Com novos produtos e tendências, mercado pet fatura R$ 50 bilhões e tendência é crescer mais 1p4v1j
Explosão do setor mostra o fortalecimento da relação entre humanos e animais domésticos 3e3o61
Os animais têm sentimentos genuínos. Sentem medo, saudades, gratidão, carência afetiva e nos trazem à essência do amor sem interesse. Eles irão te amar independentemente da sua condição financeira, física ou social. E, ao mesmo tempo que precisam de cuidado, o ser humano precisa desse amor, da companhia e do carinho.
A explosão do mercado pet mostra o fortalecimento dessa relação de via de mão dupla: ao mesmo tempo que os animais domésticos precisam de cuidado, o ser humano precisa desse amor, da companhia e do carinho.
Dados do Instituto Pet Brasil mostram um faturamento na ordem de R$ 50 bilhões do mercado pet somente em 2021, com produtos e serviços voltados aos cuidados com os animais domésticos.

Esse lucro não para de aumentar. Em comparação a 2020, o crescimento foi de 22,1%. O carro-chefe é o pet food, que sozinho gerou R$ 26,8 bilhões em receitas, seguido pela venda de animais de estimação, movimentando R$ 5,6 bilhões; produtos veterinários, R$ 5,3 bilhões; serviços gerais, R$ 4,6 bilhões; serviços veterinários, R$ 4,6 bilhões; e produtos de higiene e bem-estar animal, o pet care, R$ 2,7 bilhões.
Em Mato Grosso, o CRMV-MT (Conselho Regional de Medicina Veterinária) mostra saldo positivo de crescimento do mercado pet. De 2019 para 2021, o número de pet shops no Estado saltou de 295 estabelecimentos para 488.
Além disso havia, em 2019, 145 empresas de banho e tosa. Em 2021, essa quantidade subiu para 300 em Mato Grosso, um crescimento de 106%.

“O setor Pet brasileiro vem crescendo nos últimos anos. Hoje já é um dos maiores do mundo, gerando bilhões de reais. O médico-veterinário tem papel importantíssimo neste setor, pois sua atuação garante a saúde animal e também o bem-estar. Neste período de pandemia, as famílias adquiriram um animal de estimação, seja por adoção, doação ou compra, levando ao aumento de serviços e vendas de produtos da linha pet e o aumento da demanda por cuidados com a saúde”, disse Roberto Renato, presidente do CRMV-MT.
Presidente do Conselho Consultivo do Instituto Pet Brasil, Nelo Marraccini, afirmou ao Primeira Página que o consumidor deve continuar, ao longo de 2022, a oferecer esses produtos a seus pets, itens que são em grande parte produzidos pelo Brasil.
“A rede varejista é ampla e caracterizada pela alta capilaridade. Além disso, ela obteve caráter essencial para as famílias durante esse período tão delicado em que enfrentamos a covid-19. Os números atualizados apontam que, mesmo com as dificuldades impostas pela crise que veio junto da pandemia, as famílias não deixam de cuidar de seus pets, mesmo que esse núcleo familiar seja composto apenas de uma pessoa que mora com um animal de estimação”, comentou.

O Instituto foi criado em 2013 para estimular o desenvolvimento do setor pet. A entidade lidera projetos de fomento ao conhecimento, ao empreendedorismo e à inovação, com o objetivo de profissionalizar a cadeia produtiva.
Moda pet 302e58
Muita gente chegou a abandonar outras atividades que exercia para empreender em um negócio próprio voltado ao mercado pet. É o caso de Viviane Chipola, de 44 anos. Moradora de Cuiabá, ela trabalhava como vendedora de carros até ser diagnosticada com a Doença de Crohn em meio à pandemia da covid-19. Afastada das atividades, se reinventou e criou a Mimos da Vivi Ateliê, onde produz roupas para pets.

