Conheça a história do argentino que atravessa o continente sobre duas rodas 2y6s2s
Já imaginou largar tudo para trás em busca de um sonho? Foi o que motociclista Sebastian Villanueva, 29 anos, fez. O argentino, apaixonado por motos e viagens, decidiu unir as duas paixões e já está há um ano e quatro meses na estrada. O objetivo dele é percorrer todas as Américas sobre duas rodas.
Na Argentina, Sebastian trabalhava com marketing e organização de eventos. Em 2021, ele decidiu dar início à jornada.
“Sempre quis fazer uma viagem longa de toda a América para conhecer mais a fundo todo o continente. Comecei a planejar em 2015. Eu tinha um empreendimento pessoal e vi que tinha que tomar uma decisão do que eu queria fazer. Primeiro era uma viagem de um ano, depois se estendeu e mudei de vida completamente. Troquei minha vida por essa viagem”, relata o motociclista.
Depois de atravessar o próprio país de ponta a ponta e a Bolívia, ele chegou ao Brasil. Ao todo, já foram mais de 40 mil km percorridos.
Toda a viagem é registrada com câmeras que são acopladas na moto. Os vídeos são publicados no canal dele no Youtube, que tem mais de 16,3 mil inscritos. Lá ele compartilha tudo que ocorre durante a jornada, inclusive os perrengues do dia a dia.
Em relato ao Primeira Página, Sebastian contou que, apesar de os problemas existirem, para cada um deles existe uma solução.
“O maior problema que ei foi um acidente em Jujuy, na Argentina. Era uma estrada de terra e em uma montanha. Tinha precipício do lado direito e do lado esquerdo, uma parede de pedra. Bati na parede e fiquei inconsciente 15 minutos. Eu estava bem, não tive lesões, mas foi um acidente importante e sozinho, eu viajo sozinho. Também tive apendicite na Patagônia [região localizada na Argentina e no Chile], por isso eu te falo: furar um pneu não é um problema. Problema aqui seria mais um acidente, um problema de saúde”, ressalta o argentino.
O motociclista saiu de Buenos Aires no dia 5 de março e entrou em solo brasileiro por Foz do Iguaçu, no Paraná, no dia 1º de abril. Desde então, ele já ou por Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e agora está em Mato Grosso.
“Já conhecia o litoral, mas sempre falo nos meus vídeos que o litoral é só 2% do que é todo o Brasil. Tem muitos lugares para se conhecer no interior do país que não são tão conhecidos para turismo estrangeiro. Não viajo por todo o Brasil porque é muito grande e precisaria de cinco anos pra conhecer tudo, mas do que conheci, gostei muito”, destaca.
Além de conhecer novos lugares e paisagens, Sebastian aproveita para rever os amigos. Em Cuiabá, o viajante está hospedado na casa do arquiteto Jefferson Sandrin. Os amigos se conheceram na Argentina, onde estudaram juntos.
“Em 1999, meu pai foi transferido pra Argentina e fomos com toda a família. Chegando lá, comecei a fazer o ensino fundamental e conheci o Sebastian. Depois do Ensino Médio, eu parei na metade e voltei para o Brasil em 2008. Nos vimos em 2016 porque eu fiz uma viagem, mas já faziam quase 7 anos que eu não o via, só pelas redes sociais que a gente conversava, quando ele falou que ia entrar no Brasil eu falei: ‘Você tem que vir pra Cuiabá'”, conta Jefferson.
Sebastian conta que gosta muito das paisagens e prefere viajar por estradas alternativas, longe da cidade, mas que o que realmente o marca são as saudades que deixa pelo caminho.
“Prefiro mais a natureza, gosto muito, mas o mais bonito da viagem são as pessoas que você vai conhecendo e construindo relações”, conclui.
O próximo destino de Sebastian é Santarém, no Pará. De lá o motociclista seguirá para Manaus (AM), onde pegará a BR-319 rumo a Cusco, no Peru. Depois, finaliza o tour no Alaska, na América do Norte. Mas ele não quer parar por aí, viu?! O objetivo dele é dar uma volta ao mundo sobre duas rodas.
“Finalizo a América no Alaska e quero seguir a volta ao mundo. Cruzar de moto a Europa, Ásia e África. Eu estou feliz, é muito difícil tomar a decisão, mas acredito que quando você faz algo que gosta e com vontade de fazer, não só viagem, qualquer profissão que você queira fazer, tem que tomar a decisão, se animar, fazer, e depois que seja como tiver que ser”, disse Sebastian.
