"Dry January": Janeiro Seco propõe ficar 31 dias sem álcool; você conseguiria? 4s6l2k
“Dry January”, que na tradução livre significa “Janeiro Seco” é um movimento que surgiu no Reino Unido, ganhou força nos Estados Unidos e, consiste em ficar o mês todo sem ingerir bebida alcoólica. Por aqui, a ideia até ganha adeptos que usam o início de janeiro para “desintoxicar” depois de toda comilança e bebedeira das […] 4e564b
“Dry January”, que na tradução livre significa “Janeiro Seco” é um movimento que surgiu no Reino Unido, ganhou força nos Estados Unidos e, consiste em ficar o mês todo sem ingerir bebida alcoólica. Por aqui, a ideia até ganha adeptos que usam o início de janeiro para “desintoxicar” depois de toda comilança e bebedeira das festas de fim de ano. Mas será que alguém consegue ficar 31 dias sem beber uma cerveja em um período tão quente?

“Dry January é o que estou fazendo, ou melhor, tentando”, responde o professor Enrique Vianna, de 31 anos. Ele ouviu falar do termo na Escócia à época em que fez mestrado na Europa.
Já de volta a Campo Grande (MS), resolveu tentar fazer do “janeiro seco” sua meta de começo de ano. “Depois dos excessos das festas, estou com vontade de focar em outras coisas, metas para emagrecer, então é um pouco de tudo”, explica Enrique sobre a motivação.
Com o olhar de quem já viveu lá fora, Enrique acredita que o costume pode não vingar em Campo Grande justamente pelo clima. “Aqui é quente, tem muita gente de férias e ainda temos o Carnaval em fevereiro. Então, acho que as pessoas desistem ou não veem motivos mesmo. E aqui ainda temos a tradição da quaresma”, comenta o professor.
Benefícios do “Dry January” 426f27
Nutricionista funcional integrativa, Luanna Caramalac Munaro explica que os benefícios de ficar sem ingerir bebida alcoólica por um mês são imensos.
“Quando a gente evita a bebida alcoólica, observa uma disposição, uma energia muito maior, um aumento da imunidade, um sono que é muito mais reparador. Melhora o organismo como um todo e até na parte estética, porque a celulite também é um processo inflamatório”, pontua.
No caso dos brasileiros, o consumo de álcool é até cultural, perspectiva que também é ponderada pela nutricionista. “A gente tem muito dessa cultura que liga comemoração à comida e bebida. Tem também a questão do nosso clima que é tropical e favorece a procura por bebidas refrescantes, mas vale lembrar que a gente tem várias opções de drinks sem álcool”, recomenda.
Para quem costuma beber constantemente, ficar sem a bebida tende a ser uma pouco mais difícil porque o consumo já se tornou um hábito. “O cérebro já está condicionado a ingerir bebida alcoólica naquele período. Então, pode ser que para esta parte da população seja um pouco mais dificultoso, mas não é impossível”, explica.
Dicas 5h6r3k
Para quem quer seguir à risca, a nutricionista recomenda não comprar em casa e evitar a oferta fácil. “Tudo o que tem oferta fácil é mais fácil da gente cair em tentação. Então, a dica número 1 é evitar comprar, evitar ter em casa e evitar tudo o que você sabe que vai ter o fácil a essas bebidas”, orienta.
E se bater aquela vontade doida e você não resistir à tentação, não se culpe e recomece. “O padrão de pensamento é muito importante neste momento, às vezes a gente acaba deslizando e perdendo o ritmo e fica com o ‘já que eu fiz, já que eu botei tudo a perder, agora não dá mais’. Mas, se por ventura, você cair em tentação, recomece.

“Zero álcool” 1u5k1
Estudante de psicologia, Isabelle Ramos e a namorada, a pedagoga Jessika Rabello, ficam sem beber da virada do ano até o Carnaval. As duas são adeptas do zero álcool em janeiro, mas até então desconheciam o “Dry January”. “Virou uma tradição entre a gente dar um tempinho na gelada e eu fico sem beber até o meu aniversário, que cai sempre no Carnaval. Sem beber parece que consigo alinhar algumas coisas e dar aquela desintoxicada”, fala Isabelle.
O casal é do candomblé e aproveita o período para purificar. “O que muda para mim é a consciência física, corporal e espiritual”, completa Jessika.
Elas não deixam de sair só por não beberem e até fazem isso como um propósito, de aprender a se divertir sem o álcool. “Para quem tem costume de ficar com a garrafa na mão, eu aconselho comprar uma de água logo no início. Se embriagar é cultural, né? Então a gente força atitudes que só viriam quando se toma cerveja, como dançar, brincar, ser livre e tornar público, porque as pessoas sabendo ficam na torcida e também vigiando”, indica.