Estudantes com mais de 40 anos provam que sonhos não têm idade 5f211u

Último censo da Educação Superior aponta que 600 mil pessoas com mais de 40 anos estavam matriculadas em universidades do país 604j1r

Um vídeo de três estudantes debochando de outra universitária com mais 40 anos viralizou nas redes sociais na última semana e trouxe à tona o debate sobre etarismo, ou seja, o preconceito e discriminação envolvendo idade. A atitude das alunas causou indignação e mostrou total desconhecimento da realidade de muitas pessoas, como alunos de Campo Grande, que provam todos os dias que sonhos podem ser realizados em diferentes fases da vida.

? Ouça a reportagem completa produzida pelo repórter da ? rádio Morena FM, Michel Pena: 6x253t

Estudantes
Os estudantes Flaviane e Antônio (Foto: Arquivo Pessoal)

Marli da Silva, de 65 anos, voltou aos bancos de uma universidade depois de três décadas para se especializar em gerontologia. A conclusão do curso ocorreu no ano ado. Ela sentiu a necessidade de voltar a estudar após a criação dos filhos e por se sentir sozinha em um apartamento grande.

“Eu falava para eles [para os colegas] que eu me sentia invisível no apartamento. Eu precisava ocupar a minha mente porque conhecimento nunca é demais”.

Ela gostou tanto do acolhimento da Universidade Aberta à Pessoa Idosa, a Unapi, programa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, que pretende voltar à sala de aula e ainda levar uma prima.

“Eu tive muito apoio, muito acolhimento. Em primeiro lugar do meu filho que me apoiou muito pra fazer o curso e gostei demais. Esse ano vou retornar de novo, inclusive vou levar comigo uma prima minha pra fazer junto comigo”.

Marli da Silva

Infelizmente, nem todos os estudantes se sentem amparados como a Marli. Em um vídeo, que viralizou na internet no final de semana, três amigas, reunidas no que parece ser o pátio de uma Universidade, falam de uma colega de turma com mais de 40 anos.

O vídeo foi postado em um grupo de amigos no Instagram, mas acabou viralizando nas redes sociais e causou indignação. Afinal, é possível impor a alguém um limite de idade para começar uma nova carreira? Para ir em busca de um sonho, que pode ter ficado guardado no tempo por diversos motivos? Para quase 600 mil pessoas com mais de 40 anos, a idade não é relevante. Elas estavam matriculadas em universidades, segundo o Censo da Educação Superior de 2021, do MEC (Ministério da Educação).

Seo Antônio Flávio Ferraz, 66 anos, é engenheiro civil, mas cursa psicologia
Engenheiro Civil Antônio Flávio Ferraz, 66 anos agora cursa Psicologia (Foto: Arquivo Pessoal)

Antônio Flávio Ferraz, 66 anos, é engenheiro civil desde 1978. Após quase 40 anos projetando e construindo casas, decidiu que queria mais um curso superior no currículo.Ele está no 9º semestre de Psicologia. “A psicologia para mim é um sonho que nasceu há mais ou menos 35 anos”.

Na mesma turma, que começou em 2019, está Flaviane Barbosa Araújo, de 49 anos. Ela é formada em Pedagogia, mas a Psicologia sempre foi o grande sonho.

“Eu queria fazer. Era um sonho, mas quando eu fui fazer a primeira faculdade, meus filhos eram pequenos e eu não tinha condições de deixá-los com alguém e de ter tanta dedicação para o curso igual hoje”.

ados 4 anos de estudos, seu Antônio e Flaviane nunca se esqueceram da recepção da turma, formada na maioria por jovens.

“Eu fiquei impressionado desde o 1º dia de aula. Que jovens acolhedores! Que ambiente cheio de esperança. Esse eu faço questão de falar essa palavra com firmeza porque é o maior presente que eu estou recebendo. Essa esperança veio dos colegas, veio dos professores, veio da universidade”.

Antônio Flávio Ferraz, 66 anos.

“Então quando a gente começou esse pessoal tinha 17 né? Então era da idade do meu filho e foi muito tranquilo, nós fomos muito bem acolhidos, nós sempre tivemos nossos grupos de trabalhos, grupos de estudo e sempre foi muito mesclado, nós conseguimos estudar com todos os colegas de turma”.

Rui Minoru Watanabe, de 71 anos, formado em istração de Empresas desde 1974 é outro exemplo de quem escolheu a melhor idade para voltar a estudar. Ele optou por um curso de extensão na Universidade Aberta à Pessoa Idosa, mas numa área em que nunca havia trabalhado. O acolhimento da turma foi fundamental.

Reunir gerações no mesmo espaço, proporcionar troca de experiências, visões de mundo e perspectivas de vida totalmente diferentes é um ganho e tanto quando se tem uma sala com pessoas de diversas idades, conforme enfatiza a coordenadora da UnAPI/UFMS, Camila Guimarães Polisel.

É que eles se integram muito bem com a comunidade universitária, então existe uma troca de experiência muito produtiva, são três gerações no mesmo espaço: os idosos, os professores e os acadêmicos. É um ambiente riquíssimo para construção e compartilhamento, de experiências, de saberes, eles fazem novos laços de amizade.

“Aconselho que as pessoas idosas, saiam de casa, saiam do seu apartamento, vão até a universidade, façam algum curso”.

Marli da Silva, de 65 anos,

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