Consciência Negra: personalidades que fazem parte da história de Mato Grosso 1y1t5r

A importância do feriado da Consciência Negra se deve justamente ao fato de que grande parte do erguimento do Brasil aconteceu com o trabalho escravo 5w6y4x

O Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, se tornou feriado nacional após o presidente Lula sancionar a Lei n° 14.659 em dezembro de 2023, transformando o que era apenas um dia no calendário brasileiro em um feriado nacional, com o objetivo de relembrar a resistência e luta pela liberdade do povo negro que foi conquistada através de muitas mortes e sangue.

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Zumbi dos Palmares (Foto: Reprodução Toda Matéria)

A data foi escolhida para homenagear Zumbi dos Palmares, uma personalidade influente na luta. Em Mato Grosso, muitas pessoas marcaram a história.

A importância do feriado da Consciência Negra se deve justamente ao fato de que grande parte do erguimento do Brasil aconteceu com o trabalho escravo, exercido pela população negra.

Como exemplo, temos Zumbi, líder do quilombo de Palmares, que reunia 16 quilombos, uma das figuras mais influentes na luta contra o racismo. A data foi escolhida justamente para relembrar a morte dessa figura histórica que foi traída por amigos, capturada por uma armadilha e entregue para a coroa portuguesa.

A seguir veja, veja algumas personalidades que influenciam a história dos negros de Mato Grosso até hoje:

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Tereza de Benguela
Tereza de Benguela (Foto: Reprodução O Globo)

Devido ao atual protagonismo das mulheres na sociedade, a memória de Tereza de Benguela voltou a reviver. Responsável pelo Quilombo do Piolho, também conhecido como Quariterê, era localizado entre a fronteira de Mato Grosso com a Bolívia e resistiu por 200 anos.

O quilombo tornou-se de responsabilidade de Benguela logo após a morte de seu marido, José Piolho. O território abrigava mais de 100 pessoas, assim Tereza articulava a defesa do local e através de um parlamento, decidia as ações da comunidade.

Em homenagem a também conhecida “Rainha Tereza”, 25 de julho é um dia dedicado a ela e da Mulher Negra.

Mãe Bonifácia 4sfq

Mae Bonifacia
Estátua de mãe Bonifácia no Parque que leva o seu nome (Foto: Reprodução Dicas Jornalismo Lab)

Apesar de ser considerada uma lenda por muitos, a história conta que Mãe Bonifácia carregava esse título justamente por zelar dos escravos como uma mãe, mesmo não possuindo o mesmo sangue.

Após ser considerada muito velha, os senhores de engenho liberaram ela dos trabalhos forçados e, desde então, com seu conhecimento sobre plantas, Bonifácia ou a atuar como curandeira de negros feridos ou doentes. Dizem também que ela guiava e auxiliava escravos até a mata densa, onde hoje se localiza o parque que carrega seu nome. Além disso, para aqueles que estavam fugindo dos seus senhores, orientava para que andassem pelo córrego e, desta forma, cães farejadores não os rastreariam.

Zé Bolo Flô 1r1x38

Ze Bolo Flo
Zé Bolo Flô em festa de santo (Foto: Reprodução Midia News)

Segundo pesquisadores, Zé Bolo Flô levava esse nome por vender bolos no centro de Cuiabá, além de produzir poesias e recitá-las para muitas donas de casa que iam até o centro, poesias essas que os alunos do Liceu Cuiabano o ajudavam a escrever, pois era semianalfabeto.

O poeta, apesar de não ter dinheiro, dizia que Cuiabá era sua casa, dormia em qualquer canto que lhe parecesse oportuno, era visto como uma figura alegre já integrada ao meio urbano da cidade e sonhava em ser prefeito.

No fim da vida, morreu considerado louco, com pouco mais de 50 anos, no hospital psiquiátrico Adalto Botelho. Em sua homenagem, uma imensa área com 66 hectares no Coxipó, foi batizada com seu nome, o Parque Estadual Zé Bolo Flô.

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Jejé de Oyá (Foto: Reprodução Leiagora)

Negro e homossexual, o colunista influente de Cuiabá e participante de desfiles de carnavais, José Jacinto Siqueira de Arruda, conhecido como Jejé de Oyá, morou com sua mãe nas ruas da capital cuiabana até ser adotado pela família Cuiabano e ou a morar na casa de Manoel Pereira Cuiabano.

Por conviver com muitas mulheres no casarão, aprendeu alfaiataria e depois de um tempo foi estudar sobre o assunto. Sendo colunista de grandes jornais, foi nomeado em 2017, no ano após a sua morte, pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, como patrono do colunismo social. Já em 2020, lançado com seu nome para homenagear figuras negras em Mato Grosso, o prêmio Jejé de Oyá segue presente na capital até hoje.

Rinaldo Ribeiro de Almeida 3d5p5g

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Rinaldo Ribeiro de Almeida na Câmara Municipal de Cuiabá (Foto: Reprodução Câmara Municipal de Cuiabá)

Ex-vereadores de Cuiabá, Rinaldo Ribeiro de Almeida e Aurélio Augusto, elaboraram um projeto de lei que tinha como intenção transformar o que era apenas o Dia da Consciência Negra em Cuiabá, em feriado municipal para que a data tivesse um maior impacto, principalmente nas escolas.

A data celebrada desde 1992, tornou-se feriado em 2001, na cidade de Cuiabá. O governo do Estado de Mato Grosso instituiu em 2002 a data como feriado estadual, inspirando-se na inciativa dos vereadores. Logo após, em 2023, a data se transformou também em um feriado nacional. A intenção da ação teve como intuito fazer com que as pessoas entendessem que assim como outros feriados a Consciência Negra também é importante. Desta forma, a data proporcionou maior visibilidade à luta antirracista.

Antonieta Luíza Costa 4h6vn

Antonieta Luiza Costa
Antonieta Luiza Costa (Foto: Reprodução Olhar Direto)

Antonieta Luiza Costa, mais conhecida como professora Nieta, hoje tem 57 anos, mas aos 7 anos percebeu sua realidade como uma menina negra, após uma jovem se recusar a vender pão para ela, devido a cor sua cor de pele. Sua mãe e suas tias são suas principais referências de mulheres negras, pois na década de 50, em vez de se tornarem quituteiras, lavadeiras ou empregadas domésticas, atuaram como auxiliares de enfermagem, o que não era comum para mulheres pretas na época.

Antonieta, é geógrafa, especialista em educação integral e educação para relações étnicas raciais, foi a primeira mulher a ser presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Social. Atualmente, é conselheira estadual de educação e faz parte do Fórum Nacional de Mulheres Negras e da Articulação de Mulheres Negras.

Fundadora do Centro Cultural da Casa das Prestas, sede do Instituto Mulheres Negras, a casa tem como objetivo acolher e fortalecer as mulheres negras oferecendo curso de inglês, francês, rodas de conversa sobre desenvolvimento sustentável, segurança alimentar, saúde, educação, mercado de trabalho, saúde mental das mulheres pretas, etc. Ela milita há 18 anos em comunidades, levando uma nova perspectiva para cada mulher negra que encontra.

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