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Cyberbullying – uma ameaça sem rosto 3l332q

Os sintomas emocionais geralmente são diversos e as sequelas a esse tipo de assédio digital, comumente são de longo prazo ou até mesmo irreversíveis. h4g25

Cyberbullying é uma forma de bullying feita por meio de tecnologias digitais, como redes sociais, aplicativos de mensagens e plataformas de jogos e outros meios da internet. É um tipo de agressão online, um modo virtual de assédio, de permanência indefinida, que pode trazer sérios danos psicológicos e sociais às suas vítimas.

Psiquiatra Marcos Estevão fala sobre cyberbullying

Os impactos podem ser profundos na saúde mental, principalmente no estado emocional dos adolescentes, que são psicologicamente pouco amadurecidos e, consequentemente, mais suscetíveis aos efeitos de maus comportamentos, pela maior dificuldade de lidar com esse e outros tipos de traumas. As agressões vão desde xingamentos simples a grandes humilhações, difamações, comumente com exposição de áudios e vídeos, envolvendo a intimidade da vítima.

Os sintomas emocionais geralmente são diversos e as sequelas a esse tipo de assédio digital, comumente são de longo prazo ou até mesmo irreversíveis. A ansiedade, a depressão, os transtornos do sono, os transtornos alimentares, sintomas físicos, principalmente dores de cabeça e distúrbios gastrointestinais, são os problemas mais comuns causados por essas agressões.

Os pensamentos suicidas, as tentativas de autoextermínio e os suicídios consumados também ocorrem, e não são raros, nos casos de cyberbullying.

Quanto mais tempo o assédio permanece em atividade, maiores os danos a curto prazo para a vítima, assim como as sequelas que se seguem ao longo do tempo, com diminuição da autoestima e desesperança por julgar que é algo sem solução, em que há falta de apoio, inclusive das autoridades.

O transtorno de estresse pós-traumático tem uma ocorrência considerável nesses casos.
Embora possa acometer todos os gêneros, a jovem adolescente ainda é a principal vítima. Outro fator importante é que estão mais sujeitos ao cyberbullying os jovens que permanecem mais tempo logados à internet.

Psiquiatra Marcos Estevão
Psiquiatra Marcos Estevão (Foto: Raquel de Souza)

A vítima tem uma tendência compreensível ao isolamento pelo medo em relação a agressores, muitas vezes anônimos e que podem fazer parte de seu convívio social. A vigilância às redes a a ser quase obsessiva pelo temor de ver-se exposta na mídia.

O isolamento pode dever-se à vergonha que esses fatos acarretam, com exposição de intimidades reais ou fictícias. Seja qual for o motivo, o isolamento vai estar ligado ao estigma social e quanto mais isolada permanece a vítima maior a sensação de solidão e tristeza, agravada por essa vida solitária.

Outro sério problema é o prejuízo do desempenho acadêmico, uma vez que o estresse prejudica a atenção, a concentração e o raciocínio. Assim como na vida acadêmica, pelo mesmo motivo, há prejuízo no âmbito profissional.

Por tratar-se de um sério problema de saúde mental, há de se tomar o cuidado necessário para diminuir ou evitar sua ocorrência. Pais, educadores e autoridade policiais e judiciais precisam mobilizar-se neste sentido. Os jovens necessitam ser educados em relação ao uso adequado das redes sociais, incluindo tempo de uso e horários de utilização da informática.

Os pais devem estimular os filhos a falar abertamente sobre possíveis assédios sofridos e como estão lidando com isso. As escolas devem promover palestras e discussões grupais em sala de aula sobre o assunto.

O desenvolvimento da arte cênica e dos diversos modelos literários devem ser estimulados para uso do próprio estudante para manifestar seus medos e suas possíveis estratégias de enfrentamento.
Enquanto isso, autoridades devem reprimir e punir tais atos de vandalismo, de acordo com a Lei 14.811/2024 que prevê punições para agressores (como medidas socioeducativas ou multas) e obriga escolas a implementarem ações de prevenção.

É claro que muitos jovens istram melhor esse problema e saem praticamente ilesos da situação, mas isso não é o mais comum. Portanto, o acompanhamento psicológico é geralmente necessário e algumas vezes também será oportuno o tratamento psiquiátrico, principalmente nos casos mais severos. Junto a isso, em caso de cyberbullying, jamais deve ser a denúncia omitida. Há necessidade de fazê-la, logo por ocasião de seu surgimento.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Saúde Mental, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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