“Com afastamento do trabalhado, ei a receber um salário-mínimo. Então, tive que me reinventar, e daí comecei a fazer máscaras, mas com a saturação do mercado, criei o ateliê. Eu tive três sonhos no decorrer da minha vida que eu iria ganhar dinheiro com o trabalho das minhas mãos e eu nunca acreditei muito, e o Crohn afetou muito as minhas mãos, pelas sequelas. Sempre gostei de fazer roupas de boneca. E quando adotei uma lhasa Apso, fiz umas duas roupas para ela. Minha patroa, à época, também pediu que eu fizesse para o cachorro dela e aí foi aflorando”, contou.
Dados do Instituto Pet Brasil de 2020, mostram que o Brasil ultraou 272 mil estabelecimentos comerciais, com faturamento médio de R$ 60 mil a R$ 100 mil mensais. Essas empresas são consideradas de pequeno porte, com até quatro funcionários.
“Um dia levei uma peça para uma amiga minha, dona de uma pet shop, e mostrei as roupas. Ela me incentivou muito falando que eu ia ganhar dinheiro com isso, que tinha mercado e eu me empolguei. Fui criando modelos e comecei a oferecer em outros pets, e surgiu a ideia de eu abrir meu espaço. Já entrei com registro da marca e estou muito satisfeita. Esse mercado é muito bom. Eu produzo roupas para aniversários de pets, com decoração e tudo, como se fosse festa de uma criança. Conheço muitas pessoas que optaram por não ter filhos devido à dificuldade do cotidiano, mas que não quer se sentir sozinho e acaba cuidando dos animais como se fossem humanos mesmo”, completou Viviane.
Brasil no Top 10 de consumo de produtos pets 384f2p
A população pet no Brasil é de aproximadamente 144,3 milhões de animais. O levantamento do Instituto Pet Brasil aponta um crescimento de 2% em relação a 2019. Em todo o mundo, as estimativas apontam quase 1,7 bilhão de animais.
Os números mostram que o Brasil permanece no Top 10 do ranking mundial de faturamento com o mercado pet, que fechou o ano de 2020 com R$ 40,8 bilhões. Os números mantêm o Brasil como um dos principais mercados pet do mundo.
O país está na 7ª colocação em virtude da desvalorização do câmbio, ficando atrás do EUA (1º), China (2º), Reino Unido (3º), Alemanha (4º), Japão (5º) e França (6º).
Atrás dos Estados Unidos, Chiba e Reino Unido, a Alemanha é o mercado pet que mais cresce no mundo, seguido pelo Japão e França. Em seguida, vem o Brasil. Com maior crescimento de famílias que optam por ter menos filhos biológicos ou adotivos, a tendência tem sido a adoção de animais.
Nem só de ração vivem os pets 6y6c69
Diante do crescimento do mercado pet, a diversificação de produtos gera lucros e as novas tendências impulsionam também o mercado da alimentação, afinal nem só de ração vivem os pets. Seguindo a linha da alimentação natural, Joselaine Oliveira, 41 anos, abriu a empresa Pet Sabores, criada em Cuiabá com a proposta de ofertar alimentos sem conservantes. Tudo é natural.

“Criei a empresa porque meu cachorro pegou a doença do carrapato e ficou internado. Eu não conhecia nada de alimentação natural, mas a veterinária prescreveu comida para ele e eu fui pesquisar, fiz curso e comecei a fazer a comidinha dele. Resolvi abrir uma empresa para ajudar outros cães e gatos com uma alimentação mais saudável, sem conservantes e nem química. Depois de um ano, resolvi ampliar a empresa e comecei a confeitar também”, conta.
O Instituto Pet Brasil aponta um crescimento de 13% em novas vagas de trabalho no setor pet em 2020. De acordo com o último levantamento, existem mais de 2,7 milhões de empregos na área.
“Comecei a fazer por amor e vi a oportunidade. Entendi o crescimento do nicho pet, que cresce a cada ano. Hoje trabalho exclusivamente com nutrição animal. Tudo calculado de acordo com o peso do animal e das necessidades de cada um. Temos bolos, salgadinhos, doces, comidas, só que apropriados para eles, sem glúten, sem aditivos, tudo natural”, completa.
Existem planos semanais, quinzenais e mensais. A pessoa responde um questionário com todas as informações do animal, e uma nutricionista calcula quantas gramas o gato ou cachorro precisa comer por dia. Vai tudo congelado e embalado a vácuo. O tutor descongela e oferece. O preço varia, mas fica a partir de R$ 100, de acordo com os gramas necessários.

Existem planos semanais, quinzenais e mensais. A pessoa responde um questionário com todas as informações do animal, e uma nutricionista calcula quantas gramas o gato ou cachorro precisa comer por dia. Vai tudo congelado e embalado a vácuo. O tutor descongela e oferece. O preço varia, mas fica a partir de R$ 100, de acordo com as gramas necessárias.
O cardápio é composto por carboidratos (arroz, cará, bata doce, mandioquinha e etc), proteína (carne, frango, suíno, ovo, peixes) vegetais em geral, mas a comida precisa ser suplementada com food dog, para chegar a 95% de nutrição.
“A ração é industrializada, cheia de conservantes, com muitos grãos e cheia de aditivos, seca. E a alimentação natural é boa para o pelo, sistema urinário, digestivo, são diversos benefícios, o que equivale a uma alimentação super-. E eles podem, sim, comer alguns temperos, desde que sejam naturais. A comida é temperada”, explica Joselaine.

