Força de mãe fez Janaína renascer após chegar a 1% de chance de vida 3y3836
Complicações pós-parto colocaram vida de Janaína em risco 8v1l
Ser mãe por si só já é um ato de resistência e resiliência, mas algumas histórias são dignas de um capítulo particular neste grande livro chamado maternidade. É o caso de Janaína Vargas Bonfá, 38 anos, que, após complicações no parto, se viu com apenas 1% de chance de sobreviver.

Dizem que, ao se tornar mãe, a mulher renasce. Janaína de fato renasceu, junto da filha Ana, caçula de quatro irmãos. A jornada rumo ao nascimento da quarta filha começou já com um desafio: descolamento de placenta na 12ª semana de gestação, hemorragia e hematomas que significavam riscos sérios.
Ela precisou ficar meses em repouso absoluto, mas venceu a batalha. Na reta final, mais uma notícia que colocou a família em alerta. O diagnóstico de placenta prévia total, condição que impedia o parto normal, e fez com que uma cesariana fosse feita.
Com 37 semanas e 4 dias, Ana nasceu. De início, a história parecia correr para o final feliz, porém, logo após dar à luz uma vida, ela iniciou árdua luta pela própria.
Filha bem, mãe na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital da Unimed. Foram quatro cirurgias, sendo uma histerectomia (retirada do útero) de emergência e, no total, 13 dias de intubação, em coma, após muita hemorragia.

A fala que ninguém quer ouvir, muito menos quem acabou de gerar uma vida, ecoava na sala: o estado era gravíssimo. Os médicos se debruçaram ao caso e fizeram tudo o que estava ao alcance para mantê-la viva.
Mas a operação de salvamento ia além. Religiosa, ela atribui sua inacreditável recuperação à soma do trabalho dos médicos, à corrente de oração formada por familiares, amigos e até desconhecidos que se revezavam 24 horas por dia, pedindo a Deus por um milagre.
“Mesmo quando via apenas 1% de vida em mim, a equipe médica não desistiu e, junto dela, pessoas oravam a todo tempo por mim. Isso me emociona profundamente até hoje”, lembra.
As vozes formaram coro tão grande que chegaram aos céus. Quando o calendário marcou 10 de março, uma segunda-feira, Janaína acordou do coma.

“Foi lindo ver a alegria dos médicos, do Dr. João Ricardo, Dr. Alexandre Cabral, minha obstetra, Dra. Meire do Rosário e tantos outros que também cuidaram de mim, com enfermeiros, técnicos. Então a gente sabe que foi um milagre sair dali com vida e sem nenhuma sequela”.
Vinte e um dias depois, mãe e filha puderam finalmente se encontrar. De lá para cá, não se desgrudaram mais e assim vão ar este domingo (11) de Dia das Mães, regido por uma palavra que pode até ter apenas três letras, mas, agora mais do que nunca, tem um significado gigante para Janaína.