Dois anos após o planejado, Odin reencontrou família na Itália, mas marcou para sempre coração de "babá" em MS 3l4i33
Tatiana e a família se mudaram para a Itália em 2019, mas pandemia atrapalhou o reencontro com Odin, que durante todo esse tempo foi cuidado pela pet sitter Bianca 5i5f4v
Dois anos e quatro meses depois do planejado, Odin finalmente cruzou o Atlântico para ficar ao lado da família. Mas, engana-se quem pensa que nesse tempo todo o cão Golden Retriever de oito anos não fez morada no coração de outra pessoa.

A pet sitter responsável pelo seu cuidado, a jornalista Bianca Bianchi, 34 anos, descobriu ao lado dele uma companhia capaz de amenizar a solidão da pandemia e as perdas que viveu no último ano.
“amos juntos por uma pandemia – durante a qual, inclusive, eu adoeci, e minha única companhia foi você. Isolamento e home office, só nos dois. Mudança de casa, mudança de emprego, cirurgia de urgência, o falecimento do meu pai (não ligue, quando ele te chamava de ‘grandão babão, era o jeito carinhoso dele). Duas internações da minha mãe, três aniversários seus, dois meus, dois natais, dois réveillons, várias crises de ansiedade e de choro. De riso então, nem se fala”, se declarou Bianca para Odin, nas redes sociais.
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E não é por menos. Quem acompanhava as publicações diárias com fotos e vídeos de Odin sabe que os dois desenvolveram uma conexão quase imediata. Ah quem falasse que ela nem deveria devolver o amigo, o que Bianca garante, em entrevista ao Primeira Página, nunca ter ado pela cabeça dela. “Eu sempre tive na minha mente, o Odin não é meu, um dia ele vai partir”, afirma.
Mas, “é difícil não se apegar, porque ele veio para mim em um momento difícil, da pandemia, que todo mundo ficou isolado, eu parei de trabalhar fora para ficar no home office, as pessoas pararam de viajar, então eu não tinha outros hóspedes. Aconteceu muita coisa. A gente pensa é só um cachorro, mas ele me dava muito e, ele faz palhaçada, tem que ear, então você pega um sol, vê um movimento. Por mais que ele não fale, é companhia, te distrai”, conta Bianca.
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Do outro lado, a tutora oficial, a jornalista Tatiana Marin, 45 anos, confessa ter sentido ciúmes de todo esse carinho e, ao mesmo tempo, colocado em dúvida se deveria realmente fazer Odin cruzar o Atlântico para encontrar a família na Itália. Eram muitas inseguranças “O Odin está lá com ela, acho que está gostando mais dela, nem lembra mais da gente. Tinha esse sentimento, essa insegurança sim. A gente acompanhava pelas redes sociais, ela também mandava fotos para a gente. Nos aniversários do Odin a gente fazia ligação de vídeo, era bem dessa maneira”, frisa.
Com tantas confusões por parte de empresas aéreas com o transporte de animais, inclusive, com casos de óbitos, Tatiana também tinha medo que Odin pudesse sofrer algo semelhante durante o trajeto, que envolvia um voo nacional, de Campo Grande para São Paulo e, depois, um internacional, de São Paulo para Frankfurt e, por fim, Roma.
Para piorar, Tatiana veio até o Brasil em novembro de 2021 resolver algumas pendências – e para buscar Odin – e ele foi “frio” na recepção, o que deixou ela com medo de que ele fosse infeliz quando fosse para a Itália.
“Muitas vezes eu conversei com meu marido e com meus filhos, considerando, dizendo que eu achava melhor que ele ficasse no Brasil, que ele ficasse com a Bianca, por conta da ligação que se criou entre eles, por conta de na casa onde ela está, onde ele teria mais espaço. Também tinha o medo do que poderia acontecer nas viagens, tanto no trecho doméstico, de Campo Grande para SP, tanto nos trechos internacionais, soubemos de tanta coisa que acontece, com cães que morrem, até porque ele tem uma patologia no coração. Tinha muito medo que acontecesse algo com ele”, explica.
Choro e reencontro 536x53

Para Odin chegar na Itália, muita confusão aconteceu. Essa já era a terceira tentativa de embarcar Odin. Na primeira, pandemia, na segunda, as companhias aéreas cancelaram o embarque de animais – justamente pelos óbitos e perdas deles pelo caminho.
Finalmente na terceira vez, a companhia recusou a caixa de transporte dele. Isso porque Tatiana contratou uma empresa especializada no translado de animais justamente para dar todo o e técnico necessário a Odin.
“A despedida foi um pouco conturbada, porque ele quase foi umas duas vezes e quase que não deu certo de novo. Além daquela coisa da expectativa de vai e não vai, a preocupação era grande porque é uma viagem longa. Ele tinha o voo aqui marcado para as 19 horas da terça-feira e ele deveria estar lá às 16h. Porém, na hora do embarque, a companhia não aceitava a caixa, porque segundo eles, estava fora do padrão. A gente contratou uma empresa especializada nessa consultoria, então a mulher da empresa saiu de São Paulo quando ela viu que ele não iria embarcar para Guarulhos e veio para Campo Grande”, explica Bianca.
A saga continuou intensa, porque Odin não podia perder o voo na manhã seguinte para Roma, que faria uma escala em Frankfurt, na Alemanha. “A mulher alugou um carro e foi dirigindo a noite toda para embarcar ele. A caixa estava certa, tanto que a companhia aérea internacional o aceitou nas mesmas condições”, comenta.
Tudo isso fez com que Bianca nem conseguisse chorar na despedida. Só quando viu a caixinha vermelha de Odin chegando na Itália e a emoção dos tutores que ela finalmente respirou e também sentiu o misto de ausência e felicidade.
“Quando a Tati finalmente mandou vídeo dele chegando lá, deles se abraçando, aí eu chorei não sei se foi de tristeza, de alívio, de felicidade”, conta Bianca.