opina Lenita. Em dezembro do ano ado, o governo do estado autorizou o ree de R$ 25 milhões de um total de 40,6 milhões, para execução de uma ambiciosa ampliação do espaço.
O projeto de revitalização da Feira Central previa uma estrutura de dois pavimentos, com mais de 5 mil metros quadrados de área construída dando lugar a um “espaço arquitetônico moderno e funcional para apresentar os diferentes atrativos do local, entre compras, lazer e culinária”, divulgou o governo, a época. A obra, no entanto, nunca saiu do papel. Na prática, a Feira Central de Campo Grande vai ficar com cara de shopping. O que é mais uma o no processo de descaracterização da feira, segundo Lenita.
Como deve ficar um dos pavimentos da Feira Central, caso projeto de reforma saia do papel. (Foto: Divulgação)
“Eu penso, assim, que a Feira Livre Central de Campo morreu em termos de patrimônio histórico, em 2004. As transformações foram muitas e a finalidade da feira mudou, a feira se comprometeu com uma lógica mais capitalista, com a venda de um produto para o turismo, como se isso bastasse para manter um patrimônio. As festas que são feitas na feira atraem grande número de público, são festas plenamente comerciais, são músicos contratados de fora, grandes shows e tudo para levantar o movimento e a antiga Feira Central de rua, não precisava disso. Ela era algo que existia por uma necessidade, de uma característica do campo-grandense em pertencer àquele lugar e ele ser característico da cidade de Campo Grande”, comenta a historiadora.
Lenita também chama a atenção para o prejuízo que uma obra desse porte, pode gerar à memória da cidade já que seria construída na Esplanada Ferroviária, que o coração do patrimônio histórico de Campo Grande. Para a historiadora, o projeto deveria ser repensado para preservar a essência do que foi a Feira Central no ado, ou mesmo ter parte dos recursos revertidos para melhorias da outras feiras da cidade.
Vista aérea de como será a Feira Central de Campo Grande, caso projeto de reforma saia do papel. (Foto: Divulgação)
“Eu acho que esse tema deveria ser mais debatido, para analisar se todo esse investimento de dinheiro público vai agradar a população em geral. Será que as pessoas que já não vão na Feira Central vão querer que esse dinheiro seja gasto num outro shopping, mercadológico, no meio da Esplanada Ferroviária?”, pontua.
Criticas a parte o fato é que a reforma da Feira Central de Campo Grande, ainda não tem data para ocorrer. A previsão inicial era de que as obras começassem no primeiro semestre deste ano. No entanto, o projeto está parado “por questões burocráticas”, segundo a assessoria de imprensa da Feira Central. A reportagem também questionou a prefeitura de Campo Grande e o governo do estado sobre prazos e o porque a obra não foi iniciada e aguarda retorno.
Cronologia histórica da Feira Central 252b43
Lenita lembra que os primeiros feirantes da Feira Central começaram a se reunir em meados de 1921, 1922, mas ela só foi regulamentada, em 1925. A feira funcionou onde era o estacionamento do Mercadão Municipal até 1955 quando foi transferida para a rua 15 de Novembro, entre a avenida Calógeras e a 14 de Julho. Ali, a feira permaneceu até 1958 ano em que mudou de endereço, mais uma vez, para não fazer concorrência com o recém-inaugurado Mercadão.
De 1958 a 1964 a feira foi realizada na rua Antônio Maria Coelho entre a Pedro Celestino e a 13 de maio. A nova mudança de endereço, em 64, ocorreu sob a justificativa de que a feira estava muito próxima de escolas e da Santa Casa de Campo Grande. Foi então que ela ou a ser realizada na rua Abrão Júlio Rahe – nas imediações onde hoje é a Igreja Universal – e ali viveu o seu auge até 2004.
Foto de como era a antiga Feira Central de Campo Grande. (Foto: Roberto Higa)
“A Feira Livre Central dessa época se estabelecia como uma feira de rua, mas já com algumas características diferentes que a destacavam como um evento único na cidade, um evento diferenciado de outras feiras. Tinha o sobá típico de Okinawa, com suas características do sobá autêntico, eram produtos muitos frescos, então tinham hortifrútis, as barracas de alimentação tinham o seu pão caseiro, queijo, doce de leite, todo tipo de fruta, o espetinho com mandioca. As mesas tinham aquele banco cumprido, geralmente feitas com madeiras bem antigas, pintadas, muito simples com aquele encerado, aquela toalha plástica. Tudo era muito simples, mas ao mesmo tempo muito interessante”, lembra, Lenita.
