Depois do câncer e depressão, Ana viu no artesanato a força para viver v5b3i
Ela se uniu a outros artesãos para dar continuidade a feira cultural do bairro Coopharádio, em Campo Grande; evento está na 34ª edição 54356h
Após ser diagnosticada com câncer e enfrentar a demissão, Ana Claudia Pelissari, de 53 anos, encontrou no artesanato um novo propósito. Ela se uniu a outros artesãos para dar continuidade a feira cultural do bairro Coopharádio, em Campo Grande. O evento está na 34ª edição.

“A descoberta do câncer foi um choque. Fiz o autoexame durante o banho e encontrei um nódulo. No dia seguinte, fui ao médico e, em menos de um mês, já estava fazendo a cirurgia”, relembra Ana Claudia.
Ela ou por duas cirurgias e um longo tratamento de quimioterapia e voltou ao trabalho com a expectativa de recomeçar sua vida, mas foi dispensada depois de 23 anos de atuação na imobiliária. “Fui dispensada sem justificativa aparente. Concluí que foi por causa da doença.”
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A demissão levou Ana Claudia a um estado grave de depressão. “Eu me tornei uma pessoa agressiva, briguei muito com meu marido e minha filha. Foi um período muito difícil”, conta.
Ana Claudia Pelissari
Foi então que, por indicação médica, ela começou a fazer artesanato como forma de terapia. “O artesanato me deu um novo propósito. Comecei a vender minhas peças e, a partir disso, surgiu a ideia de organizar uma feira.”

A feira do Coopharadio 5r3i5f
Ana Claudia procurou Sheila, uma moradora do bairro que organizava feirinhas na praça V do bairro Coopharadio. “Ela estava parando por questões de saúde na família, então pedi para continuar a feira. Começamos com sete ou oito expositores e hoje temos mais de cem.”

A feira, que começou pequena, se transformou em um evento cultural, com várias atrações como tango, danças bolivianas e gaúchas, e apresentações de balé e apoio dos governos municipal e estadual.
Hoje, Ana Claudia é presidente do bairro e da associação da feira, a Associação Cultural Arte em Ação. “Temos planos de expandir ainda mais, oferecendo oficinas de dança, artesanato, costura e cerâmica. Queremos transformar a feira em uma das melhores de Campo Grande”, diz.
Ana confessa que a feira não dá muito lucro financeiro, mas isso não é motivo para desânimo. “Me trouxe qualidade de vida e um novo propósito. Amo o que faço e quero continuar ajudando outras pessoas a encontrarem suas paixões”, diz.