'Zoológico' da UFMT: fechado há 4 anos, espaço não tem previsão para receber visitantes 173s4w
Espaço se transformou em centro, que reabilita os animais para que possam voltar a natureza 1yv71
Anos atrás, ao chegarem no zoológico da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), os visitantes eram recepcionados pelas cobras, que ficavam do lado esquerdo, logo na entrada. Hoje, o cenário é muito diferente e, se não fossem os pássaros, o silêncio tomaria conta do local.

As cobras e muitos dos animais foram transferidos para outros zoológicos do país. E o único local na Capital onde as famílias podiam ver de perto animais silvestres confinados transformou-se no Cempas (Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres), e está fechado desde 2018 para visitação.
Porém, muitas famílias ainda batem no portão e perguntam quando o antigo zoológico será aberto. Segundo o reitor da UFMT, Evandro Soares da Silva, não existe uma data para isso. Sem recursos e com uma política diferente para o espaço, é pouco provável que volte a receber o público no formato de antes.
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“O Cempas era um zoológico. Um centro turístico, de vivência, de lazer, principalmente para os mais carentes, que podiam ir com a sua família. Contudo, com o bloqueio de verbas que tem acontecido desde 2013, em um volume muito grave para universidades públicas, a UFMT acabou com menos recursos para aplicar em pesquisa, extensão, ensino e no zoológico”, explicou.
Cempas: um local de recuperação para os animais 39544v
Além disso, o reitor ressaltou que o Cempas hoje tem outra missão: vinculado à Favet (Faculdade de Medicina Veterinária), o centro recebe, recupera e reabilita animais silvestres.
“Nós estamos em uma época em que o zoológico está sendo questionado sobre a questão de mostrar os animais, colocar sob estresse. Aqui não é mais um zoológico, se transformou no centro e nosso principal objetivo é recondicionar os animais, em especial os animais silvestres, a voltar para o seu habitat”.
O zoológico já chegou a ter, aproximadamente, 600 animais, mas hoje tem por volta de 300, segundo a professora Sandra Helena Ramiro Corrêa, coordenadora do Cempas. Além dos que foram transferidos a outros zoológicos, só ficaram os animais que não têm condições de voltar à natureza.
“A saída dos animais foi feita com a autorização do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente] para instituições que demonstraram interesse em receber os animais e que a gente tinha a necessidade de fazer a transferência. Hoje, a gente recebe animais que precisam de atendimento médico. O Hospital Veterinário recebe e faz a triagem. No período depois final do tratamento, eles ficam em alguns recintos do Cempas para finalizar essa recuperação”, explicou.
No local, por exemplo, ficaram duas onças-pintadas e um lobo-guará que não têm condições de serem reintroduzidos ao próprio habitat. Eles devem permanecer no Cempas pelo resto da vida.
Visitação guiada 6o3k5l
O reitor informou que, futuramente, o Cempas receberá visitas guiadas de grupos escolares. Mas, com poucos recursos, o projeto não tem data para começar.
“Temos o projeto de fazer visitações para que seja um ambiente de educação ambiental. Mas, depende de recursos orçamentários. Então, a gente já faz um apelo a toda sociedade para fazer o embate contra qualquer corte na educação, na ciência e tecnologia, para que a gente possa ter recursos necessários para fazer uma reforma no Cempas e permitir que essas visitas sejam seguras e educativas”, finaliza o reitor.
