Michele celebra trajetória de mulher trans com casamento dos sonhos 1b354k
Michele entrou na cerimônia ao lado dos dois pais e escolheu a cor de rosa para o vestido em referência a festa de 15 anos que não pode ter 6f58o
O casamento da colorista Michele Rodrigues Marques, de 46 anos, não celebrou apenas a união dela com o marido, David Wilson de Lima, de 41 anos, mas toda a trajetória de uma mulher trans que teve de deixar Mato Grosso do Sul para realizar sua transição, mas voltou para mostrar que é possível “realizar sonhos e contar uma história diferente do que a sociedade está acostumada a ver”.

Com vestido de noiva cor de rosa e ao lado de seus dois pais, o biológico e do coração, Michele apresentou uma narrativa de aceitação, amor e conquista do direito de ser quem é, neste domingo (22), em Campo Grande.
“Queria mostrar para a minha família, para a sociedade, para todo mundo que é possível encontrar o amor, fazer um casamento, viver de forma diferente, contar uma história diferente do que a sociedade está acostumada a ver”, explica.
Michele se reconhece como mulher desde criança e afirma que nunca vivenciou nenhum tipo de preconceito da família em relação a isso. Porém, sabia que para realizar o seu processo de transição precisaria deixar a cidade onde nasceu, o pequeno município de Antônio João, a 300 km de Campo Grande, e com pouco mais de 9 mil habitantes, segundo população estimada em 2021 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Durante 20 anos, ela morou em Curitiba (PR), onde estudou e fez a transição, mas, a distância da cidade natal não afastou dela os sonhos de menina: casar com vestido de princesa, no estado onde nasceu e agora mora novamente, recebendo o carinho de parentes e amigos e, claro, entrando na cerimônia ao lado de seus dois pais, Bernardo Marques, o biológico, e Ramão dos Santos, o de coração.
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Vestido cor de rosa 1d6s4z
O vestido cor de rosa, no estilo princesa, foi a realização do sonho da menina que não pode ter uma festa de 15 anos porque ainda não tinha ado pela transição.

A entrada com os pais biológico e do coração foi um agradecimento pelo amor recebido durante toda a vida. Teve também balão vermelho para representar a mãe que morreu em 2019 e músicas com importância para o casal. Naquele momento, ela lembrou até do fato de ter conseguido retificar o nome dos documentos.
“Não foi só uma festa de casamento, foi a celebração de uma trajetória inteira”, pontua Michele.