Cerveja artesanal: mato-grossense começou a fazer a própria bebida na pandemia a3u5e
Muito estudo, dedicação e habilidade. Esses são alguns dos ingredientes fundamentais para quem planeja fazer a própria cerveja em casa. O processo é complexo, mas o servidor público Lucio Mauro Leite, morador de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, diz que é apaixonado pela técnica que é utilizada na produção da bebida de forma artesanal.

“Fazer cerveja não é só colocar os grãos na a e fazer a conversão de amido em açúcar. Fazer cerveja requer conhecer a temperatura, reações químicas, os sabores, o lúpulo”, explicou.
Lúcio começou a fazer a bebida após receber o convite de um amigo. Depois, ou a produzir a cerveja em casa sozinho e diz que foi um atempo fundamental para que ele enfrentasse um momento difícil na vida pessoal.

“A primeira cerveja que fiz foi em abril de 2020, no começo da pandemia. Tinha saído de uma crise de ansiedade e estava começando a me livrar dos medicamentos, mas veio a pandemia. Sou um cara muito acelerado, gosto de fazer muitas coisas e de repente acabou tudo, me vi trancado dentro da minha casa, morrendo de medo de ficar doente, de alguém da minha família ficar doente. E veio todo aquele stress”, contou.
Foi praticando que Lúcio conseguiu aprimorar a técnica e ainda enfrentar a pandemia da covid-19, que fez ele, e todos os brasileiros, permanecerem mais tempo em casa.
“Um dia meu amigo me chamou para fazer. Já tinha tido uma experiência antes, mas foi ruim. Era algo que tinha decidido nunca mais fazer na vida. Mas, topei, topei a loucura. Ele fazia em um equipamento semi-industrial e nós resolvemos fazer no fundo da minha casa, na churrasqueira. Nós começamos 9h da manhã e fomos até as 21h, mortos de cansados. Muita coisa deu errada, foi muito cansativo, mas prazeroso”, lembra.

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O que começou de forma improvisada foi se tonando algo mais profissional. O servidor conta que cada dia foi dedicando mais tempo ao hobby e que hoje consegue fazer tranquilamente a bebida.
“Na segunda brasagem falei, ‘não, preciso melhorar o processo’. Aí vim fazendo adaptações até na última brasagem que fiz, junto com meu amigo Júlio. Dessa vez sentamos o tempo todo, ficamos conversando, não fizemos muito esforço, foi só o equipamento e a gente controlando a temperatura”.
O servidor faz cerveja nos finais de semanas, a cada 15 dias. Em cada produção consegue fazer 80 litros, em média, que consome ao lado da esposa e também dá de presente para amigos e familiares. Em cada produção, ele gosta de inovar e nunca repete os sabores.

“Sou com a cerveja como uma criança na loja de doce. Estou descobrindo aquilo. Cada dia eu pego um ‘doce’ diferente e provo. São 200 estilos de cerveja. Eu não costumo repetir o estilo que eu faço. Acho que ainda vai algum tempo até que eu possa provar os 200”, diz, aos risos.