Dom Mário: novo arcebispo de Cuiabá quer continuar trabalho da igreja 5r5g1w
Do interior de São Paulo, mas se considerando um paranaense de vida, Dom Mário Antônio da Silva começa neste domingo (1º) sua caminhada na Arquidiocese de Cuiabá. Aos 55 anos, ele será de agora em diante o novo arcebispo de Cuiabá, em substituição a Dom Milton Santos, que renunciou a sua função depois de quase 20 anos à frente do cargo. Em entrevista ao Primeira Página, o religioso destacou que deve continuar o trabalho da igreja realizado aqui.

Segundo o padre, a caminhada no catolicismo aconteceu desde pequeno dentro da catequese, missas, formações e outros projetos. Porém, no ano de 1991 ele foi ordenado como sacerdote e depois ou por estados como Amazonas e Roraima até chegar em Mato Grosso.
Na capital, para ele o primeiro o será estudar como os trabalhos da igreja têm sido realizados.
“A minha consciência é de chegar aqui e poder seguir em frente com a missão, principalmente dos bispos anteriores como Dom Bispo e Dom Bonifácio, que foram os dois últimos. A primeira atitude será tomar conhecimento dessas prioridades”, destaca.

A princípio, o religioso diz que não tem em mente nenhuma mudança à vista, no trabalho que é realizado pelo catolicismo em Cuiabá, mas que isso também não está totalmente descartado.
“Primeiramente tenho que tomar conhecimento do que eu vou encontrar e depois vou saber sobre a possibilidade de renovação (…) eu vou chegar em uma arquidiocese que eu não conheço. A primeira pergunta que eu fizer é quem é o diferente? O diferente sou eu”, diz.
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Recentemente, a igreja em Mato Grosso foi abalada por uma situação relacionada à convivência nos templos. O padre Nelson Koch, que atuava em uma paróquia de Sinop, a 503 km da capital, foi apontado como autor de pelo menos cinco abusos, que teriam ocorrido com crianças e adolescentes que serviam na igreja.
Mesmo sem ter muito conhecimento do que ocorreu, Dom Mário fala que comprovadas situações como essas, são imperdoáveis perante ao clero. Além disso, relata que a religião está há muito tempo preocupada com isso.
“A questão dos abusos, principalmente com crianças e adolescentes, são inaceitáveis. Já existe dentro da arquidiocese alguns mecanismos que irão tratar esses assuntos de uma forma muito mais rígida e séria. Também teremos que colocar em prática formações mais rígidas, principalmente sobre aqueles que servem”, alerta.
Perda de fieis 6s2z3v
Nos últimos anos, o catolicismo tem perdido fieis, principalmente para as igrejas evangélicas de todo o mundo. O padre diz saber que isso vem ocorrendo e que o fato causa uma indagação à igreja de um modo geral.
Para ele, no entanto, tal assunto não deve ser visto como uma ‘disputa’ entre templos.

“A gente sabe que muitos deixam o convívio no momento de dor e de sofrimento. Em todos esses casos, temos que ser samaritanos, precisamos ir ao encontro dessas pessoas, não por interesse de que nos deixem, mas para que possamos vivenciar o evangelho e a fraternidade entre nós”, destaca.
Uma saída apontada pelo padre para fazer com que esse fieis possam voltar é buscar mais “formação para todos e investimento no amor”.
A pandemia também foi responsável por tirar alguns do convívio nos templos cuiabanos, do estado e do mundo. Ele relata que agora, com um pouco mais de flexibilidade, grande parte está sendo “resgatada” pela acolhida feita principalmente pelos seus seguidores.
Bispo e Papa Francisco 595u3m
O Papa Francisco, figura de maior autoridade no catolicismo, atualmente tem sido mais acolhedor nos assuntos mais delicados, como por exemplo tudo aquilo que se remete à comunidade LGBTQIA+ e também a casamentos na igreja, que segundo o catolicismo, não podem ser cancelados.
Quanto a isso, Dom Mário destacou que para ele Francisco tem atuado com severidade, mas com compaixão a todos que de alguma forma pertencem ao catolicismo. “Papa Francisco é um bom pastor, sabe se abaixar e servir, a exemplo de Jesus no lava pés”.
Aos que aguardam o sacerdote assumir a posição de condutor da igreja católica na capital, ele deixa uma mensagem acolhedora a todos.
“Deixo uma mensagem de esperança. Vou viver uma nova missão ao lado de tantas pessoas que vão me ensinar e que me darão a oportunidade de que possamos construir juntos um caminho de liberdade e dignidade para todas as pessoas”, conclui.