Sucuri do Pantanal pode dar à luz até 80 filhotes já independentes
Diferente de muitas serpentes que põem ovos, as sucuris dão à luz filhotes vivos, totalmente formados; cada gestação pode resultar no nascimento de 20 a 40 filhotes, em casos excepcionais o número pode chegar a 80.
Uma sucuri atropelada na rodovia MT-338, no município de Porto dos Gaúchos, a 644 km de Cuiabá, chamou a atenção por ter abortado mais de 40 filhotes após o impacto. O caso, registrado em vídeo na última segunda-feira (6), expõe uma curiosidade fascinante sobre essa serpente gigante: a sucuri-verde, a maior espécie do Pantanal, pode dar à luz até 80 filhotes de uma vez, que já nascem prontos para sobreviver sozinhos.

Com gestação de 6 a 7 meses, as sucuris são vivíparas e não cuidam dos filhotes após o nascimento, tornando a independência dos recém-nascidos crucial para sua sobrevivência.
Vivíparas e altamente prolíficas
Diferente de muitas serpentes que põem ovos, as sucuris dão à luz filhotes vivos, totalmente formados. Cada gestação pode resultar no nascimento de 20 a 40 filhotes, mas em alguns casos excepcionais, esse número pode chegar a 80.

Os filhotes nascem medindo entre 60 e 80 centímetros e começam a caçar pequenos animais logo após o nascimento, sem a ajuda da mãe.
A geração de uma grande quantidade de filhotes é uma estratégia de sobrevivência da espécie. No ambiente selvagem, muitos recém-nascidos são vítimas de predadores, como aves de rapina, grandes peixes e até outros répteis.
Quanto maior o número de filhotes, maiores são as chances de que pelo menos alguns sobrevivam até a fase adulta.
Quanto tempo depois a sucuri pode engravidar novamente?
Após dar à luz, a sucuri precisa de 12 a 18 meses para se preparar para uma nova gestação. Esse intervalo varia conforme as condições ambientais e a disponibilidade de alimento.
Durante esse período, a fêmea recupera suas reservas de energia para sustentar outra longa gestação, garantindo o desenvolvimento adequado dos próximos filhotes.
O caso de Mato Grosso: um alerta para a preservação
O atropelamento da sucuri na MT-338 é um triste exemplo do impacto humano sobre a fauna silvestre. As sucuris, fundamentais para o equilíbrio do ecossistema do Pantanal, são frequentemente vítimas de atropelamentos em rodovias que atravessam áreas naturais.
Especialistas defendem a implementação de agens de fauna e maior sinalização em trechos de rodovias onde o risco de atropelamentos é alto. Além disso, campanhas de conscientização sobre a importância da biodiversidade podem ajudar a preservar espécies como a sucuri.
Gigante das águas
A sucuri-verde (Eunectes murinus) é a serpente mais pesada do mundo, podendo ultraar 8 metros de comprimento e pesar até 250 kg.

Apesar da fama assustadora, a sucuri não é venenosa e raramente oferece risco aos humanos. Sua principal técnica de caça é a constrição, envolvendo a presa com seu corpo até sufocá-la antes de engolir.
Após uma grande refeição, a sucuri pode ar até seis meses sem se alimentar, devido ao seu metabolismo lento e eficiente, que permite a digestão de grandes presas por longos períodos.