Casamentos pelo mundo, da poligamia à sologamia! 266v2t

O ano novo começa e com ele alguns desejos se renovam, novos planos aparecem e, o mais importante, alguns daqueles grandes sonhos finalmente se realizam. Para muitos, o casamento será a realização de um grande sonho. A cerimônia pode ser singela ou suntuosa, pode ocorrer numa igreja ou no campo aberto, com poucos ou muitos […] 4ak3q

O ano novo começa e com ele alguns desejos se renovam, novos planos aparecem e, o mais importante, alguns daqueles grandes sonhos finalmente se realizam. Para muitos, o casamento será a realização de um grande sonho. A cerimônia pode ser singela ou suntuosa, pode ocorrer numa igreja ou no campo aberto, com poucos ou muitos padrinhos, não faz diferença. O importante mesmo é a consagração do amor pela união do casal. Mas quem está falando em casal?

Davi Nogueira Lopes
Davi Nogueira Lopes

A ideia de que o casamento é a união entre duas pessoas, ou seja, uma monogamia, faz parte do imaginário coletivo brasileiro devido à influência da tradição da igreja cristã. No Brasil, se uma pessoa ainda casada contrair novo casamento, responde por crime de bigamia, com pena de 2 a 6 anos de reclusão. O STF (Supremo Tribunal Federal) também não permitiu o reconhecimento de duas uniões estáveis simultâneas, porque isso configuraria situação idêntica à bigamia. Essas regras valem para as relações heteroafetivas e homoafetivas.

Todavia, existem lugares no mundo onde a cultura fortemente machista permite que um homem case com várias esposas, configurando-se a poligamia. A diferença entre bigamia e poligamia não é muito precisa. Diz-se que a bigamia ocorre quando uma pessoa casada contrai novo casamento, enquanto a poligamia ocorre quando a pessoa tem mais de um marido ou esposa ao mesmo tempo. Assim, o conceito de poligamia compreenderia a bigamia e, também, a situação em que o homem celebra simultaneamente o casamento com duas ou mais mulheres.

Por exemplo, nos Estados Unidos, na cidade de Hildale, Estado de Utah, há uma comunidade de mórmons, seguidores da Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Últimos Dias, que adota o casamento de um homem com mais de uma mulher, embora apenas a primeira esposa seja oficialmente reconhecida.

Mesmo sendo mais de 60% de sua população seguidora do cristianismo, a África do Sul permite a poligamia, isto é, que um homem tenha mais de uma esposa. Já alguns países islâmicos, como a Arábia Saudita, seguem à risca o que está escrito no Alcorão, o livro sagrado do Islã, que diz assim: “Casai com quantas mulheres quiserdes, 2, 3 ou 4; mas, se temeis não poder tratá-las com equidade, então tende uma só”. Nessas culturas, a poligamia não apenas é algo comum como também está prevista em lei.

Mas para que nossa prestigiosa colunista, Jaqueline Naujork, ainda continue lendo este texto, aqui vai a “vingança” das mulheres: em algumas comunidades hindus e budistas do Himalaia, onde a Índia encontra o Tibete, ocorre a prática da poliandria, na qual uma mulher desposa dois ou mais homens. E tem mais!

Na África do Sul, a ativista Muvumbi Ndzalama luta para alterar a legislação sobre casamento, que permite ao homem casar-se com mais de uma mulher. Só que ela não quer proibir a poligamia! Ela quer é igualdade de tratamento, para permitir também à mulher casar-se com mais de um homem!

E eis que, em maio de 2021, o Governo da África do Sul publicou um documento denominado “livro verde sobre casamentos na África do Sul”, que tem o propósito de informar a população sobre a discussão que será levada ao Poder Legislativo, para atualização da legislação sobre casamentos no país prevista para 2024. Neste documento afirma-se que “a África do Sul herdou um regime de casamento baseado nas tradições calvinistas cristãs e ocidentais”, e que as atuais leis de casamento “não são baseadas em uma política abrangente embasada nos valores constitucionais e na compreensão da dinâmica da sociedade moderna”. Por isso, a poliandria está expressamente considerada como uma possibilidade.

Não é preciso nem dizer o tamanho do rebuliço que essa discussão está causando naquele país, com envolvimento de atores como a Igreja Católica e artistas famosos, como o empresário Musa Mseleku, um astro de reality show. Ele afirma, num vídeo postado no Youtube, que a mãe não saberia quem é o pai da criança e por isso a poliandria não deveria ser aprovada. Não é bem verdade, porque o exame de DNA resolveria isso. Mas o mais curioso é que ele tem nada menos que quatro esposas!

Finalmente, existe um último tipo de casamento que talvez seja o mais inusitado de todos: a “sologamia”, o casamento consigo mesmo. Sim, você leu corretamente, existe quem case consigo mesmo!

Embora não tenha efeito jurídico algum, essa prática ou a ser comum nos Estados Unidos e chegou no Brasil em 2019, quando, numa manhã de sol, a empresária Jussara Couto (38), vestida de noiva, segurando um buquê de flores e ao som de Milton Nascimento, caminhou por entre as fileiras de bancos cuidadosamente dispostos numa pequena praça de Belo Horizonte, com o testemunho dos convidados e padrinhos, casou-se consigo mesma!

Sologamia - Jussara Couto casou-se consigo mesma (Foto: Reprodução)
Sologamia – Jussara Couto casou-se consigo mesma (Foto: Reprodução)

Ela disse: “eu me sinto realizada como pessoa e como mulher. Me aceito, me respeito e me amo do jeito que eu sou. Perceber isso, me trouxe vontade de celebrar, de comemorar e de mostrar para as pessoas que apesar de difícil, isso é possível”.

É a apoteose do amor-próprio!

Um abraço e até a próxima!

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