19 milhões de brasileiros são gays, lésbicas, trans ou assexuais, segundo pesquisa k4q1s
São 19 milhões de brasileiros, de acordo com dados populacionais do IBGE ( 1i4p6b
O Brasil tem 12% de pessoas adultas que são assexuais, lésbicas, gays, bissexuais e transgênero (ALGBT). O dado é de levantamento Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da USP (Universidade de São Paulo), que foi publicado na revista científica Nature Scientific Reports.
São 19 milhões de brasileiros, de acordo com dados populacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Como se chegou ao número 2u5d2g
Para a pesquisa, a mostra foi de 6 mil pessoas maiores de 18 anos, ouvidas em 129 cidades, nas cinco regiões brasileiras. Os questionários foram aplicados pelo Instituto Datafolha entre novembro e dezembro de 2018.
O psiquiatra Giancarlo Spizzirri, da Faculdade de Medicina da USP, principal autor do artigo, explica que é a primeira vez que um levantamento como este é feito em um país latino-americano.
Outro diferencial do estudo são as perguntas feitas. Em vez da autodeclaração, considerada um risco de incorrer em incompreensão dos conceitos pelos participantes, optou-se por fazer perguntas objetivas e depois categorizar as respostas.
“Se eu chegasse pra uma pessoa e perguntasse assim: ‘Você é homossexual? Dentre as [opções] abaixo: homossexual, hetero ou bi’. Talvez pudesse provocar muito constrangimento dependendo da maneira como é conduzida a pergunta. Ou mesmo a pessoa não saber o que responder. Outra maneira de se indagar isso é: ‘Você tem atração física, romântica e sexual por pessoas do mesmo gênero que o seu? Ou somente por pessoas do mesmo gênero?’”, explicou Spizzirri, em material divulgado pelo site de notícias do governo federal, a Agência Brasil.
Em maio de 2019, o IBGE divulgou dados sobre orientação sexual, segundo os quais 1,2% dos brasileiros, ou 1,8 milhão, declara-se homossexual, ou seja, tem atração por pessoas do mesmo sexo ou gênero. Outro 0,7%, ou 1,1 milhão, declara-se bissexual, tendo atração por mais de um gênero ou sexo binário.
Não foram pesquisados dados sobre aspectos de identidade de gênero, o que envolve categorias como pessoas trans e não-binárias. Também não foram levantadas informações sobre outros comportamentos sexuais, como a assexualidade.
“Eles usaram um critério de como a pessoa se autoidentifica. A gente não usou a questão da autoidentificação, a gente categorizou os grupos de acordo com as respostas que a gente obteve”, explica o psiquiatra.
Porque importa? 563u3s
Os pesquisadores avaliam que esse trabalho ajuda a tirar a população ALGBT da invisibilidade, além de contribuir para a construção de políticas públicas voltadas para esses grupos na área da saúde.
“Eu pensava que a gente encontraria mais pessoas com diversidade sexual de gênero nas capitais, e não foi o que ocorreu. A distribuição foi igualitária, tanto nas capitais quanto no interior e em todas as regiões do Brasil, praticamente. Ou seja, as políticas têm que abranger todas as regiões e não só nas cidades, como também no interior”, exemplificou.
Assexuais b4n5i
Os dados da pesquisa mostram que, entre os 12% categorizados como ALGBT, 5,76% são assexuais, 2,12% são bissexuais, 1,37% é gays, 0,93% é lésbica, 0,68% é trans e 1,18% é pessoa não-binária. O levantamento foi feito com base na diversidade sexual e de gênero.
O autor do estudo revela que o percentual de assexuais surpreendeu e que mais análises devem ser feitas para compreender esse número. Entre os que disseram não sentir atração sexual, a grande maioria são mulheres (93,5%).
“Uma das possibilidades, por exemplo, é a de que esse grande número de mulheres seja de pessoas que acabam sendo chefe de família e que constituem as suas próprias vidas independente de ter um companheiro e que abdicaram dessa manifestação, então a gente precisa compreender melhor isso”, pondera o pesquisador.
De acordo com ele, apesar de terem outras opções para respostas, os participantes optaram por responder “não sinto atração sexual”.
O levantamento identificou, ainda que, entre os assexuais, 1,1%, apontaram nunca ter sentido atração sexual. Isso, conforme a leitura, indica não se tratar de uma situação momentânea.
Violência 2c6g2a
A pesquisa também mapeou informações sobre episódios de violência, seja psicológica, verbal, física ou sexual.
Tendo como base de referência a violência sofrida por homens hétero cisgênero, as mulheres hétero cisgênero reportaram sofrer quatro vezes mais episódios de violência sexual. As mulheres lésbicas relataram sofrer seis vezes mais episódios desse tipo de violência.
O quadro piora com mulheres bissexuais. Elas relataram 12 vezes mais episódios de violência sexual. As pessoas trans são 25 vezes mais agredidas sexualmente na comparação com homens cisgênero.