E se você fosse promovido sem mérito algum? O livro Repartição questiona o valor das pessoas na sociedade 1y223n

Quantas pessoas você conhece que só repetem as ações dos outros e nem sabem o que estão fazendo? Agora, imagine isso dentro do mercado de trabalho ou num país inteiro. Se tem uma coisa que está no nosso dia a dia é o quanto nós pensamos sobre ser promovido e o quanto a gente batalha para isso. O livro de hoje: Repartição faz parte da coleção de ”Contos Estranhos” do escritor e dramaturgo Eduardo Mahon.

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Esse é um texto inédito que chegou aqui na nossa caixa de leitura. Então, te apresento Expedito Simões, um funcionário comum que faz parte de uma multidão de anônimos que vivencia um trabalho burocrático e maquinal. Sem qualquer razão aparente, recebe uma promoção e se torna coordenador de seu departamento. A partir de então, o protagonista precisa conviver com a própria angústia por não ter mérito algum. Para o escritor, o leitor se depara com uma

“O conto vai provocar o leitor a refletir quais são as bases da valorização que a sociedade dá aos cargos ou as pessoas, e sobretudo quais são os fundamentos que nós utilizamos para valorar as pessoas”, detalha.

Uma boa dose de ironia é usada pelo autor para equilibrar o sentimento humano diante do inexplicável. Afinal de contas, até onde chegará Expedito Simões? E o livro já alcança boas críticas, o escritor e professor da Universidade Federal do Estado de Mato Grosso (UFMT), Clark Magabeira fala sobre a percepção da obra.

“Então é uma crítica à burocracia, uma crítica ao cenário político contemporâneo. Então o que me despertou essa ironia, esse tom cômico. E um certo desespero, porque pra finalizar estamos pensamos um livro que traduz a crítica social a parte de uma sociedade atual, que não dá valor a intelectualidade, as artes e a cultura e prefere mais os carimbos que são mais fáceis de fazer do que de fato uma reflexão profunda sobre mudanças e outras questões sociais”, disse.

Expedito Simões, nosso personagem do livro Repartição faz parte de uma história questionadora. Para Ewerton Rezer Gindri doutor em Estudos Literários, pela Unemat, e professor de língua portuguesa e literatura na rede estadual de ensino de Mato Grosso, Simões faz pensar sobre a estrutura social, aliás temos Expeditos Simões por muitos lugares.

“O Expedito Simões nos faz lembrar de muitas pessoas, mas também o enredo nos faz pensar uma estrutura social, pais e uma nação em que favorece-se a alienação”, explicou ao PP.

O conto foi publicado pela editora Carlini & Caniato e está disponível no site da editora. Qual livro faz você pensar sobre muitas coisas? Aqui você pode falar sobre uma obra que escreveu ou um livro que faz diferença na sua vida. E aí? tá lendo o quê?