Barbie com aparelho auditivo é sinônimo de representatividade, mas é preciso mais 4p3o6u
PP conversa com doutoranda em linguística aplicada e colaboradora da Associação de Mulheres com Deficiência em MS, Shirley Vilhalva fala sobre pessoas com deficiência e diversidade 693r1a
A Mattel anunciou esta semana o lançamento de uma nova Barbie da linha Fashionista 2022. A boneca terá um aparelho auditivo, como forma de fomentar a representatividade e a inclusão entre as pessoas. A linha, que chega em junho em lojas específicas, também traz o boneco Ken em versão com vitiligo.

A pedido do Primeira Página, a doutora em linguística avançada e colaboradora da Associação de Mulheres com Deficiência de MS comentou a novidade. Para Shirley Vilhalva, que é também pesquisadora e professora da UFMS, primeiro é necessário esclarecer que existem dois movimentos relacionados à comunidade de pessoas com deficiência auditiva: um deles é a Comunidade Surda que Ouve e o outro é a Comunidade Surda (que se comunica através de libras/sinais).
Comunidade Surda que Ouve 2s2y6v
Para a Comunidade Surda que Ouve, a nova Barbie pode, sim, ser considerada um o em relação a representatividade. Entretanto, isso também vai depender do contexto em que o brinquedo será apresentado à criança. Ela chama atenção:
“Qualquer recurso que leve a compreensão de diversidade no universo de aprendizagem, seja ele no meio familiar ou escolar, deve ser muito bem explicado para que a criança tenha oferta de escolha para sua compreensão. Sendo assim, uma boneca que usa o aparelho auditivo, por mais forte que seja, vai oportunizar o entendimento que há os diferentes”, ela comenta.
“Um brinquedo pode ser colocado dentro de uma experiência positiva, se não ar que tal recurso é melhor que o outro (…) Assim como acontece dentro das comunidades surdas, cada comunidade vai para uma direção, mas isso não deverá impedir o conhecimento que somos um universo de diversidade e vidas únicas e também entres seus pares”, afirma.

Tudo depende do contexto 1a7h
Para explicar o que pensa, ela cita super-heróis. Shirley conta que, dentro do contexto de construção dessas personagens, naturalmente cada um representa um tipo de pessoa ou personalidade. E essa absorção de conhecimento também vai depender do contexto em que a criança está inserida, não só do brinquedo ou desenho em si.
A pesquisadora cita um exemplo bem bacana sobre inclusão e diversidade, que é o desenho “Eternos”, da Marvel. Inclusive, um estudo do noticiário internacional, The Independent mostrou, em 2021, que o desenho foi responsável “por um aumento de número de pessoas que desejam aprender a língua de sinais”. É que a produção tem uma personagem chamada Makkari, heroína surda e que se comunica por meio de sinais.
“Cada um tem sua representatividade diferenciada, pois hoje até mesmos esses super-heróis já se apresentam representando um tipo de deficiência”, explica Shirley.
Comunidade Surda (língua de sinais) 5s3y2
Durante o bate-papo com a redação do PP, a pesquisadora enviou exemplos de bonecas que representam a Comunidade Surda, que essencialmente se comunica por meio de libras/sinais.

“Essa boneca acima, e outras que o destaque é a língua de sinais, nos representam porque nossa linguagem é visual”, explica.
Shirley Vilhalva.
Estamos bem, mas ainda falta 1n6k42
Para a professora, ainda falta um longo caminho a ser percorrido em termos de representatividade, apesar dos avanços que vêm ocorrendo. Um exemplo é a comunidade indígena, tão presente em Mato Grosso do Sul, que precisa ser vista e valorizada.
“Eu gostaria de ver bonecas e bonecos indígenas nesses projetos, como as bonecas Mini We’e’ena Tikuna. As crianças indígenas também precisam se ver representadas para que, através dos brinquedos, possam constituir sua identidade de forma positiva. Com seus olhares multiculturais de seu povo e dos demais povos brasileiros!”, conclui.

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Comentários (1) 3kf3p
Na minha opinião o estudo da Linguagem é muito importante juntos com línguas de sinais