Antes de sair da "velha casinha", Delinha pede que Nossa Senhora proteja até o cachorro 163n6t
A “velha casinha”, no Bairro Amambaí, tem de história o que tem de tempo. Dos 85 anos de vida de Delinha, 77 deles foram ados ali, na casinha de madeira, no número 391 na Rua Paissandú. Às vésperas de subir ao palco, o segundo desde o retorno dos eventos, Delinha abriu o portão de casa. […] 6e2m7

A “velha casinha”, no Bairro Amambaí, tem de história o que tem de tempo. Dos 85 anos de vida de Delinha, 77 deles foram ados ali, na casinha de madeira, no número 391 na Rua Paissandú.
Às vésperas de subir ao palco, o segundo desde o retorno dos eventos, Delinha abriu o portão de casa. Preparou almoço, ensinou o segredo do arroz soltinho e ressaltou que nunca sai de casa sozinha. Nossa Senhora, a mesma que fica ali no oratório na varanda principal, que a acompanha e que também guarda a casa e até o cãozinho de estimação de Delinha.
“Cada vez que eu saio de casa, eu falo: ‘Nossa Senhora, vamos ficar bem bonitinhas para fazer show, por favor cuida da nossa casa, de todos que vão sair e do meu cachorrinho. Cuida de tudo, por favor’, e faço o sinal da cruz”, explica.
E não é só proteção que Delinha pede. “Eu falo com ela e sou atendida, graças a Deus, em tudo”, completa. É assim que Delinha garante tempo bom em show e manda a chuva para longe.
Minha infância 5aq28
“Essa é a história da velha casinha
Apesar de muitos encontros desencontros
Apesar de muita dificuldade, muito sofrimento
Trago sempre ao presente a recordação do ado
E penso, eu era feliz, feliz e não sabia”.

Mesmo depois de décadas declamando o trecho que introduz à canção “Velha casinha”, Delinha se emociona até hoje, e justifica. “É porque estou aqui, na velha casinha”. A casinha dos oito anos de Delinha, das alegrias e desenganos, ela apresenta para todo mundo que bate à porta.
A lembrança dos pais, que hoje ela não tem mais, vem do fogão à lenha que era aceso às 4h da manhã. Horário em que o pai, que lidava com gado, acordava e chamava pela filha para juntos tomarem mate. Delinha é filha única e foi para quem a mãe bordou o pano de gatinho que até hoje está na casa.
“Velha casinha
Da minha infância
Desde criança ali vivi”
O trecho da música é poesia, é história e é aconchego na memória de Delinha. Quando o pano vem à mostra, na cozinha de Delinha. “Mamãe comprou o paninho quando eu tinha 9 anos e ela fez o bordado. Eu não sei como ainda está aguentando, no verso dele quase não tem costura”, exibe orgulha.
Ao falar do ado, Delinha sabe o quanto foi feliz na casa onde cresceu. Os terrenos nos arredores pertenciam todos a sua família. “Eu lembro de tudo aqui. Meu pai, minha mãe… Meus tios que moravam para aquele lado. Meu pai mexia com gado, mamãe era lava-roupa, eu ia buscar roupa para lavar e o poço era bem aqui”, descreve.
A “velha casinha” não tinha as dimensões que hoje tem. “Ela vinha só até aqui, no baldrame”, aponta.

O filho, também único, de Delinha, João Paulo Pompeu quem acompanha a mãe na voz, no violão, na música e na história. “A velha casinha é uma homenagem que ela fez à essa casinha onde ela mora desde os 8 anos. É uma singela homenagem que vai ficar aí, para todas as gerações”, explica.
Na cozinha da “velha casinha” 4qa13
Na cozinha, a mesa de Delinha é posta para quatro pessoas e voltada para a TV. É dali que ela conta que assiste ao MS1. A apresentadora que ela vê na TV ocupou uma das quatro cadeiras. Bruna Mendes fez parte do jornal dessa sexta (22) da “velha casinha”.
O famoso bolinho de arroz, para “aperitivo” merece mesmo é destaque principal, junto com o bife à milanesa, a lasanha e o arroz soltinho. para os grãos ficarem daquele jeito na a, Delinha conta o segredo.
“Para ficar fofo e não ficar pregando, é fazer na banha de porco. Desligou, tem que dar uma mexida pra ficar bem soltinho”, revela.

Pelas paredes da casinha de madeira do Bairro Amambaí, o que não pode faltar é relógio. “Para não atrasar pra nada”, explica Delinha. Desde o tempo em que junto de Délio viajavam para fazer o programa na Rádio Bandeirantes, em São Paulo, era pelos ponteiros do relógio que eles se pautavam. “A gente viajava pra lá e dormia debaixo do piano pra esperar o horário de programa”, recorda.
De volta aos shows, depois de tanto tempo longe dos palcos por conta da covid-19, Delinha faz a propaganda que tem sustentado a “velha casinha”. A venda de pen-drives continua. “É o que continua nos ajudando até agora nessa pandemia”, reforça.
Antes de se despedir do jornal, Delinha fala que ainda não matou as saudades do público. “Tô com saudade, claro. A vida inteira fazendo isso e depois ficar dois anos fora, sem poder abraçar a turma, sem poder conversa, pra velha, isso é ruim”, brinca.
Quem quiser adquirir o pen-drive de Delinha pode falar no número: 9-9989-3123.

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