Comunicação e trabalho remoto j5i6r
Em ambiente virtual, a produtividade depende muito de uma comunicação eficiente e clara sm5u
A transformação na rotina de trabalho foi um entre tantos desafios que a humanidade enfrentou durante a pandemia de Covid-19. Em poucos dias, escritórios foram esvaziados e quartos, salas e varandas se transformaram em locais de trabalho. Com o distanciamento, a comunicação por meios virtuais virou regra praticamente da noite para o dia. Fomos obrigados a mudar de hábitos e participar de reuniões, assistir aulas, visitar pessoas e até mesmo participar de festas à distância. Uma mudança tão brusca exigiu muitas adaptações.
Lorena Lacerda, CEO do Grupo Vallure, que atua com consultoria em gestão e liderança, lembra que foi desafiador migrar para a comunicação quase que 100% virtual no período da pandemia. Ela conta que o grupo que ela lidera estava acostumado à total proximidade na comunicação, por isso o impacto foi grande. Ela destaca que a equipe teve de lidar com os desafios da tecnologia e também os comportamentais. A falta da presença física gerou diversos problemas nos relacionamentos e na gestão de pessoas, que foram sendo devidamente tratados aos poucos, explica a executiva.

A comunicação de forma remota tem vantagens e desvantagens. Entre os aspectos positivos, podemos citar a flexibilidade que o modelo propicia, de forma que seja possível compatibilizar agendas de mais pessoas para os compromissos da gestão e do dia-a-dia do negócio. Entre os aspectos negativos, a CEO Lorena Lacerda cita que as pessoas costumam dispersar muito a atenção nas conversas remotas, principalmente quando não são apenas duas pessoas na chamada. Para ela, o grau de motivação e compromisso para com as reuniões on-line varia de pessoa para pessoa. Por isso, manter todos na mesma página e energia é um grande desafio.
Como as adversidades geralmente são oportunidades para evoluir, a necessidade de comunicação à distância trouxe muitos aprendizados. Entre eles, Lorena Lacerda ressalta a necessidade de aprendermos a nos autogerenciar para que a comunicação flua independentemente do modelo. Isso porque os problemas identificados na comunicação remota já existiam na comunicação presencial, porém eram menos evidentes.
Com o fim da emergência em saúde causada pela pandemia de Covid-19, o trabalho à distância voltou a ser opcional e não mais obrigatório. Porém, com os resultados obtidos com o modelo virtual, especialmente em termos de produtividade, muitas organizações optaram por manter pelo menos parte da equipe no formato remoto.
Cada empresa ou instituição estabelece suas regras, mas quando falamos em comunicação em ambiente virtual, algumas orientações servem para qualquer situação:
- mesmo com equipes em home office, ter encontros presenciais com alguma frequência ajuda a melhorar a interação;
- é essencial treinar a equipe para o uso correto das ferramentas tecnológicas para que os processos e a comunicação não sejam prejudicados pela dificuldade em lidar com programas, sistemas e aplicativos;
- cuidado com o cenário quando for participar de chamadas de vídeo, pois elementos que aparecem ao fundo podem chamar mais a atenção do que a sua mensagem;
- e-mails, mensagens de texto ou de áudio por aplicativo são ferramentas muito úteis, mas, em certas ocasiões, uma boa conversa ao vivo pode surtir mais efeito.
Seja de forma presencial ou virtual, criar formas de melhorar a comunicação deve ser prioridade, especialmente para quem ocupa posição de liderança. Buscar clareza, usar linguagem que o outro entenda, ouvir com atenção o que o outro tem a dizer são caminhos para tornar a comunicação mais próxima, mesmo que seja à distância.