A empresária investiu na criação da empresa. Segundo ela, foi necessário fazer cursos em São Paulo e Curitiba, além de montar uma cozinha industrial para atender a demanda. “Fora de Cuiabá tem muitas padarias pet, empresas de alimentação natural pet e aqui não tem. Eu comecei pequena, e hoje tenho uma boa cartela de clientes, tanto na confeitaria quanto na alimentação natural”.
Ela fala ainda que busca sempre inovar e que vai trazer novidades neste ano.
“Vou acrescentar na confeitaria pet a modelagem com pasta americana. Estou estudando essa parte. Faço sempre alimentos na Páscoa, Festa Junina, Natal e Dia das Mães. Tudo para os pets à base de chocolate vegetal alfarroba, farinhas de aveia, de amêndoas e de côco”, explicou.

Pais de pets 5s383r
Considerado o maior pet shop online do Brasil, a Petlove disse ao Primeira Página que cresceu 40% em 2020 e fechou 2021 com um boom de 65% nas vendas. Para o fundador e CEO Márcio Waldmam, a humanização dos pets é um processo que vem ocorrendo há alguns anos e que se acelerou com a pandemia, já que as pessoas ficaram isoladas e viram na companhia dos animais uma solução de conexão, tornando-os membros da família.
“A humanização dos pets se intensificou, e a adoção e compra aumentou de forma significativa. Ao mesmo tempo as pessoas ficaram mais em casa e conseguiram interagir mais com seus pets. Tudo isso levou a um aumento significativo das vendas online dos nossos produtos. Crescemos mais do que havíamos planejado durante o ano de 2021”.

Para Márcio, o perfil dos novos clientes que “nasceram” durante a pandemia, têm um padrão de compra maior e melhor. Eles tendem a adquirir mais e melhores produtos para os filhos de quatro patas.
“Com o número de novos pais de pet no país, crescemos o número de novos s da Petlove. Hoje esse modelo representa 80% do nosso faturamento”, acrescentou.
Ser mãe de pet é uma escolha feita por Priscila Russo, advogada, de 39 anos, que disse não ter desejo de ser mãe de uma criança. Moradora de Cuiabá, ela e o marido, Leonardo Filho 49 anos, são pais do Ploc, de 7 anos, e da Porcelana, de 4 anos, dois cães da raça Lulu da Pomerânia, também conhecidos como Spitz Alemão Anão.
“Não tenho filhos biológicos e não tenho problemas de saúde, é uma opção de vida não ter filhos. Sou criticada porque muita gente fala que cachorro não substitui um filho. Mas para a gente é suficiente, é uma escolha”.
Ao portal, Pricila contou que seus pets são criados como filhos biológicos, com direito a eios em família, como por exemplo as duas viagens a Nova York feitas com Ploc e Porcelana.
“Eu sempre os levo nos lugares que vou e sempre quis fazer uma viagem internacional com eles. Organizei duas vezes para Nova York, tirei um documento de trânsito animal no Ministério da Agricultura, e foi ótimo. Os hotéis nos receberam super bem e não tivemos qualquer problema”, disse.

Os animais do casal receberam adestramento para atuar como cães terapêuticos na ala pediátrica do Hospital Universitário Júlio Muller, em Cuiabá. Antes da pandemia da covid-19, Priscila conta que eles iam a cada 15 dias prestar e emocional às crianças internadas na unidade de saúde.
“Eles amam crianças. Eles transformaram a nossa vida. Um cachorro é uma eterna criança de 4 anos, eles entendem, mas são dependentes e para onde eu viajo, eu levo eles. Se eu saio de casa, levo eles comigo. Muita gente não gosta e acha um exagero, mas só quem tem esse sentimento entende”, completou.
O casal tem gastos na ordem de cerca de R$ 800 por mês com ração e banho. Checkups são realizados uma vez por ano neles, com exames de sangue, de imagem, ecocardiograma e consultas. Com esses procedimentos completos, a despesa fica em torno de R$ 2,4 mil.

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