Córregos e banhos: relembre os tempos em que Cuiabá celebrava à beira d’água 1ge5i
Das margens do Rio Cuiabá às praias da Baixada Cuiabana: como a cidade quente do Centro-Oeste sempre encontrou formas de se refrescar 84m1k
Nascida a partir dos corpos d’água, a capital de Mato Grosso teve sua história formada e nutrida pelo Rio Cuiabá. Para além da navegabilidade das embarcações que viabilizavam as atividades econômicas, o rio e seus afluentes eram também fontes de lazer para os cuiabanos.

Dentre as opções, estava o Córrego da Prainha, uma verdadeira praia urbana que cortava o centro da cidade. A pesquisadora, arquiteta e urbanista Doriane Azevedo, lembra que até meados da década de 60 os córregos eram espaços ocupados para a diversão dos moradores da cidade.
“Temos registros históricos e também depoimentos de muitas pessoas que viveram nessa época, que contavam que se banhavam e até pescavam em muitos córregos de Cuiabá, especialmente no período das chuvas, quando os corpos d’água do Cerrado ganham volume”, relembra a arquiteta.
Veja abaixo o vídeo da repórter do Primeira Página Vitória Maria que conta um pouco dessa história:
Doriane coordena um grupo estudo do Grupo de Pesquisa e Extensão sobre Estudos de Planejamento Urbano e Regional (ÉPURA), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Dentre os trabalhos desenvolvidos pelo grupo está o Temporada da Prainha, jornal onde discutem soluções para o Centro de Cuiabá.

A praia que virou avenida 6u4e60
Com o crescimento urbano, o córrego que dava nome ao local foi aterrado e substituído por vias para o transporte. Sobre a Prainha hoje está a Avenida Tenente Coronel Duarte. Assim, a antiga praia deu lugar ao tráfego intenso de veículos, e a cidade perdeu mais um de seus espaços públicos de convivência.

Para Doriane, essas modificações não alteram apenas a estrutura da cidade, mas também a percepção dos cuiabanos sobre a memória e o aproveitamento do local.
Afinal, “o que não se vê é como se não existisse. O tamponamento dos córregos apagou sua importância, tornando-os invisíveis para a população.”
Dentro desse contexto, percebe-se que novas gerações, que não conheceram o Córrego da Prainha aberto, “têm a percepção a partir do que conhecem e vivem: uma avenida de intenso fluxo de veículos, um ambiente árido, sem lugares atrativos para permanência”.
O cais do porto: festa e encontros à beira do rio 57461m
Nos anos 1950, Cuiabá também tinha outro ponto de grande movimentação: o Cais do Porto. Segundo o historiador Aníbal Alencastro, a chegada de embarcações com mercadorias e viajantes era motivo de celebração entre os moradores.

O evento atraía multidões e, muitas vezes, contava até com apresentações musicais.
“Várias empresas que tinham embarcações que atracavam no Cais do Porto. Desciam para o Rio, para esperar as embarcações chegarem e era uma festa. Tanto as chegadas quanto as saídas eram uma celebradas, soltavam até foguetes. O Porto foi muito afamado no século do século XIX, até os anos 50”, descreve Alencastro.
Onde se refrescar hoje? 3xfn
Embora a cidade tenha perdido sua “praia urbana”, a região da Baixada Cuiabana ainda conta com diversas opções naturais para banho. O último levantamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) apontou que 14 das 20 praias analisadas estão próprias para banho.
Em Cuiabá, destacam-se:
✅ Rio Mutuca (satisfatório)
✅ Rio Claro (excelente)
✅ Rio Paciência, na Salgadeira (excelente)
✅ Ponte de Ferro e Comunidade Coxipó do Ouro, no Rio Coxipó (muito boas)
✅ Balneário Soberno, na Comunidade de Aguaçu (muito boa)
✅ Ponte de Ferro da Guia, no Rio Coxipó Açú (muito boa)
Outras praias na região também foram consideradas próprias para banho, incluindo:
✔️ agem da Conceição (Várzea Grande) e Veredas (Santo Antônio do Leverger)
✔️ Cachoeira da Martinha (Chapada dos Guimarães) e Lago do Manso
✔️ Rio Tenente Amaral (Jaciara) e Aquário Encantado (Nobres)
Praias impróprias: atenção à segurança 32345x
Por outro lado, sete praias foram classificadas como impróprias para recreação, incluindo trechos do Rio Cuiabá, como a Comunidade São Gonçalo, Bonsucesso e Praia de Santo Antônio.
A Sema recomenda evitar banhos em áreas impróprias, especialmente após chuvas intensas, para prevenir doenças e preservar a saúde da população.