As palavras têm poder – isso pode ser bom ou ruim 1i6h
O que falamos pode influenciar nosso estado emocional. Por isso, é preciso se atentar ao que sai da nossa boca 2pr6w
Não importa o assunto, o comentário é sempre o mesmo: não vai dar certo, está ruim, vai piorar! Não importa se está frio ou quente, sempre há do que reclamar. Nada está bom o suficiente para justificar uma frase positiva que seja.
A sensação é de que há sempre uma nuvem de tempestade sobre a cabeça de certas pessoas, que só conseguem ver o lado negativo de tudo. São pessimistas convictos e reclamões inveterados, que fazem questão de externar isso em tudo o que falam.

Há também os que têm um vocabulário rico em palavrões e usam xingamentos como se fossem vírgulas. Para elogiar, para irar, para reclamar… o recurso escolhido é sempre uma palavra de baixo calão. E o que há de errado nesse tipo de comunicação?
A coach e facilitadora Iracema Irigaray lembra que palavras são pensamentos, sentimentos condensados, energia pura. Para ela, o amadurecimento interno e emocional possibilita um uso adequado das palavras. “Mesmo que você esteja com raiva de alguém, sempre existe um meio mais adequado pra se expressar”, diz Iracema.

Ela explica ainda que o poder da palavra é tão grande que isso acaba por dar personalidade e identidade ao que você fala, a quem você é. Iracema dá um exemplo: “Quando você fala para alguém ‘não posso’ ou ‘eu posso’, deixa bem claro as suas limitações e cria uma imagem. Desse modo, é importante se educar para enriquecer e expandir o vocabulário, tendo mais consciência do que você tem comunicado”.
A facilitadora reforça que, quando as palavras são mais pessimistas e pobres, acabam por refletir como anda a sua vida, sua esperança, seus sonhos, sua fé. Ela chama a atenção para algo a que nem sempre nos atentamos: “A primeira pessoa que escuta o que você fala é você mesmo”.
Com experiência em desenvolvimento humano, Iracema faz um convite para que prestemos atenção às nossas palavras: “Peça ajuda a alguém para observar e anotar as palavras que você mais usa. Assim, a tomada de consciência é mais rápida”. E, partir daí, é pensar melhor sobre o modo de se comunicar. Afinal, existem várias formas de dizer a mesma coisa.
Trechos do poema “Palavras são janelas (ou são paredes)”, de Ruth Bebermeyer, são um convite à reflexão:
Palavras são janelas ou são paredes.
Elas nos condenam ou nos libertam.
Quando eu falar e quando eu ouvir,
Que a luz do amor brilhe através de mim.
Há coisas que preciso dizer.
Coisas que significam muito para mim.
Se minhas palavras não forem claras,
Você me ajudará a me libertar?
Se pareci menosprezar você,
Se você sentiu que não me importei,
Tente escutar por entre as minhas palavras
Os sentimentos que compartilhamos.
Palavras, pensamentos e emoções 49m34
No livro ‘O poder das palavras: Como transformar seu cérebro (e sua vida) conversando’, o neurocientista Mariano Sigman mostra como as palavras podem mudar diferentes aspectos da nossa mente: o raciocínio, as decisões e crenças, a memória, as ideias e, finalmente, as emoções. Para ele, as palavras são, definitivamente, a ferramenta mais poderosa para pensarmos melhor.
O autor lembra que atualmente podemos falar com milhares de pessoas ao mesmo tempo e de qualquer lugar, mas o diálogo parece ter perdido sua força. Ele defende que a conversa é a fábrica de ideias mais extraordinária que temos à mão, além de uma ferramenta poderosa de transformação pessoal.
O livro de Mariano Sigman reúne os últimos avanços da neurociência para mostrar como o diálogo melhora substancialmente o raciocínio e, de um modo geral, até nossa forma de sentir. Com pesquisas científicas e casos ilustrativos, Sigman explica sobre essa ferramenta que está bem ao nosso alcance: o poder das palavras.
Com argumentos científicos e com as experiências da vida, fica evidente que as palavras têm uma enorme influência sobre o que sentimos e sobre nossas emoções. O que falamos tem poder! Resta-nos fazer com que esse poder seja usado de forma positiva, para tornar a vida melhor para nós mesmos e os que nos cercam.