Conselho Nacional de Direitos Humanos recomenda suspender investigação da PM sobre morte de indígena 2l511t

Conselho recomendou que PF conduza investigação sobre conflito entre indígenas e policiais em Amambai. y4o21

O CNDH (Conselho Nacional dos Direitos Humanos) recomendou nesta quinta-feira (7) a suspensão da investigação pela Polícia Militar sobre a morte do indígena Vitor Fernandes, 42 anos, durante a retomada Guapoy Mirim Tujuy, em Amambai, no último dia 24 de junho, até a apuração dos fatos pela Polícia Federal.

O Conselho também recomendou à Polícia Militar que não se repita “os atos de violência e ações abusivas contra os povos indígenas”. A orientação foi feita, por unanimidade, durante a 60ª Reunião Ordinária, em conjunto com outras recomendações a órgãos públicos para atuação mais efetiva na proteção e assistência dos povos indígenas Guarani e Kaiowá em Mato Grosso do Sul.

PM iniciou investigação sobre morte do indígena Vitor Fernandes (Foto: Martim Andrada)
PM iniciou investigação sobre morte do indígena Vitor Fernandes (Foto: Martim Andrada)

Sobre o conflito entre indígenas e policiais em Amambai, no fim de junho, O CNDH recomendou para a Polícia Federal que investigue, incluindo o assassinato do indígena Vitor para identificar autores do crime, por meio do Serviço de Repressão a Crimes Contra Comunidades Indígenas e Conflitos Agrários.

O Conselho ainda recomendou à Funai que atue na proteção e assistência dos povos indígenas Guarani e Kaiowá no estado, habilitando-se como parte nas ações judiciais que envolvem as áreas para defender os direitos indígenas.

No intuito de resolver o problema de demarcação de terras indígenas no país, o CNDH também orientou o STF (Supremo Tribunal Federal) a retomar o julgamento do RE 1.017.365, conhecido como Marco Temporal, que trata da demarcação de terras originárias indígenas.

Justiça permitiu povos Guarani Kaiowá permanecerem em área de conflito, em Amambai (Foto: Reprodução)
Justiça permitiu povos Guarani Kaiowá permanecerem em área de conflito, em Amambai (Foto: Reprodução)

A defensora pública federal Daniele Osório apresentou na reunião do Conselho de Direitos Humanos uma síntese dos diversos relatos chocantes que colheu no território, destacando que a ação de reintegração de posse ocorreu de forma ilegal, já que havia sido negada pela Justiça.

“A Defensoria Pública da União tem grande preocupação com a apuração dos delitos, já que o secretário de Segurança Pública tem se apressado a dar declarações na mídia local justificando a operação com fundamento em combate ao narcotráfico. Além disso, há uma situação muito difícil na Funai, já que o coordenador reconheceu que o órgão não tem estrutura para atender a região, com cerca de 12 mil indígenas em região de fronteira em conflitos com agronegócio”, afirmou.

Daniele informou que ainda não é possível saber quantos indígenas foram feridos na ocasião, já que muitos se negaram a buscar atendimento médico com medo de serem presos – os oito indígenas hospitalizados acabaram detidos. Ela defende que a Polícia Federal faça a investigação sobre o conflito.

Leia mais n1u6n

  1. Donos de área disputada em Amambai rejeitam acordo e juiz vai decidir sobre despejo de indígenas 2n1b6s

  2. Relator mantém decisão favorável aos indígenas em Amambai 112t3j

  3. Em visita a MS, Bolsonaro diz que indígenas “querem o progresso” 2t6h5l

  4. Indígenas voltam a área de conflito, afirmam Sejusp e donos de fazenda 1p2k48

  5. Indígenas detidos após conflito em Amambai são liberados em audiência 4d5324

  6. “Tentativa de criminalização”, diz defensora sobre prisão de indígenas 2e515x

  7. Carta de lideranças fala em “ação covarde” da PM contra indígenas 334r6l

  8. Adolescentes indígenas seguem internados; um em estado grave 2fs3g

  9. Uma semana depois, conflito com morte em Amambai mobiliza polícias, MP e Defensorias 1w5l46

  10. O que dizem o governo e as lideranças indígenas sobre conflito em Amambai 2763j

O conselheiro Carlos Vilhena, procurador Federal dos Direitos do Cidadão, informou que o conflito tem sido acompanhado pelo Ministério Público Federal, assim como situações semelhantes ocorridas em outros pontos do território nacional.

Para o conselheiro Dinamam Tuxá, o caso de Mato Grosso do Sul é um retrato da escalada de violência que os povos indígenas vem sofrendo. “O que ocorreu no MS ocorre também em PE, e a recomendação do CNDH busca dar algum tipo de encaminhamento a fatos recorrentes contra nós”, disse o conselheiro.

O presidente do CNDH, Darci Frigo, lembrou que o conselho tem também o papel de estimular o diálogo entre as instituições para atuarem em conjunto e contribuírem em situações de violações de direitos humanos.

FALE COM O PP 6s423v

Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso do Sul, mande uma mensagem pelo WhatsApp. Curta o nosso Facebook e nos siga no Instagram.

Leia também em Cidadania! 6i1x48

  1. Mutirão auxilia servidores endividados com consignados em MT; veja como ser atendido 1y1tv

    A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) iniciou nesta segunda-feira...

  2. Evento que seria realizado 10 de novembro foi adiado para janeiro de 2025 (Foto: Reprodução)

    Divórcio unilateral direto no cartório: proposta do novo Código Civil tramita no Senado 213e35

  3. emprestimo clt 4

    Aposentados também são vítimas de fraudes nos consignados em MT 5w632i

    A Delegacia do Consumidor de Mato Grosso ampliou as investigações sobre fraudes...

  4. Instituto

    Tempo curto? Instituto facilita doações e busca roupas e alimentos em casa 3j914

    Se estiver sem tempo ou meio de entregar doações de alimentos e...

  5. Como viver melhor? Lúcia Helena Galvão traz lições do estoicismo a Cuiabá 50123r

  6. Com cenário chocante de 14 feminicídios no ano, quais os desafios do MPMS? 2n1k2q

    Mato Grosso do Sul enfrenta um cenário alarmante de violência de gênero,...