Lobos-guarás são estrelas solitárias no reino das onças-pintadas 3z5i39
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Embora esteja fora do nome principal, os lobos-guarás também assumem o protagonismo na ONG Onçafari. Para além das onças-pintadas, a espécie é estudada pelo projeto desde 2018. Longe dos confins do Pantanal, os canídeos habitam o coração do Cerrado, na pousada Trijunção, na divisa entre Minas Gerais, Bahia e Goiás.
O esquema é basicamente o mesmo: árduo trabalho de campo, com instalação e monitoramento via armadilhas fotográficas. Os dados acumulados desde então foram cruciais para entender melhor a espécie e sair da teoria.
Sob a batuta da bióloga e guia Isabela Meniz, em 2024, o projeto levou o 1° lugar na categoria ambiental do IV Workshop de Reabilitação, Monitoramento e Conservação da Fauna Silvestre, promovido pela ONG Waita na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

O trabalho abordava estudo sobre o uso do WhatsApp como ferramenta de monitoramento dos lobos-guará em áreas agrícolas. Na prática, os trabalhadores rurais utilizavam a troca de mensagens para informar sobre os animais avistados em áreas fora do perímetro demarcado no estudo principal.
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“Embora essas localidades não fizessem parte da nossa área de estudo, ainda assim recebíamos registros de avistamentos dos lobos por meio dos funcionários das fazendas”, completa a coordenadora da Base Pousada Trijunção, bem como da Frente de Educação da Onçafari.

Além de contribuir para o monitoramento da espécie, o uso do aplicativo também desempenha um papel essencial na sensibilização e conscientização sobre a importância da conservação dos lobos-guarás.
Desta forma, a equação monitoramento + ações de conscientização tem rendido frutos. Assim como no Refúgio Ecológico Caiman, localizado em Miranda, Pantanal sul-mato-grossense, em terras mineiras também ocorrem os safáris guiados.

A solidão dos lobos-guarás 6qn5l
A diferença é que, ao contrário das onças-pintadas, que nem sempre estão sozinhas, os lobos-guarás são definitivamente solitários. A espécie exibe comportamento solitário e discreto, percorrendo vastas áreas do Cerrado, onde, geralmente, apenas um casal domina um território extenso.

“Essa diferença fundamental no comportamento e na ecologia exige abordagens de monitoramento distintas. Enquanto as onças podem ser mais facilmente avistadas e rastreadas em um território compartilhado, o monitoramento dos lobos-guará requer técnicas mais específicas”, explica a bióloga.
Seus hábitos predominantemente noturnos e a coloração de sua pelagem, que se camufla perfeitamente com os tons amarelados do bioma, tornam os avistamentos diurnos raros. É aí que entra o famoso “colar de monitoramento”.

É o objeto que aponta a localização dos animais. As câmeras trap complementam esse trabalho, registrando a presença dos lobos em diferentes pontos do seu território. Outro “caminho das pedras” são os vestígios, como fezes e pegadas, que se tornam mais evidentes em locais estratégicos utilizados pelos lobos para marcar território, como estradas e cupinzeiros.