Como toda boa feira, a antiga Feira Central também era democrática, reunia dos mais humildes aos endinheirados da cidade, conta a historiadora. E variedade é o que não faltava.
“A feira atraía os indígenas que levavam os seus produtos, os expunham no chão ou nas bacias e ali tinha o pequi, o milho, o quiabo. No cruzamento com a José Antonio também tinham as barracas de secos e molhados, que eram arroz, feijão, a farinha, o óleo. Então era um grande comércio a céu aberto e sazonal, porque ela acontecia na quarta e no sábado. Essa confraternização, essa sociabilidade que existia na feira era muito típica e muito característica dessa Feira Livre Central de Campo Grande”, completa.
Todo mundo ama 4h3x1s
Peças expostas na Feira da Praça da Bolívia, em Campo Grande. (Foto: Divulgação)
Na opinião de Lenita, a transferência da Feira Central para a Esplanada Ferroviária também contribuiu para o aumento no interesse do campo-grandense pelas feiras livres dos bairros.
“As feiras dos bairros deram um salto de qualidade e também de visitação, quando a Feira Central muda para a esplanada. As pessoas começaram a ficar mais nos seus bairros e foram buscar neles, aquilo que acontecia na Feira Central. Então os moradores aram a gostar mais destas feiras que são realmente mais típicas, que mantém o sobá, o pastel e o espetinho com mesas individuais e que não viraram restaurantes. Que mantém as frutas e verduras mais frescas possíveis e a simplicidade do atendimento ali na rua. Eles foram buscar nas feiras dos bairros, os produtos e também a sociabilidade dessa feira mais popular, mais de rua, mais aberta”, comenta.
Opção é o que não falta 1u4s3l
O boom de feiras que ocorreu desde o último ano, em Campo Grande é uma prova de que o campo-grandense, sem dúvida, ama uma feirinha. Seja nas ruas, nas praças ou nos bosques da cidade.
A feirinha Arte com Missão, por exemplo, acontece em todo primeiro sábado do mês, durante a tarde, no estacionamento da igreja Holiness de Campo Grande, na rua São Geraldo, esquina com a Tonico de Carvalho. O evento é programa imperdível para quem ama a culinária oriental. Acompanhe a programação da feira, aqui.
Meninas atendendo os clientes da feira Arte com Missão. (Foto: Divulgação)
Já a Bosque Camburé, na Rua João Escobar transformou espaço que já foi até lixão em ponto cultural em pleno bairro Oliveira II. O evento acontece das 18h às 22h e as datas são divulgadas pelo Instagram @bosquecambure.
Tão tradicional quanto a Feira Central a feira da Praça da Bolívia, reúne o melhor da gastronomia, dança e música do país vizinho. A feira acontece todo segundo domingo do mês, das 9h até 14h na Rua Barão da Torre com a Rua das Garças. Confia as próximas edições, aqui.
Independente da gama de alimentos, roupas ou artesanatos, as feiras têm contribuído para tornar Campo Grande mais diversa e interessante, no ano em que completa 124 anos. Elas geram fonte de renda para os feirantes e agregam ainda mais valor a cultura da capital de Mato Grosso do Sul.
Fim de tarde em dia de feira no Bosque Camburé. (Foto: Divulgação)
“É imprescindível para a economia da cidade, para essa sociabilidade que a gente tanto fala, que existam esses lugares, esses eventos na cidade, esses movimentos que trazem as pessoas para a rua. O poder público tem que fomentar, ajudar que esses movimentos sejam fortalecidos e tenham continuidade porque eles também geram renda, atraem o turismo. Campo Grande pode ser referência como uma capital que tem esse grande número de feiras, nós temos tantos parques, um clima bom que propiciam essas atividades”, ressalta a historiadora.
Ficou curioso para saber qual a feira mais próxima aí da sua casa? Confira os endereços e horários de todas as feiras livres de Campo Grande, abaixo.