Em MT, 50 mil crianças e adolescentes foram encontradas em trabalho infantil u5q4c
As principais atividades em que se constatou trabalho infantil foram pecuária, serviços domésticos e restaurantes 6e101u
O Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador lançou o estudo “O Trabalho Infantil no Brasil: análise dos microdados da PnadC 2022”, durante o seminário nacional “Infâncias Invisibilizadas: “Reflexões Sociais e Práticas Institucionais”.
O estudo apontou que Mato Grosso tem 50 mil crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. O dado se refere ao ano de 2022 e considerou os menores com idades entre 5 e 17 anos.

O evento onde os números foram apresentados foi no dia 12 de junho, no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília.
Naquele ano, segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o universo de crianças e adolescentes trabalhadores era composto por 28.743 meninos e 18.271 meninas, o que equivalia a 61,1% e 38,9% do total de ocupados respectivamente.
Em relação à idade, 7,1% do total de crianças e adolescentes trabalhadores tinham entre 5 e 9 anos de idade (3.343), 8,5% tinham entre 10 e 13 anos (4.003), 31,3% entre 14 e 15 anos (14.715) e 53,1% entre 16 e 17 anos de idade (24.953).
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Do total de crianças e adolescentes trabalhadores, 22,1% eram não negros (10.410) e 77,9% negros (36.604), ao o que 33,5% das crianças e adolescentes ocupados residiam em zonas rurais (15.746) e 66,5% (ou 31.269) em áreas urbanas.
No exercício de trabalho, as crianças e adolescentes mato-grossenses eram, majoritariamente, ‘escriturários gerais’- ocupação que abrigava 7,9% (ou 3.713) das crianças e adolescentes trabalhadores; ‘trabalhadores elementares da pecuária’ 6,9% (ou 3.234); e ‘criadores de gado e trabalhadores qualificados da criação de gado’ 5,8% (ou 2.728).
As principais atividades exercidas pelas crianças e adolescentes trabalhadoras no
estado eram:
- ‘Criação de bovinos’ (6.760 ou 14,4%);
- ‘Serviços domésticos’ (3.614 ou 7,7%)
- ‘Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas’ (3.071 ou 6,5%).
O documento, disponível no site do Fórum Nacional, buscou traçar o perfil do trabalho infantil e detalhar dados nacionais por regiões, com recortes por sexo; cor; faixa etária (5 a 9 anos, 10 a 13 anos, 14 a 15 anos e 16 a 17 anos), frequência à escola; localização do domicílio (urbana ou rural); realização de afazeres domésticos ou cuidados a moradores(as); as principais ocupações e atividades exercidas; e uma aproximação das crianças e adolescentes expostas às piores formas de trabalho conforme as categorias da Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil.
Comentários (1) 3kf3p
Engraçado como esta matéria é tendenciosa, como se fosse crime trabalhar, talvez fosse melhor que estas estatísticas estivessem dizendo que as crianças mato-grossenses estao em sua maioria envolvidas com o crime. Trabalho é sempre melhor, ensina disciplina, tira a fome e dignifica o ser humano, nao se pergunta porque estao trabalhando? Se elas tem infraestrutura para estarem nas escolas? se tem escolas próximas de sua moradia? Como sempre nosso país nao da estrutura e dignidade para seu povo, principalmente ampliando a rede escolar rural, as crianças tem que andar em ónibus caindo aos pedaços por horas para chegar as escolas,as vezes sem o mínimo de segurança, as vezes chegam com fome, ja com a roupa suja por causa da precariedade do transporte… Sao tantas coisas que fica ate difícil falar, por isso as vezes trabalhar é a melhor opção e também se aprende trabalhando. Lançar pesquisas e estatísticas sem indicar caminhos e soluções é hipocrisia.