Crítica | Premonição 6: o retorno ousado para uma franquia que já brincou muito com a morte 6jvj
Premonição 6: Laços de Sangue aposta em mistério geracional e tensão psicológica i3q5u
Após anos, a franquia Premonição volta dos mortos com Laços de Sangue, um novo capítulo que tenta respirar vida com uma abordagem diferente: menos carnificina espetacular logo de cara e mais construção psicológica no roteiro, mergulhando em um legado familiar que atravessa gerações. Mas será que, em 2025, essa fórmula ainda consegue surpreender?

Dirigido por Zach Lipovsky e Adam B. Stein, e roteiro de Lori Evans Taylor, Guy Busick, o filme acompanha uma jovem universitária atormentada por visões aterradoras da morte de sua família. Conforme os pesadelos se tornam cada vez mais vívidos, ela se vê obrigada a investigar seu ado — e descobre que sua linhagem pode estar marcada por um destino sombrio.
Dessa vez, a série tenta algo novo: pela primeira vez, Premonição beira o tom de uma lenda familiar, com maldições hereditárias, traumas não resolvidos e um jogo de destino que vai além de simples acidentes bizarros. A Morte, sempre invisível, mas implacável, segue como a grande vilã — só que agora o suspense é mais lento, privilegiando o mistério e a atmosfera em vez de sustos instantâneos.
Funciona? Nem sempre. Mas com certeza melhor que alguns filmes anteriores.
É inegável que a tentativa de renovação é bem-vinda. A franquia já estava no limite da repetição, e trazer uma trama com raízes familiares, memórias fragmentadas e duas linhas do tempo é uma aposta corajosa. Em certos momentos, Laços de Sangue acerta o tom: a protagonista é cativante, e os flashbacks que revelam o ado da família são intrigantes, adicionando uma camada inédita de profundidade ao universo da série.
Por outro lado, o que sempre definiu Premonição — mortes criativas, um clima de urgência e aquele jogo macabro de tentar adivinhar quem será a próxima vítima — aparece aqui de forma mais contida. Quando as mortes finalmente acontecem, a maioria é marcante, outras são quase um clichê na memória. O ritmo mais lento às vezes esfria a tensão, e em certos momentos parece que o filme tenta ser mais “sério” do que a franquia realmente permite.
Ainda assim, a direção competente e o elenco sólido salvam a experiência. Gabrielle Rose, como a avó repleta de segredos, se destaque no pouco tempo de tela entregando uma atuação cheia de peso e melancolia. Já o final, mesmo com alguns clichês, reserva uma reviravolta satisfatória — e deixa espaço para que Premonição continue explorando essa veia mais maldição, que nem sempre é quebrada.
Premonição 6: Laços de Sangue vai dividir os fãs: alguns vão estranhar o tom mais introspectivo e a demora para a ação decolar após a cena de flashback inicial, enquanto outros vão celebrar a ousadia de repaginar uma franquia que parecia presa em sua própria fórmula. É quase perfeita, um retorno que honra o legado — e prova que, mesmo quando tudo parecia perdido, a Morte ainda tinha um último truque na manga.
Um conselho: cuidado ao pegar moedas que achar por aí….