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Evil Dead Rise: A Morte do Demônio é Ressurreição do Terror 314fy

O jovem cineasta de 20 anos de idade, provavelmente, não tinha ideia de que um filme de baixíssimo orçamento rodado numa cabana no meio da floresta pudesse se tornar uma das obras mais cultuadas do terror. Sam Raimi já era um gênio e não sabia também disso. Ao lado do amigo Bruce Campbell, um ator […] 1v1a2l

O jovem cineasta de 20 anos de idade, provavelmente, não tinha ideia de que um filme de baixíssimo orçamento rodado numa cabana no meio da floresta pudesse se tornar uma das obras mais cultuadas do terror. Sam Raimi já era um gênio e não sabia também disso. Ao lado do amigo Bruce Campbell, um ator canastrão demais, trouxe ao mundo sobrenatural Ash, o personagem principal de A Morte do Demônio (The Evil Dead, EUA, 1981).

A história baseada um curta-metragem do próprio diretor: o grupo de amigos liderados pelo bobalhão Ash vai pra uma floresta assustadora ar um tempo. Na cabana, mais assustadora ainda, descobrem um porão. E, nele, um livro estranho, o Necronomicon – e, claro, ainda mais assustador – além de um gravador de voz. A curiosidade liberta demônios que começam a incorporar os jovens. A maquiagem extremamente exagerada dos monstros aliada a cenas diabolicamente pensadas por Raimi – como uma das vítimas sendo estuprada por um galho de árvore — levaram o filme a dois extremos: a boa aceitação no Festival de Cannes de 1982 e o banimento na Inglaterra até 1990 – foi liberado, mas com cortes. Na íntegra, só em 2003!

foto coluna terror

Um ano depois de estrear nos cinemas britânicos, o filme foi lançado no mercado de vídeo – VHS, na época. Foi um sucesso absoluto. Justificável. O filme é delicioso. A câmera acelerada percorrendo o bosque como se fossem os demônios rondando a casa, a necessidade de desmembrar os demônios – que, na verdade, são os amigos possuídos – muito, muito sangue e, claro, Ash, todo atrapalhado apanhando e batendo nos demônios, fez da obra, a mais vendida no país.

Acontece que havia um movimento liderado por uma senhora, Mary Whitehouse, do National Viewers and Listeners Association (Associação Nacional dos Espectadores e Ouvintes). Ela cunhou o apelido “nasty videos” (vídeos desagradáveis) para exigir que a censura os proibisse no Reino Unido. E colocou Evil Dead no topo da lista. Ela acabou conseguindo… chamar a atenção do mundo. Não demorou muito para A Morte do Demônio explodir.

Rendeu duas continuações com muito mais dinheiro e muita confusão na tradução dos títulos para o cinema nacional. O segundo filme esqueceu a morte do demônio e foi batizado de Uma Noite Alucinante (Evil Dead 2, EUA, 1987) e o terceiro, Uma Noite Alucinante 3 (Army of Darkness, EUA, 1992). Há também uma refilmagem de 2013 que abandona o humor e foca num terror mais sério. Foi bem de crítica, mas, pra mim, o charme da saga está justamente no exagero da situação. Pelo visto, não só pra mim.

Ash, que ficou fora da refilmagem, ressurgiu numa série televisiva de três temporadas Ash x Evil Dead. Esta, sim, bem ao estilo do filme original com Bruce Campbell voltando ao papel que o consagrou. Desta vez, um Ash fracassado que adora mentir pras namoradas e matar demônios caricatos de todos os tipos. Sem contar o jogo de vídeo game Evil Dead em que você tem a chance de usar a motosserra na mão e fazer Ash decapitar capirotos aos montes. (Não vou revelar porque a motosserra na mão. Precisa ver os primeiros pra entender a referência).

Evil Dead fez de Raimi um dos nomes mais respeitados do cinema. A criatividade demonstrada no filme de origem rendeu a ele a chance de dirigir filmes ótimos e com grandes astros como Darkman – Vingança sem Rosto, com Liam Neeson, Rápida e Mortal, com Sharon Stone e Russel Crowe, O Dom da Premonição, com Cate Blanchet e Keanu Reeves. E, claro, a cereja do bolo, o blockbuster O Homem Aranha, com Tobey Maguire, filme que transformou o herói numa das franquias mais rentáveis do cinema. Em 2009, Raimi voltou ao terror em Arraste-me para o Inferno. Eu não curti muito o filme, não.

A expectativa alta demais pode ter atrapalhado. O site Rotten Tomatoes, que gosto de citar como termômetro, deu 92% de aceitação dos críticos do site e 62% da audiência. Sam Raimi ainda voltou aos super-heróis no ano ado com o elogiadíssimo Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. Quer começar a ver filmes do diretor? Não gosta de terror, mas curte um suspense? Vai no Dom da Premonição. Agora, não deixe de se divertir com Evil Dead, qualquer um dos três é um barato. Sério, apesar do nome não dá medo, não.

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E aproveite que a franquia ganhou mais um capítulo. Está nos cinemas A Morte do Demônio: a Ascenção (Evil Dead Rise, EUA, 2023). O filme não tem direção de Raimi, mas ele é um dos produtores executivos. O outro, o amigo inseparável, Bruce Campbell, o Ash em pessoa.

Eles transportam o cenário da esfumaçada floresta para um apartamento de Los Angeles. Ellie, que vive com três filhos pequenos, acaba envolvida pela descoberta do Necronomicon, no porão do prédio. Um demônio é libertado e se instala no corpo da moça vivida por Alyssa Sutherland.
Numa entrevista, durante lançamento do filme, ela disse:

– O que poderia ser mais assustador do que sua mãe se virar contra você. A pessoa em quem você pensaria encontrar consolo e segurança?

A expectativa no mundo do terror é absurda. Inúmeras contagens regressivas foram feitas até a data da estreia no Instagram. O trailer foi rodado com centenas de frase de excitação. E ao perguntar, no meu grupo de Whatsapp, se alguém já tinha visto o filme, recebi, de um colega, a seguinte resposta em milésimos de segundo:

– Vou já me arrumar pro cinema!

Esse é o tamanho de Evil Dead para o terror. Obrigatório. Na floresta, no apartamento, em casa ou no cinema. Com Ash ou sem Ash. A Morte doDemônio, é sempre uma ressurreição na esperança dos adoradores do gênero.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Toda Sexta é 13, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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